A Segurança Alimentar Através da Captação da Água de Chuva Sudhirendar Sharma
Resumo A captação da água de chuva, dos telhados e na superfície, tem feito parte da vida social e cultural da Índia desde a antiguidade. Existe na Índia uma vasta gama de sistemas hidráulicos adaptados a diferentes regimes ecológicos. Textos antigos, inscrições, tradições locais e ruínas arqueológicas dão testemunho de uma rica tradição de coleta de água de chuva. Alguma evidencia de sistemas avançados de coleta de água pode ser também estabelecida a partir dos tempos pré-históricos. Os Puranas, Mahabharata, Ramayana e vários textos Vedicos, Budistas e Jain contêm diversas referências a canais, tanques, diques e poços. Como as sociedades colonizadoras eram predominantemente agrárias, os textos escritos estão cheios de referências a sistemas de irrigação. Kautilya, um ministro do rei Chanragupta Maurya (321-297 AC), fez uma vívida referência a irrigação com sistemas de coleta de água de chuva, em seu tratado político-administrativo histórico, chamado Arthsastra. O tratado de Kautilya é sempre comparado a O Príncipe de Maquiavel. Ele indica que não apenas as pessoas eram conhecedoras dos regimes de água e do ciclo hidrológico, mas que, também, o governo sempre apoiavam aquelas soluções engenhosas locais. Evidências arqueológicas indicam que a chamada "sabedoria da água" era singular para o desenvolvimento das civilizações na península indiana. Tudo se resumia em aprender a viver com a natureza. Os primeiros humanos que vieram a habitar o sub-continente indiano, devem ter logo se dado conta que a água era um recurso muito efêmero para eles. Com a estação das monções se limitando a três mêses, as pessoas sabiam que uma vida segura requeria estender as dádivas dos meses úmidos para os meses secos. Os diversos sistemas de captação de água, desenvolvidos para se adequar a 15 distintas regiões ecológicas, constituem o saldo da ingenuidade humana. |