Resumo

No limiar do século XXI, a quase totalidade da população rural do município de Campo Alegre de Lourdes, assim como a maioria daquelas que também estão localizadas nas áreas de sequeiro do Semi-Árido nordestino ainda continuam vivendo em situação de permanente penúria provocada pelos efeitos da seca, traduzidos na falta de água para o consumo humano e animal e na freqüente inviabilização da atividade agrícola.

Por conta disso, famílias inteiras são constantemente obrigadas a migrar para a sede do município ou para outras regiões. Aquelas que teimam em permanecer, além da extrema dificuldade para manterem suas roças e criatório, tem a vida ainda mais agravada pela escassez, e, às vezes, ausência total de água para beber e satisfazer outras necessidades básicas.

Diante dessa situação, as medidas adotadas pelo poder público, têm-se prestado, no máximo, para amenizá-las momentaneamente. Não que o problema seja insolúvel. As soluções existem. Sob o nome, já bastante difundido, de „formas alternativas de convivência com a seca„, são bastante conhecidas as experiências de captação e armazenamento de água desenvolvidas por órgãos públicos, por exemplo, EMBRAPA, ou organizações não governamentais como CAATINGA e IRPAA.

De igual modo são conhecidas as razões pelas quais o poder público, seja no plano municipal, estadual ou federal, tem-se mostrado incapaz de enfrentar de forma eficaz as conseqüências do fenômeno da seca.

Conscientes dessa „incapacidade„ política dos governantes os trabalhadores rurais de Campo Alegre de Lourdes resolveram enfrentar o problema.