Contaminação dos Recursos
Hídricos Devido a Guerra do GolfoAbolghasem Tavassoli, M. H. Mahdian SCWMRC Teheran, Iran E-mail: aquasoil@neda.net
Resumo As reservas de água subterrânea são recompostas, em sua maior parte, pela chuva que infiltra através do solo até as camadas inferiores. Estas reservas são ocasionalmente aumentadas por pequenos cursos d'água e rios que perdem água para os estratos subterrâneos. Uma vez debaixo da terra, a água flui à taxas que variam de mais de 10 metros por dia, à taxas tão pequenas quanto 01 metro por ano, até encontrar uma saída. Esta pode tomar a forma de uma nascente ou a de uma sistema de infiltração lenta na superfície do solo. É esta infiltração que mantém os rios correndo durante os períodos secos. Cerca de 2.500 anos atrás, o uso de "qantas" foi desenvolvido no Irã. São galerias horizontais, extensas, conectando aquíferos nos sopés das montanhas até os campos e cidades muitos quilômetros afastados. O uso do "qantas" se disseminou atingindo países tão longe como o Egito, China e Afeganistão. Muitas dessas correntes de água são usadas ainda hoje. Logo que substâncias poluidoras atingem a água, pode levar um longo tempo para que sejam eliminados completamente do aquífero. Mais ainda, a poluição pode levar muito tempo para ser detectada, pois a água dentro dos aquíferos se movimenta muito lentamente. As regiões costeiras do Norte do Golfo Pérsico incluem grandes sistemas fluviais. São o Karkheh, o Karun, o Maroon-Jarahi, o Zohreh, o Shapor-Deleki, o Mand, o Sahel Jonoobi, o Kal e o Minab-Bandar Abbas. A área total coberta por esses sistemas de recursos hídricos é de 363. 381 km2. A precipitação anual varia de cerca de 185 mm, na província de Kerman, até cerca de 250 mm, no Khuzestan, ultrapassando esse valor nas províncias localizadas nos campos nativos do monte Zagros. A maior parte da chuva e neve cai no inverno e início da primavera. Mananciais pouco profundos de água subterrânea são direcionados para a agricultura irrigada e consumo humano. Os efeitos poluidores da guerra de 1991 entre Iraque e Kuwait sobre os recursos hídricos têm sido óbvios, desde que dados de medição de chuvas ácidas e de chuvas negras (fuligem) mostraram a contaminação da água usada largamente para beber, irrigar e fins industriais. Uma vez poluídos, torna-se de fato, muito difícil, senão impossível, descontaminar os aquíferos. Amostras de água (superficiais e subterrâneas) da região de Khuzestan têm apresentado compostos contaminantes depois dos incêndios dos poços de petróleo do Kuwait e da ocorrência de chuvas negras. Desde então, a incidência de chuvas contaminadas representa cerca de 30% das recargas anuais de água subterrânea da região (um total de 13,3 bilhões de m3; ou seja, cerca de 4 bilhões de m3 de águas contaminadas. De acordo com o relatório WHO, estes 4 bilhões de metros cúbicos de chuvas efetivas, têm sido contaminadas por diferentes materiais perigosos nas áreas áridas, na parte sul do Irã. No caso de uso desta fonte de água, torna-se necessário limpá-la ou diluí-la antes do uso para qualquer propósito. |