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Qualidade de Água

O Potencial de Água do Semi-Árido Brasileiro: Perspectivas do Uso Eficiente

Aldo da C. Rebouças
Universidade de São Paulo
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Resumo

Na zona central do região Nordeste a pluviometria média varia entre 500 e 800 mm/ano e tem regime muito irregular. Ademais, a combinação desse quadro meteorológico com o domínio do substrato geológico formado por rochas cristalinas sub-aflorantes e praticamente impermeáveis resulta em rios temporários e condições edafoclimáticas de semi-aridez sobre cerca de 10% do território nacional.

A visão de rios perenes fundamenta a síndroma da abundância, enquanto a de rios temporários no Nordeste semi-árido engendra síndroma da escassez. Vale salientar, todavia, que síndromas de abundância e escassez resultantes da visão de rios perenes e temporários, respectivamente, são tão falsas quanto o geocentrismo fundamentado na visão do deslocamento do Sol de um lado para outro do nosso horizonte.

Efetivamente, as condições físico-climáticas que predominam no Sertão do Nordeste do Brasil podem, relativamente, dificultar a vida, exigir maior empenho e maior racionalidade na gestão dos seus recursos naturais em geral e da água, em particular, mas não podem ser responsabilizadas pelo quadro de pobreza amplamente manipulado e sofridamente tolerado. Destarte, o que mais falta no Brasil em geral e no Nordeste, em particular, não é água mas determinado padrão cultural que agregue confiança e melhore a eficiência das organizações públicas e privadas envolvidas no negócio da água.

Nossa motivação básica neste trabalho recusa o determinismo físico-climático que tem servido de justificativa à cultura da crise da água no Mundo ou no Brasil, bem como à cultura da seca na região Nordeste.