POP´S - LABORATÓRIO DE SOLO, ÁGUA E PLANTA
1- Método para determinação de Carbono Orgânico do Solo (DOWNLOAD)
Campo de aplicação:
Este procedimento é utilizado no Laboratório de Análises de Solo, Água e Planta da Embrapa Semi-Árido e aplica-se a amostras de solo.
1. Objetivo
Determinar os teores de C orgânico no solo, pelo método de Walkley – Black.
2. Princípio do método
Neste método o C do solo é oxidado por uma solução oxidante, assumindo-se que todo o C do solo esteja em um estado de oxidação zero (C0), o que não é verdadeiro. O método de uso mais difundido é o de Walkley - Black, que utiliza o dicromato (Cr2O72-) (Cr VI) em meio ácido como oxidante. Assume-se que a reação de oxidação seja:
A dosagem é feita por meio da titulação do dicromato remanescente da oxidação, quando este é colocado em excesso. A titulação do dicromato é feita com uma solução de ferro reduzido (FeSO4 7H2O) em meio ácido, empregando-se como indicador difenilamina ou ferroin, conforme a reação:
Este método pode sofrer influência de elementos que podem ser facilmente oxidados, como o Cl- e o Fe2+, causando superestimação ou facilmente reduzidos como MnO2, que causam subestimação. No entanto, em solos oxidados estas interferências não são apreciáveis. Além disso, carbonato e bicarbonato não interferem.
3. Materiais e reagentes
3.1. Vidraria e Equipamentos
- Erlenmeyer 500 ml
- Bureta 50 ml
- Proveta 250 ml
- Pipeta volumétrica 10 ml
- Balão volumétrico 2000 ml
- Pipeta volumétrica 5,0 ml
3.2. EPI´s
-?????
3.3. Reagentes
3.4. Preparo de Soluções
Dicromato de Potássio - 1N :
- Secar aproximadamente 100 g de dicromato de potássio, por duas horas, em estufa regulada a 100/110 ºC;
- Resfriar em dessecador contendo sílica Gel por 60 minutos;
- Pesar 98,06 g do reagente seco, dissolver em becker e transferir quantitativamente para balão volumétrico de 2.000 ml, avolumar.
- Esta solução é um padrão primário e é estável por vários dias.
sulfato ferroso amoniacal - 0,2500 (M)
- Pesar +/- 196,08 g do sólido, dissolver em pequeno volume de água e transferir para balão volumétrico de 2.000 ml;
- Adicionar 10 ml de ácido sulfúrico e avolumar com água destilada;
- Esta solução é instável e deve ser recém preparada;
- Uma prova em branco deverá ser realizada para determinação da concentração real;
- Armazenar a mesma sob o abrigo da luz.
Difenilamina em ácido sulfúrico: ( difenilamina 0,5 % em H2SO4 - 4:1 ):
- Pesar 0,5 g de difenilamina, dissolver em 20 ml de água destilada;
- Transferir para balão volumétrico de 100 ml e completar o volume com Ácido Sulfúrico.
Observações importantes:
O dicromato de potássio provoca queimaduras (mesmo a frio) quando em contato com a pele, podendo perfurar o tecido das roupas
.Validade da solução:
O sulfato ferroso amoniacal é muito instável, sendo necessário faze-lo toda a vez que for determinar o teor de Carbono do solo.
4. Operação
4.1. Procedimento
- Pesar e anotar a massa do produto fresco;
- Levar para estufa a 60/65 ºC;
- Após secagem, aproximadamente 48 horas , pesar o material seco e anotar o peso;
- Enviar o material seco para ser moído, de preferência em moinho de bolas (devido à grande quantidade de areia presente no material);
- Pesar 0,2000 g da amostra, com precisão até a quarta casa decimal e granulometria que passe em peneira de 50 mpp;
- Transferir para erlenmeyer de 500 ml.
- Determinar o peso fresco e o peso seco da amostra: % de matéria seca.
- Adicionar 20 ml de dicromato de potássio 1N e a seguir 40 ml de ácido sulfúrico concentrado. Com cuidado pois haverá liberação de calor.
- Caso a solução ainda apresente traços da cor verde, pipetar quantidades crescentes de solução 1,000N de dicromato: 20,30,40 ou 50 ml, até que a coloração da solução permaneça sem traços de verde, ou seja, tenha uma coloração alaranjada.
- Agitar o erlenmeyer por 1 minuto e deixar em repouso por 30 minutos, se possível sobre uma placa de material isolante.
- Diluir a solução de 1:5 , ou seja, para volumes de 100, 150, 200 e 250 ml, caso tenha sido adicionado: 20,30,40 ou 50 ml da solução de dicromato 1,0000 N.
- Pipetar 50,0 ml da solução assim diluída, transferir para erlenmeyer de 500 ml, adicionar 150 ml de água destilada, 10 ml de ácido fosfórico a 95% e 1,0 ml de difenilamina a 0,5% em ácido sulfúrico 1:4.
- Titular com sulfato ferroso amoniacal 0,2500 N até viragem da cor para verde.
PROVA EM BRANCO
- Devido à instabilidade da solução de sulfato ferroso ou sulfato ferroso amoniacal, a sua concentração (N) deve ser determinada toda vez que é utilizada, fazendo-se um ensaio em branco; para isso:
Normalidade do Fe(NH4)2(SO4)2 = Va x Na , onde:
Vg
Va = Volume de dicromato pipetado
Na = Normalidade do dicromato
Vg = volume de solução de sulfato ferroso ou sulfato ferroso amoniacal gastos na titulação da prova em branco.
Observações importantes:
4.2. Cálculo
- Calcular o teor de carbono na amostra segundo a expressão:
% C = (meq.g de Cr2O7 2- - meq.g de Fe 2+ ) x 0,003 x (% de matéria seca) x fd ,
P
onde:
meq.g de Cr2O7 2- = Volume de dicromato pipetado x normalidade da solução de dicromato
meq.g de Fe 2+ = Volume de sulfato ferroso gasto na titulação x normalidade determinada pela prova em branco.
% umidade = Percentagem de matéria seca a 65/ 60 º C
P = Peso da amostra tomado para a oxidação
fd = fator de diluição; normalmente 5,0 (cinco)
Considerando-se que a matéria orgânica do solo tenha 58 dag/kg de C, tem-se:
teor de M.O = C x 100/58 g/kg
4.3. Tratamento do resíduo da análise
Solução contendo Cromo
· Aguardar a total decantação do precipitado (aproximadamente 2 dias).
· Escoar o sobrenadante em excesso sobre um recipiente para posterior neutralização.
· Deixar que o precipitado formado seco em temperatura ambiente.
· Armazenar o resíduo sólido em tambor adequadamente rotulado, para posterior incineração.
Neutralizar com as soluções de sobrenadante com ácido de descarte ou diluí-las em grande quantidade de água e descartá-las diretamente na pia.
5. Reparo e manutenção
- Qualquer situação não prevista neste procedimento, deverá ser comunicado imediatamente a supervisão do laboratório.
6. Medidas de segurança
- Verificar a corrente elétrica dos equipamentos antes de conectá-los à rede de força, observando o estado de conservação e identificação das tomadas.
7. Bibliografia
EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Manual de métodos de análise de Solo. 2 ed. rev. atual. Rio de Janeiro, 1997. 212 p. (EMBRAPA-CNPS. Documentos, 1).