Manejo de solo e água
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Irrigação
A irrigação
é uma tecnologia que tem a finalidade de aplicar água
no solo, visando atender às exigências hídricas do sistema
planta-atmosfera.
De uma maneira geral, as culturas podem ser exploradas
sob sistemas de irrigação por gotejamento e sulcos indicados
para solos argilo-arenosos e por aspersão e microaspersão
adequados a solos arenosos e areno-argilosos.
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A escolha de cada um desses sistemas de irrigação depende de uma
série de fatores técnicos, econômicos e culturais, concernentes
as condições específicas de cada local. Dentre os fatores técnicos,
destacam-se os seguintes:
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1)
recursos hídricos (potencial hídrico, situação topográfica,
qualidade e custo da água);
2) topografia;
3) solos (características pedológicas, retenção de água, infiltração,
características químicas, forma das manchas do solo e profundidade);
4) clima (precipitação, vento e umidade relativa);
5) cultura (exigências agronômicas e valor econômico);
6) aspectos econômicos (custos iniciais, operacionais e de
manutenção);
7) fatores humanos (nível educacional, poder aquisitivo, tradição
e outros).
As
pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Semi-Árido tem compreendido
a adaptação e a avaliação desses sistemas de irrigação, visando
fornecer subsídios para categorias específicas de produtores da
área semi-árida do Nordeste brasileiro. Dentre eles podem-se destacar:
- 1) os estudos
realizados com sistemas de irrigação para a cultura da cebola,
que compreende a melhoria do sistema de irrigação em bacias,
tradicionalmente usado nos solos aluviais localizados às margens
do rio São Francisco, bem como outras alternativas de sistemas
de plantio desta cultura para os sistemas de irrigação por
sulcos e por aspersão;
2) adaptação do sistema de irrigação por mangueiras, compreendendo
as modalidades de sulcos curtos, fechados e nivelados ou irregular
com barramentos; microbacias; aspersão convencional e aspersão
manual, destinado a exploração de pequenas áreas com pouca
disponibilidade de água, com e sem restrição de energia elétrica
e com topografia de plana a acidentada;
3) adaptação de sistema de irrigação por sulcos parcialmente
fechados, que visa o aumento das eficiências de aplicação
e de distribuição, bem como a redução das perdas de água por
escoamento superficial e por percolação profunda;
4) avaliação técnica de sistemas de irrigação por sulcos e
por aspersão, que compreende a identificação de fatores que
podem concorrer para a obtenção de baixas eficiências de irrigação,
redução da produtividade das culturas, elevação do lençol
freático e salinização dos solos;
5) avaliação técnica de sistemas de irrigação localizada,
compreendendo a realização de estudos em laboratório e em
propriedades, visando a identificação de fatores que podem
prejudicar a operacionalização do sistema de irrigação, bem
como o seu manejo de água e de nutrientes;
6) o desenvolvimento de um aparelho denominado bulbo infiltrômetro,
que condiciona a determinação das dimensões do bulbo molhado
a nível de campo, evitando o uso de dados tabelados e, assim,
subsidiar a concepção do sistema de irrigação por gotejamento
melhor adequado a uma condição específica.
Atualmente
estão sendo testados a viabilidade de uso de sistema de irrigação
por gotejamento e por microaspersão para a cultura da videira
em Vertissolo, com o objetivo de definir o sistema que proporcione
a obtenção de produtividades rentáveis e de frutos que atendam
às exigências de mercado, mas que minimize o efeito de compactação
desse solo, proporcionado pelo intenso tráfego de máquinas e de
implementos nos parreirais. Também está em fase de teste o uso
do sistema de irrigação por gotejamento subsuperficial em solos
das classes Vertissolo e Latossolo, que visa a elevação da eficiência
de uso de água pelas culturas, compreendendo a determinação da
profundidade mais adequada para o enterrio das linhas laterais,
da vazão dos emissores que apresentem uma melhor distribuição
e de umidade e de nutrientes no perfil do solo e a adequação do
sistema de plantio para culturas de ciclo curtos.
Manejo
de Água e de Nutrientes via água de irrigação
Chuvas escassas e concentradas num curto período de tempo (3 a
4 meses por ano), com intensidades e frequências variadas na área
semi-árida da Região Nordeste ressaltam a importância da tecnologia
de irrigação na oferta de água para a agricultura. O cultivo sob
condições irrigadas eleva de forma significativa a produção de
alimentos e a geração de emprego e renda.
Dentre os solos predominantemente utilizados nas áreas irrigadas
da região semi-árida do Nordeste, destacam-se:
- 1) as Areias
Quartzosas com 90% de areia, cuja capacidade de retenção de
água é da ordem de 0,45 mm/cm;
2) os Latossolos com teor de areia variando em torno de 78%,
cuja capacidade de retenção de água oscila em torno de 0,93
mm/cm;
3) os Vertissolos com teor de argila em torno de 70%, em que
a sua capacidade de retenção de água é da ordem de 1,66 mm/cm,
englobando solos com profundidades que podem variar de 0,50
a 3,00 m ou mais.
O
conhecimento da distribuição do sistema radicular das plantas
nos diversos tipos de solos, perante as diversas modalidades de
sistemas de irrigação é de fundamental importância. Ele subsidia
a escolha correta da modalidade sistema de irrigação e o manejo
eficiente de água e nutrientes.
As pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Semi-Árido referente ao
manejo de água nas culturas irrigadas, tem compreendido a definição
dos índices de oferta hídrica ao longo de todo o ciclo fenológico
ou em fases fenológicas específicas. Isto gera informações que
otimizam o uso da água aplicada através da irrigação, maximizam
a produtividade das culturas irrigadas e obtém-se frutos que atendem
às exigências dos mercados consumidores. Dentre estas pesquisas
podem-se destacar:
- 1) o manejo
de água no período de maturação da uva sob irrigação localizada
que visa o aumento dos atributos de qualidade da uva por ocasião
da colheita e da preservação destes durante a vida de prateleira,
bem como o aumento da vida pós-colheita;
2) ajustamento de coeficientes de cultivo para a videira para
a região do Submédio São Francisco, visando a quantificação
da necessidade hídrica uma das suas fases fenológicas em período
específico do ano;
3) A Embrapa Semi-Árido também tem desenvolvido estudos relativos
a aplicação de nutrientes via água de irrigação nas culturas
irrigadas, compreendendo a definição da frequência de fertirrigação,
período de aplicação, níveis e fontes de nutrientes, visando
a maximização da produtividade dessas culturas e a obtenção
de frutos que atendam às exigências dos mercados consumidores.
Dentre os resultados obtidos, pode-se destacar o sistema de
produção fertirrigado para a cultura melão, que pode proporcionar
a obtenção de produtividades de até 30 t/ha para solos de
textura arenosa e superior a esta para solos de textura argilosos,
sob condições de irrigação por gotejamento.
Estão
sendo desenvolvido estudos visando a adequação do manejo de água
no período de indução floral da cultura da mangueira e o manejo
de água no período de repouso fenológico da goiabeira; a avaliação
técnica da intermitência do tempo e da frequência de irrigação,
sob sistema localizado na cultura da videira, em duas classes
de solo predominantes da região do Submédio São Francisco, visando
a otimização do manejo de água e, consequentemente, do manejo
de nutrientes via água de irrigação; a determinação de coeficientes
de cultivo para as culturas da mangueira, bananeira e da goiabeira,
na região do Submédio São Francisco.
Na área de manejo de nutrientes via fertirrigação, vem sendo desenvolvido
estudos com as culturas da uva, manga, banana, abacaxi, melão
e melancia, em duas classes de solos predominantes da região do
Submédio São Francisco.
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