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Agricultura de vazante: opção de cultivo para o período seco (13/03/2003) 

Os solos úmidos das margens de barragens e açudes descobertos pela água na seca formam áreas de cultivo que os produtores podem utilizar para aumentar os estoques de alimentos para as famílias e de forragens e manter o rebanho em boas condições nutricionais no período de estiagem. Sábado, dia 15 de março, a partir das 9h, pesquisadores da Embrapa Semi-Árido (Petrolina/PE), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, realizam um dia-de-campo na localidade de Pau Ferro, em Petrolina (PE) para demonstrar como intensificar o uso dessas áreas nos sistemas de produção do semi-árido.

O evento acontecerá na propriedade do agricultor Pedro Cesário dos Santos e irá apresentar várias inovações em relação ao que os produtores cultivam nas áreas de vazantes. Pedro, por exemplo, repetia sempre os plantios de mandioca e milho semeando-os de forma tradicional. Nas Unidades de Observação implantadas por pesquisadores da Embrapa Semi-Árido, foram introduzidas novas culturas, tais como: guandu Taipeiro (forrageiro) e Petrolina (consumo humano), sorgo e mandioca.

Técnicas de conservação – No sistema tradicional de cultivo nas áreas de vazante, o produtor abre covas e planta as sementes. Para o pesquisador Francisco Pinheiro de Araújo, da Embrapa Semi-Árido, o dia-de-campo irá demonstrar uma outra técnica que é pouco utilizada no semi-árido, em especial nas propriedades dos agricultores familiares: a abertura de sulcos em curva de nível. Esta técnica dá aos produtores as vantagens de conservação do solo e, devido aos sulcos, permite que se faça uma irrigação para salvar a cultura no caso de a evaporação ser muito intensa e o solo da vazante perder a umidade de forma rápida, explica o pesquisador.

As curvas de nível são feitas acompanhando a linha da água. Seguindo o limite da água, o produtor bate uma linha de estacas que servirá de orientação na abertura dos sulcos. O preparo do solo pode ser feito por meio de tração manual ou animal.

O dia-decampo apresentará ainda mais três tecnologias, todas elas voltadas para o armazenamento e conservação de forragens na época seca. Uma será o feno de guandu, outra o aproveitamento da parte aérea e da raspa da mandioca e, por fim, a silagem e feno da maniçoba. Esta espécie, embora não esteja entre as plantadas na área da vazante, é nativa do
semi-árido, apresenta grande resistência à seca, bons níveis de proteína para o rebanho e são pouco utilizadas pelos pecuaristas da região.

O dia-de-campo é uma atividade do projeto "Transferência de Tecnologia para incrementar a atividade ovino-caprina no eixo Petrolina/Juazeiro", executado pela Embrapa com financiamento do Banco do Nordeste. A falta de alimentação para o rebanho na época de seca é fator que muito limita a produção pecuária na região, afirma o pesquisador Rebert Coelho Correia, coordenador do dia-de-campo. Os técnicos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Reforma Agrária do Município de Petrolina e do Banco do Nordeste foram convidados para o dia-de-campo. Também estarão presentes produtores de Petrolina e do município piauiense de Acauã, onde foi lançado o programa Fome Zero.

A exploração agrícola de vazantes de açude e barragens com "irrigação de salvação" não compromete a oferta de água para o consumo humano e animal, devido à reduzida lâmina de água aplicada, garante Francisco Pinheiro.

Maiores informações:
Rebert Coelho Correia – pesquisador, Embrapa Semi-Árido, tel. 87 3862 1711
Endereço eletrônico: rebert@cpatsa.embrapa.br

Francisco Pinheiro Araújo – pesquisador, tel 87 3862 1711
Endereço eletrônico: pinheiro@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro - Jornalista - Embrapa Semi-Árido, tel 87 3862 1711
Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br


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