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 Combate à fome no semi-árido mobiliza instituições públicas e organizações não governamentais

A FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, vai instalar na sede da Embrapa Semi-Árido, em Petrolina (PE), seu primeiro escritório técnico na Brasil. Segundo Eliana Ferreira, o momento é de grande maturidade na cooperação da FAO com o Brasil, pela política de combate à fome do governo brasileiro que se “encaixa perfeitamente” com o mandato da institu-ição internacional. Eliana, que trabalha na representação da FAO no Brasil, está participando do seminário “Desenvolvimento territorial e convivência com o semi-árido brasileiro – Experiências de aprendizagem”, que começou hoje na cidade de Petrolina e termina no próximo dia 29.

Desde a Cúpula Mundial da Alimentação, realizada em 1996, os países presentes aprovaram de forma consensual que até 2015 seria feito grande esforço para reduzir pela metade os níveis de fome no mundo. O que se constatou na Cúpula Mundial da Alimentação – Cinco anos depois, ocor-rida em Roma, é que se permanecer a tendência atual não será possível atingir a meta. A ênfase dada pelo governo ao problema da fome vai servir para a FAO demonstrar mundialmente que é possível combater a fome, afirma Eliana.

Rural – O seminário é organizado pela FAO e Embrapa Semi-Árido. Gustavo Chianca, Diretor Exe-cutivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, diz que a instituição está assumindo mais um desafio com sua integração junto ao Ministério Extraordinário da Segurança Alimentar (MESA): apoiar ações que melhorem as condições produtivas dos agricultores familiares, que são o seg-mento majoritário da agropecuária nordestina.  Não se trata de fazer isso de forma isolada, mas integrada a outras instituições e comunidades rurais com suas organizações que é a base da me-todologia de desenvolvimento territorial.

Também presente ao seminário, o representante do Ministério Extraordinário da Segurança Ali-mentar (MESA), Otávio Balssati (???), considera que o seminário é um marco dentro das ações do governo no Programa Fome Zero. Desde que foi lançado, formou-se a convicção de que o Progra-ma não teria um caráter assistencialista apenas no início e que seria formatado por ações estru-turantes de mudança na base produtiva das propriedades rurais, com maior inserção no mercado e organização dos produtores.

Marcelo Duncan, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que proferiu palestra sobre “O desenvolvimento territorial: o projeto do MDA”, afirma ser necessário abrir espaço nas políticas públicas para o meio rural que é onde mais se tem exclusão social. Citando dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ele explica que das 500 microrregiões identi-ficadas no Brasil, 450 (80%) estão situadas nas áreas rurais. Nestas microrregiões estão 33% da população do país, concentram 82% dos municípios e 90% da superfície do país. Estes dados reve-lam a necessidade de se ter políticas públicas para as áreas rurais do Brasil, ressalta.

Na sua opinião, a questão do combate à exclusão nas áreas rurais precisa ser inovada na forma como se articula as políticas públicas com as demandas sociais. A opinião geral é que a maior parte dos investimentos aplicados no desenvolvimento rural não operaram os resultados preten-didos. O problema afirma Marcelo, é que a grande maioria dos agricultores familiares não se a-propriaram dos recursos investidos, apesar da tecnologia disponível e das condições satisfatórias de financiamento da produção. A aplicação da metodologia de desenvolvimento territorial no apoio à agricultura familiar e no combate á fome cria um novo espaço para que a sociedade e as instituições públicas pactuem medidas que promovam inclusão social.

Do seminário participam cerca de 200 técnicos de organizações governamentais e não governa-mentais. Com o evento, a FAO pretende ajustar sua metodologia de atuação no apoio ao Progra-ma Fome Zero. Amanhã, a programação do seminário prevê uma mesa redonda com experiências de trabalhos de mobilização e de participação social promovidas por várias ongs que atuam no semi-árido.

Mais informações:

Marcelino Ribeiro – Jornalista, Embrapa Semi-Árido – tel 87 3862 1711
Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br


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