Banco
de Notícias da Embrapa Semi-Árido
Embrapa
e associação
de produtores promovem degustação de carne de cabrito ecológico
A
Embrapa Semi-Árido promove, na sede da Associação dos Criadores de Caprinos
e Ovinos de Petrolina e Região (Asccoper), a primeira degustação de carnes de
Cabritos criados em sistema de produção orgânica. A degustação será feita por
especialistas e consumidores que avaliarão a qualidade e o sabor da carne do “cabrito
ecológico” e, também, deverão compará-la com as carnes caprinas de animais criados
de maneira tradicional. A Embrapa Semi-Árido quer desenvolver um produto diferenciado
que atenda a crescente demanda no mercado por alimentos saudáveis sem riscos
ambientais, explica o pesquisador Evandro Vasconcelos Holanda Júnior, da Embrapa
Semi-Árido.
A qualidade nutricional da carne caprina já contém significativo apelo mercadológico:
menos gordura entre os músculos ou mesmo de cobertura, menor taxa de colesterol
e menos calorias em relação a outras carnes. O estabelecimento de um sistema
orgânico de produção de cabrito incorpora a essa carne, além de maciez e suculência,
novas qualidades relacionadas à forma de criação desses animais associadas ao
pasto natural, ao uso de cortes especiais e padronizados da carne e rigoroso
controle higiênico-sanitário na produção, processamento e distribuição. É um
modelo de criação bastante diferente das práticas tradicionais que exercem pressão
negativa sobre as plantas forrageiras nativas e pelo uso generalizado de insumos
químicos como vermífugos, piolhicidas, “mata-bicheiras” dentre outros, explica
Evandro Vasconcelos.
Valorização – Na região Nordeste está concentrado o maior rebanho de caprinos
do Brasil. Do total de 9,5 milhões de cabeças do país, cerca de 93% são criados
nos estados nordestinos. A produção desses animais ocorre, principalmente, em
pequenas propriedades, frágeis financeiramente, com baixa tecnologia e pouco
acesso ao crédito. Segundo Evandro, o sistema de criação ecológica vai permitir
ao produto tradicional, a carne de caprino, ganhar características importantes
e estratégicas para competir com as novas tendências de mercado: valorização
de produtos locais, associado a características do ambiente e da cultura. Esse
conjunto de fatores é fundamental para alcançar melhores preços e maiores espaços
de comercialização, assegura. A pesquisa da Embrapa Semi-Árido é financiada
com recursos do Banco do Nordeste.
Os animais abatidos para a degustação estavam com 8 meses de nascido e pesando,
em média, 22 quilogramas. Entre os produtores que fazem o manejo tradicional
do rebanho, o abate costuma acontecer entre os 14-16 meses. Outros bons resultados
constatados pelos pesquisadores são a taxa de nascimento de 1,71 crias nascidas/parto,
1,40 matrizes exposta à reprodução e 3% de mortalidade das crias. No geral, o
desempenho alcançado no sistema orgânico foi cinco vezes superior ao registrados
nos modelos tradicionais de criação, revela o pesquisador da Embrapa Semi-Árido.
Os animais avaliados eram “filhos” de reprodutores da raça Bôer com cabras comuns
da região semi-árida. A alimentação é baseada no uso da caatinga associada a
forragens cultivadas tolerantes à seca. Esses cultivos são utilizados com pastejo
suplementar e para a produção de forragem conservada em silos e fenos. O controle
de ectoparasitas e verminoses foi realizado com receitas homeopáticas, combinado
ao tratamento com uma planta de origem indiana de nome Nim. Na limpeza e desinfecção
periódicas das instalações foi aplicado cal e creolina. As verminoses foram tratadas
com rotação de pastos e aplicação de pó-de-alho e Nim. Todas as etapas da produção
observaram os princípios e técnicas recomendadas pelas normas de certificação
dos produtos orgânicos, explica o pesquisador Daniel Maia Nogueira, da Embrapa
Semi-Árido.
Durante a degustação, os pesquisadores e técnicos de instituições parceiras no
projeto do cabrito ecológico como o Centro regional de Tecnologia de Alimentos – SENAI/CERTA,
Centro Federal de Tecnologia de Petrolina – CEFET e o Instituto Regional da Pequena
Agropecuária Apropriada (IRPAA), irão medir a percepção sensorial das carnes
por partes dos consumidores a fim de avaliar sua aceitabilidade pelo mercado.
Mais informações:
Evandro Vasconcelos de Holanda Júnior, pesquisador, Embrapa Semi-Árido – tel.
87 3862 1711
Endereço eletrônico: evandro@cpatsa.embrapa.br
Daniel Maia Nogueira – pesquisadores, Embrapa Semi-Árido – tel. 87 3862.1711
Endereço eletrônico: ou daniel@cpatsa.embrapa.br
Marcelino Ribeiro – jornalista, Embrapa Semi-Árido – tel. 87 3862 1711
Endereço Eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br
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