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Banco de Notícias da Embrapa Semi-Árido

Especialistas lançam calendário com projeções de oferta mensal de cebola em 2004

 Analistas do mercado de cebola recomendam cautela aos produtores no plantio desse ano. Projeções de cultivo realizadas por técnicos dos estados produtores no Brasil e Argentina e divulgadas no documento “Escalonamento Mensal de Oferta – Brasil/Mercosul – 2004” estimam que a safra de cebola no mercado brasileiro deverá ser maior que o consumo entre os meses de janeiro a agosto. Só a partir de setembro, se não houver ampliação da área cultivada, eles estimam que essa relação deverá se inverter, e as margens de renda do negócio podem passar a um patamar favorável.

As informações que constam no documento foram apresentadas durante o XVI Seminário Nacional de Cebola e VII Seminário de Cebola do Mercosul, realizado na cidade de Ituporanga, em Santa Catarina, no início do mês de março. Embora elas sejam uma estimativa que pode sofrer alterações significativas ao longo do ano, estão baseadas em dados colhidos por técnicos de várias instituições públicas e organizações não governamentais nos estados produtores e refletem uma tendência do setor. Com sua divulgação anual há 16 anos é resultado do esforço de entidades, como a Associação Nacional de Cebolicultores (ANACE) e associações regionais de produtores de cebola o mercado ganhou maior organização e os produtores um bom instrumento para planejamento dos seus cultivos, afirma o pesquisador Nivaldo Duarte Costa, da Embrapa Semi-Árido.

Não queima mais – Os técnicos buscam dados em fontes diversas para elaborarem o calendário mensal de ofertas. Nivaldo Duarte, que coletou as informações nas áreas produtoras da Bahia e Pernambuco, explica que tomou como base a previsão de safras mensais as quantidades de sementes adquiridas ou contratadas pelas empresas distribuidoras de sementes da região. Outra coleta de dados foi feita observando o calendário de plantio nas áreas produtoras. Nas outras regiões do Brasil e Argentina, os técnicos usam esses mesmos recursos, afirma.     

 

A divulgação de um calendário mensal de oferta de cebola está ajudando a tornar a atividade mais profissional e menos imprevisível. Com uma estimativa de consumo nacional, em 2004, da ordem de 75 mil toneladas por mês, os técnicos e produtores fazem as previsões mensais de produção colocada no mercado. A superação da oferta em relação ao consumo durante quase todos os meses do ano é conseqüência da entrada da cebola argentina no mercado brasileiro. Nesses meses, a expectativa é dos preços serem poucos atrativos, revela Nivaldo. 

 

Antes do calendário e desconhecendo os planos de plantio em outras regiões do país, era comum atitudes desesperadas de produtores nas principais zonas de plantio da Bahia e Pernambuco queimando ou jogando no rio safras inteiras de cebola de suas propriedades.

 

Conscientização – O pesquisador da Embrapa considera que ainda é necessário um trabalho de conscientização junto aos produtores e de aprimoramento dos métodos de coleta de informações para que o calendário se consolide com grande credibilidade. O mercado de cebola ainda se mantém muito inconstante em conseqüência das bruscas variações de preços. Quando eles atingem valores elevados, os produtores correm a plantar e ampliar áreas de plantios esperando o mesmo resultado na safra que raramente acontece. Daí é que uma característica do mercado dessa olerícola é a grande amplitude entre preços mínimos e máximos pagos pelo saco de 20 kg: em 1997, chegou-se a pagar por um saco cerca de R$ 16,40; dois anos depois, o preço pela mesma unidade retraiu para R$ 1,60.

 

Esses altas e baixas de preços é um problema dos mais sérios enfrentados pela cebolicultura. O consumo anual de cebola no Brasil é de 900 mil toneladas. É um grande mercado que pode abrigar de forma sustentável os agricultores das regiões produtoras do país – Rio Grande o Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. A expansão de cultivos de maneira desordenada, estimulado por preços favoráveis de ocasião resulta na desvalorização da cebola e na fragilização da atividade enquanto um negócio rentável e que emprega uma mão-de-obra expressiva, afirma Nivaldo Duarte. Os produtores precisam estar mais organizados, diz.   

 

Produtividade em alta - um aspecto que vem se mantendo consistente e em alta é a produtividade da cebola. Nos últimos 23 anos a quantidade média de cebola colhida por hectare no Brasil teve um incremento da ordem de 67,65%: saiu de 10.484 kg/ha para os atuais 17.570 kg/ha Esse crescimento é resultado de novas tecnologias que foram geradas pela pesquisa para os sistemas de cultivo da hortaliça, diz o pesquisador da Embrapa.       

 

 

ESCALONAMENTO MENSAL DE OFERTA -  BRASIL/MERCOSUL -2004       (t)

 

MÊS

ESTADOS PRODUTORES

TOTAL DO

BRASIL

ARGENTINA

TOTAL DO

MERCOSUL

 

    RS

     SC

   PR

  SP

 MG

   BA/PE

jan

30.000

42.000

15.000

 

995

5.540

93.535

          -

93.535

fev

25.000

54.000

15.000

 

 

2.750

96.750

10.000

106.750

mar

10.000

60.000

12.000

 

 

3.050

85.050

20.000

105.050

abr

10.000

54.000

7.730

 

4.165

10.750

86.645

30.000

116.645

maio

5.000

36.000

 

6.725

6.375

6.700

60.800

50.000

110.800

jun

 

9.000

 

18.185

20.345

28.600

76.130

50.000

126.130

jul

 

 

 

25.323

14.990

22.200

62.513

20.000

82.513

ago

 

 

 

54.631

11.932

22.800

89.363

10.000

99.363

set

 

 

 

47.680

7.090

25.500

80.270

10.000

90.270

out

5.000

2.000

4.000

31.275

5.030

28.000

75.305

 

75.305

nov

15.000

15.000

8.000

23.001

2.840

18.000

81.841

 

81.841

dez

25.000

25.000

16.000

6.665

950

12.000

85.615

 

85.615

TOTAL

125.000

297.000

77.730

213.485

74.712

185.890

973.817

200.000

1.173.817

Ha

9.718

21.500

6.078

6.981

1.875

9.285

55.437

 

 

t/ha

17,35

18,61

13.50

30.58

39.85

20.02

17.57

 

 

 

Fonte: ICEPA/AS - INTA - Estados Produtores                               

Estimativa de consumo nacional: 75.000 t/mês.

 

  

Mais informações:

Nivaldo Duarte – Pesquisador – endereço eletrônico: ndcosta@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – Jornalista – endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br

 

Embrapa Semi-Árido – tel. 87 3862 1711

 

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