Fundação
Banco do Brasil financia projeto da Embrapa
A Embrapa Semi-Árido e a Fundação Banco do Brasil assinam no dia 26 de fevereiro convênio de cooperação financeira no valor de R$ 149.763,44 para complementar os recursos necessários ao desenvolvimento do projeto intitulado “Sistema Integrado de Reuso de Rejeitos da Dessalinização por Osmose Inversa”. A solenidade de assinatura acontece a partir das 8 h 30 min, no Auditório do Banco do Brasil, no centro de Petrolina (PE). O projeto, que conta com a participação da Codevasf e Compesa – empresa de água de Pernambuco, tem por objetivo criar um sistema que use em atividades produtivas e geradoras de renda, o rejeito da água dessalinizada pelo processo de osmose inversa. O rejeito contém altas concentrações de sais, e sua deposição no solo, como é comum nas comunidades onde estão instalados equipamentos dessalinizadores, contamina os mananciais de água subterrâneos, além do próprio solo. Segundo Everaldo Rocha Porto, pesquisador da Embrapa Semi-Árido e coordenador do projeto, a dessalinização de água via osmose inversa é uma alternativa inovadora e eficaz na conversão de água salgada em água de boa qualidade já consolidada em diversos países do mundo. Seu uso no semi-árido nordestino pode representar um passo importante na resolução do problema de água potável na região semi-árida. A área dessa região localizada no embasamento cristalino, as águas dos aqüíferos têm sua composição de sais alterada e, conforme especialistas, 80% das águas dos poços perfurados no Polígono da Seca apresentam teores de sais acima do aceitável para o consumo humano que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde é 500 mg/l. Para aproveitar essa água, assegura Everaldo, só recorrendo às tecnologias de dessalinização. No sistema que vai ser
desenvolvido pelo projeto, será avaliado o uso do rejeito
na criação de Tilápia Rosa e do Camarão Branco do
Pacífico. A piscicultura de água salobra tem por fim
melhorar as condições de vida no semi-árido, com o
fornecimento de proteína animal de alta qualidade para as
comunidades, como também ampliar a geração de renda com a
comercialização dos excedentes gerados. No sistema
ainda será estabelecido o manejo adequado da erva sal, que
receberá irrigação com o rejeito da dessalinização
provenientes dos reservatórios de criação dos peixes. A
erva sal é uma forrageira de boa qualidade nutricional para
ovinos e caprinos e está integrada ao projeto pela sua
capacidade de retirar sais do solo. No sistema, portanto,
ela atua, também, como planta despoluidora de solos
afetados pela salinidade do rejeito.
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