Banco
de Notícias da Embrapa Semi-Árido
Produção
de arroz cresce no Semi-Árido de Pernambuco
Com áreas de plantio em
franca expansão, a cultura do arroz avança para
firmar no sertão pernambucano um novo pólo de desenvolvimento
agrícola formado pelos municípios de Orocó,
Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista e Belém do São
Francisco. No ano passado foram colhidos nessa região
cerca de 350.000 mil sacos de 60 kg em 3.500 hectares. Para 2004,
as estimativas apontam o crescimento da área plantada
para 6-8 mil ha e o aumento da produtividade de 6 mil para 9
mil t/ha.
Esses
dados favoráveis aquecem uma cadeia de negócios em
torno da cultura. Por um lado, agricultores familiares experimentam
o emprego de novas tecnologias em suas propriedades a fim de aumentar
o tamanho das safras e a qualidade dos grãos colhidos. Em
outra ponta, as fábricas de processamento e beneficiamento
de arroz ampliam sua capacidade operacional – a maior delas, que
em 1994 ensacava 80 fardos/dia, hoje embala cerca de 2000 fardos/dia
(um fardo equivale a 30 kg). Em outra iniciativa, os índios
da tribo Trukás preparam o lançamento de uma marca
própria para o cereal que colhe em suas terras.
Rendimento – No
estudo “O Arroz e sua Cadeia Produtiva” realizado pelo Escritório
de Petrolina do Sebrae, estima-se que a renda bruta anual da cultura
do arroz é de mais de 4 milhões e 700 mil reais.
Com uma população de pouco mais de 26 mil habitantes,
a circulação desse montante de recursos é representativa
para a realização de negócios e o desenvolvimento
econômico local, afirma Edneide Libório, responsável
pelo Setor de Rizicultura do Escritório.
Em
Santa Maria da Boa Vista, o presidente da Associação
de Produtores de Arroz, Jerônimo Andrade, revela que essa
cultura tornou-se importante alternativa para os agricultores.
O manejo da cultura é mais simples e menos onerosa que outras
opções de plantio na região como as frutas,
afirma. Além disso, com o rendimento médio de 100
sacos de 60 kg por hectare e a remuneração, também,
média de 35 reais por saco, os produtores conseguem até uma
certa folga para saldar empréstimos bancários, garante
ele.
O que
falta aos agricultores é aumentar a produtividade dos plantios
e reduzir custos de produção, explica Jerônimo
Andrade. Atualmente, para plantar e manter um hectare de arroz
os produtores precisam investir algo em torno de R$ 1.500, e R$
1.600,. É muito alto, afirma o representante dos agricultores.
Em Santa Catarina, os gastos para a mesma área são
menores: apenas 900 reais. A gente ainda planta como os nossos
pais, diz.
Sementes
básicas - Problemas dessa natureza estão
sendo enfrentados pelo Programa de Fortalecimento da Cadeia Produtiva
de Arroz, coordenado pelo Sebrae – Escritório de Petrolina.
Para 2004, um dos objetivos desse programa é aumentar
a produtividade dos rizicultores para 9 t/ha de forma economicamente
viável. Da mesma forma, pretende concluir um programa
de manejo da lavoura para os produtores de arroz e a comunidade
de índios Truká, e executá-lo em parceira
com o Escritório de Petrolina da Embrapa Negócio
Tecnológico e o Senar.
A ação
da Embrapa nesse programa já resultou em uma inovação
tecnológica importante para o alcance da meta de elevação
da produtividade: o fornecimento de sementes fiscalizadas a preços
baixos para os produtores. Há cerca de 10 anos que os arrozais
da região são plantadas a partir de grãos
colhidos em safras anteriores. Dessa forma, o produtor se ressente
de vários problemas: os grãos possuem uma carga genética
e fitossanitária inferior que repercute na produtividade
baixa, na infestação das áreas cultivadas
por plantas daninhas, plantas atípicas como a do “arroz
vermelho” e até a panela ressente de um produto de qualidade
melhor, explica o pesquisador Lázaro Eurípedes Paiva,
Gerente do Escritório de Negócios de Petrolina da
Embrapa SNT.
Em
outra ação, que contou com apoio da área de
transferência de tecnologia da Embrapa Semi-Árido,
o Escritório da Embrapa SNT organizou um dia de campo sobre
a cultura para cerca de 150 produtores que estão integrados
ao Programa do Sebrae. Pesquisadores da Embrapa e um técnico
da maior empresa de beneficiamento de arroz da região, deram
palestras sobre os manejos da fertilidade de solo, colheita e pós
colheita, pragas, e doenças na rizicultura. Com mais e melhores
tecnologias, os agricultores irão dar uma nova dinâmica
não apenas ao rendimento das suas propriedades, vão
fortalecer a estrutura econômica da região, o que
amplia as oportunidades de emprego e renda para todos, enfatiza
Lázaro Paiva.
Contatos:
Edneide Libório – Sebrae – tel.
87 3862 2728
Endereço eletrônico: edneide@pe.sebrae.com.br
Lázaro Eurípedes Paiva – Pesquisador, Embrapa Negócios
Tecnológicos - tel. 87 3862 2845
Endereço eletrônico: plazaro@cpatsa.embrapa.br
Marcelino Ribeiro – Jornalista,
Embrapa Semi-Árido – tel 87 3862 1711
Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br
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