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Banco de Notícias da Embrapa Semi-Árido


Núcleo de desertificação de Pernambuco terá plano de revitalização

 

O combate à desertificação no Brasil vai começar pela região de Cabrobó, no interior de Pernambuco. O plano para revitalização dessa área encontra-se em fase de elaboração e tem prazo para ser concluído até o próximo mês de maio. Em 17 de junho, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Dia Mundial de Combate à Desertificação, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, vai assinar convênios que autorizam a a execução do plano.

Para o deputado federal Edson Duarte, que coordena o grupo de Trabalho na Câmara dos Deputados responsável pelo acompanhamento da implantação do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN), já era hora do país dar esse passo e construir algo prático que demonstre a capacidade de reverter esse sério problema ambiental que já afeta cerca de 180 mil km2 . As perdas econômicas que decorrem desse problema são estimadas em 100 milhões de dólares.
Segundo Duarte, há uma grande expetativa em todo o mundo sobre as soluções buscadas pelo governo federal para recuperar as áreas degradadas do país. O Brasil, que é signatário da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca – UNCCD, chama a atenção por praticar políticas públicas de inclusão social da sua população mais pobre – a mais afetada pelos processos de degradação do meio ambiente.

Quatro núcleos - O Nordeste concentra os casos mais graves de desertificação do país. Nesta região há estados com extensa área dos seus território já afetadas por vários estágios de degradação. Estudo realizado pelo pesquisador Iedo Bezerra Sá, da Embrapa Semi-Árido, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, revela que na região já são mais de 20 milhões de hectares o tamanho da área atingida por processos de degradação em níveis que variam de baixo, acentuado, moderado e severo. A maior parte dessa área, cerca de 62%, encontra-se na situação mais intensa de deterioração ambiental.

As áreas afetadas mais seriamente, contudo, estão localizadas nos núcleos de Cabrobó – PE, Gilbués (PI), Irauçuba (CE) e Seridó (RN). Reunidos na sede da Embrapa Semi-Árido, técnicos de instituições públicas federais, prefeitos municipais e representantes da Câmara de Deputados e de organizações não-governamentais adotaram a estratégia de focar o plano de revitalização em único núcleo. Dessa forma, se consegue ter uma atuação abrangente e melhor articulada e evita-se o risco de realizar ações pulverizadas e quase sem efeito algum sobre a área atingida, explica o deputado Duarte.

Preocupação mundial – O Programa Ação Nacional de Combate à Desertificação prevê a atuação com base em quatro eixos temáticos: redução da pobreza e da desigualdade; preservação, conservação e manejo sustentável dos recursos naturais; ampliação sustentável da capacidade produtiva e gestão democrática e fortalecimento institucional. Essa visão abrangente do PAN é elogiada por Duarte, para quem o documento não se encerra apenas nos preceitos da ecologia mas se apresenta como um instrumento para o desenvolvimento sustentável.

A elaboração do plano de revitalização está sob a coordenação dos pesquisadores Iedo Sá (Embrapa Semi-Árido) e Aderaldo Souza Silva (Embrapa Meio Ambiente). Os objetivos gerais que se pretende alcançar com a sua implantação é a minimização dos efeitos da seca, em função da transferência de tecnologias de convivência com o semi-árido e além da construção de indicadores de sustentabilidade ambiental. Está previsto ainda a avaliação e monitoramento dos impactos sociais, econômicos e ecológicos no área do núcleo em função da instalação da infra-estrutura de captação e condução das águas provenientes da transposição do rio São Francisco no município de Cabrobó.

A contenção das áreas desertificadas mobiliza os governos e as sociedades de várias partes do planeta. As áreas degradadas no mundo hoje se estendem por cerca de 61,3 milhões de km2 - algo em torno de um terço da superfície da terra. Conforme dados da ONU, este fenômeno vem colocando fora de produção cerca de 60.000 km 2 de terras férteis por ano.

Apesar disso, o coordenador do Programa de Luta contra a Desertificação na América do Sul, Gertjan B. Beekman, reconhece que mantém uma expectativa otimista quantos aos resultados das muitas ações que hoje acontecem em várias partes do planeta com o objetivo de conter a degradação dos recursos naturais e a pobreza de pequenos agricultores.

Contatos:
Iedo Bezerra Sá – pesquisador
Endereço eletrônico: iedo@cpatsa.embrapa.br

Aderaldo Souza Silva – pesquisador
Endereço eletrônico: aderaldo@cpatsa.embrapa.br

Marcelino Ribeiro – jornalista
Endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br

Embrapa Semi-Árido – tel. 87 3862 1711

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