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Embrapa demonstra tecnologias para melhorar
produtividade da bananeira

Em média, 25 t/ha/ciclo (12-14 meses) é a produção registrada nos pomares de banana no Polo de Irrigação de Juazeiro/Petrolina. As tecnologias disponíveis, no entanto, têm potencial para elevar a colheita para 40 t/ha no mesmo período. Essas tecnologias vão ser demonstradas a produtores e extensionistas no dia 17 de abril, durante dia de campo que acontece a partir da 8:30 h, no Lote do IPA, Núcleo 8 do Projeto de Irrigação Senador Nilo Coelho.

No Polo de Juazeiro/Petrolina, a banana, variedade Pacovan, é cultivada em mais de 4 mil hectares de pequenas propriedades. Segundo o pesquisador Lázaro Eurípedes Paiva, da Embrapa Semi-Árido, plantar banana é quase um percurso obrigatório para os produtores que têm poucos recursos mas pretende entrar no negócio da fruticultura. Com custo de implantação relativamente baixo, manejo fácil e rápido retorno do dinheiro investido, a “cultura é a que dá para ele começar em qualquer momento”, explica o pesquisador.

Cultura rentável

A banana está entre as fruteiras mais rentáveis. Em um ciclo pode-se alcançar volumes de comercialização da ordem de 12 mil e 500 dólares por hectare. Entre 20% e 40% desse valor corresponde à renda líquida. Essa variação está na dependência dos tratos culturais empregados no pomar, principalmente no período próximo à colheita. Esse é um momento crítico da cultura que chega a determinar a ocorrência de perdas de até 40%, garante o pesquisador Elio José Alves, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, e que irá apresentar durante o dia de campo as práticas e manejos culturais recomendados para a bananeira.

Mais de 70% das bananeiras plantadas no Polo de Juazeiro/Petrolina estão no Projeto de Irrigação Senado Nilo Coelho. No ano passado, em cerca de 3.400 ha foram empregados 2.479 trabalhadores e produzidos 181.804.409 kg da fruta. O valor dessa produção foi de 27 milhões e 500 mil. Apesar desses números, o nível tecnológico dos pomares é muito baixo.

Ambiente favorável

De todas as fruteiras cultivadas nas áreas irrigadas de Juazeiro e Petrolina, na bananeira é onde menos se emprega tecnologia de produção, de colheita e pós-colheita, garante Lázaro Paiva. No entanto, as condições ambientais são propícias ao desenvolvimento da planta de bananeira. A umidade relativa baixa, até o momento, tem impedido que doenças foliares graves se instalem nos plantios da região. Duas dessas doenças, as Sigatokas Negra e Amarela, que causam danos à bananeira em todo o Brasil, não têm nenhum registro de ocorrência em Juazeiro e Petrolina.

Para Elio Alves, não há dúvida que, do ponto de vista climático, a região é muito favorável à bananeira. Dois fenômenos essenciais à boa produção de banana, luminosidade e temperatura, encontram-se na faixa ideal. Adicionando-se a esses fatores, a tecnologia de irrigação e os tratos culturais adequados, obtém-se cachos de muita qualidade. Inclusive, pela ausência de problemas sanitários de maior gravidade, a bananeira é uma planta fácil de ser produzida de forma orgânica, o que eleva seu valor de mercado.

Dia de Campo

O problema é que o produtor negligencia os cuidados que a bananeira exige, explica Elio Alves. Até mesmo orientações sobre o uso de plantas (eucalipto e bambu) que funcionem como barreiras de vento para a cultura enfrentam resistência por parte dos produtores. A variedade Pacovan, devido ao seu porte alto, cai com muita facilidade se submetida a uma ventania mais forte. Em vários pomares é pouco o cuidado que se tem com a cultura. E a bananeira tem suas exigências. Apenas com uma capina mensal, o produtor pode levar o pomar a obter rendimentos de até 80%. Contudo, se essa e outras práticas como desbaste, desfolha não forem realizadas, esse índice pode cair para percentuais abaixo de 30%.

O dia de campo vai reunir pesquisadores de duas Unidades da Embrapa: Semi-Árido e Mandioca e Fruticultura. O objetivo é disponibilizar as tecnologias de produção para que a cultura ganhe mais competitividade no agronegócio de frutas e torne mais rentável as pequenas propriedades responsáveis por quase toda a banana colhida no Polo de Juazeiro/Petrolina.

O dia de campo começa às 8:30. Até o seu encerramento, às 11 h, os participantes assistiram palestras com demonstrações práticas de várias tecnologias relacionadas às “Práticas e manejo cultura,”, “Adubação, irrigação e fertirrigação”, “Variedades” e “Produção de mudas (convencional e micropropagadas).
 

Maiores informações;
Lázaro Eurípedes Paiva – Pesquisador, Embrapa Semi-Árido -  tel: 87 3862 1711
endereço eletrônico: plazaro@captsa.embrapa.br
Elio José Alves – Pesquisador, Embrapa Mandioca e Fritucultura – tel 75 621 8000
endereço eletrônico: elio@cnpmf.embrapa.br
Marcelino Ribeiro – Jornalista, Embrapa Semi-Árido – tel 87 3862 1711
endereço eletrônico: marcelrn@cpatsa.embrapa.br


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