Pesquisa aponta maniçoba como planta de boa qualidade para consumo animal Amanhã, dia 18 de abril, a Embrapa Semi-Árido vai realizar um dia de campo sobre a “Maniçoba na produção animal”, no seu Campo Experimental da Caatinga, a partir das 8:30 h. A planta é nativa da caatinga, está disseminada por toda a região seca, e, segundo estudos recentes realizados por pesquisadores da instituição, tem boas qualidades com forragem para os rebanhos: nível de proteína acima de 20% e digestibilidade superior a 60%. Mais ainda: apresenta grande resistência à seca. Apesar disso, o uso da planta como forrageira sofre muitas restrições por parte dos produtores. Há um temor generalizado entre eles de que a maniçoba é muito tóxica e seu consumo pelos animais os levará a morte. Segundo o pesquisador da Embrapa Semi-Árido, Josias Cavalcante, que coordena o dia de campo, essa preocupação tem certa razão. A toxidade da maniçoba é semelhante à da mandioca. Nelas, há duas substâncias que se encontram separadas dentro da células quando os tecidos das plantas estão íntegros. Se ocorrem danos mecânicos ou fisiológicos aos tecidos, as substâncias entram em contato e produzem ácido cianídrico que tem alto grau de toxicidade. No entanto, se as plantas forem trituradas e postas a secar, o ácido é reduzido a um gás que evapora e sua presença residual na forragem não causa nenhum problema aos animais que a consumir, assegura Josias. É este processo de preparar a maniçoba de forma adequada para a alimentação animal que a Embrapa Semi-Árido vai apresentar durante o dia de campo. È um grande desperdício, numa região seca como o semi-árido, os produtores deixarem de usar uma planta com as qualidades nutritivas da maniçoba por falta de conhecimento técnico, diz o pesquisador. No dia de campo será apresentado orientações de como plantar e produzir a maniçoba e, também, as formas de aproveitá-la na alimentação animal. Na estação chuvosa, o produtor pode obter até 5 mil t de matéria seca por hectare de maniçoba. Esta produção é obtida em dois cortes: o primeiro, três meses após o início das chuvas; e o segundo, dois a três meses após o corte inicial. O feno da maniçoba acrescentado na dieta de novilhos alimentados com capim buffel, levaram os animais a apresentarem ganhos de peso superiores a 700 g/cabeça/dia. Numa região que enfrenta problemas de estiagem, este ganho de peso é muito expressivo, destaca Josias. Maiores informações:
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