Workshop discute
uso de imagem de satélite na agricultura irrigada
A
Embrapa Semi-Árido é uma das instituições em todo o mundo que está pesquisando
o uso de técnicas de sensoriamento remoto para monitorar áreas irrigadas.
A tecnologia usa imagens de satélites e complexos cálculos matemáticos,
chamados de algoritmos, para medir parâmetros físicos e biológicos
com o objetivo de aprimorar o gerenciamento das atividades de irrigação
em áreas extensas, e não em propriedades. Apesar de ainda estar em
desenvolvimento, alguns usos da técnica consegue alcançar índices
de precisão de acima de 80%, afirma o pesquisador Renival Alves de
Souza, responsável pelo Laboratório de Geoprocessamento da Embrapa
Semi-Árido.
Renival
e o pesquisador Ricardo Lopes Brito, da Embrapa Milho e Sorgo, coordenam
um workshop, que começou dia 4 e vai até o dia 14 de dezembro, na
cidade de Petrolina (PE), que está analisando a tecnologia e aperfeiçoando
seu uso nas culturas irrigadas , especialmente uva e manga as
frutas mais comercializadas no Polo de Juazeiro (BA)/Petrolina (PE),
no Vale do São Francisco. Do evento estão participando técnicos das
unidades da Embrapa, Semi-Árido e Milho e Sorgo, das universidades
federais da Paraíba e Rio de Janeiro, e do Perímetro irrigado Senador
Nilo Coelho. O workshop tem a consultoria do professor holandês,
Win Basttiaanssen, do International Institute for Aerospace Survey
and Earth Sciences (ITC).
Satélites
O
uso de técnicas de sensoriamento remoto para monitorar culturas de
grãos já está bem avançada. A previsão das safras de grãos em alguns
países da Europa, por exemplo, é feita com base nas imagens de satélites
e nos cálculos algoritmos. Em fruta, porém, as experiências tentadas
não tem sido bem sucedidas. Isto porque não se consegue ainda reconhecer
com precisão, por meio de imagem de satélite, as diferentes fruteiras
instaladas em área irrigada. A técnica, também, quando desenvolvida,
vai servir para que os gerentes de perímetros irrigados no Nordeste,
captem via satélite informações sobre déficit ou excesso hídrico
nos pomares, salinização do solo, evapotranspiração das culturas,
dentre outras que vão ajudar na operação eficiente das áreas irrigadas
na região.
No
workshop, os técncios estão aprofundando as pesquisas que solucionem
esta deficiência da técnica de sensoriamento remoto para fruticultura.
Eles estão trabalhando as imagens obtidas dos satélites CBERS fabricado
por um consórcio sino-brasileiro, Landsat 7 e NOOA ambos norte-americanos.
O Landsat 7, tem capacidade para "enxergar" imagens de
uma área de 30 x 30 metros (resolução espacial). A resolução do NOOA,
no entanto, é de 1,1 x 1,1 km. Este último, tem a vantagem , no entanto,
de captar imagens de um mesmo ponto da terra até quatro vezes a cada
24 horas, enquanto o Landsat completa uma volta ao mesmo ponto da
terra a cada 16 dias.
A
Embrapa Semi-Árido está desenvolvendo um subprojeto de pesquisa com
o objetivo exclusivo de adaptar a técnica para as condições da região
Nordeste. Neste ano, a unidade de pesquisa está investindo cerca
de 40 mil reais em ações do subprojeto o workshop é uma delas.
Ao longo dos últimos três anos, a unidade investiu, no Laboratório
de Geoprocessamento, mais de 82 mil reais na aquisição de equipamentos
e softwares que põe a unidade dentre as instituições de pesquisa
que usam o sensoriamento remoto no Brasil. Segundo Renival Alves,
o desenvolvimento da tecnologia é essencial para a expansão da fruticultura
irrigada no Nordeste de forma sustentável e eficiente. |