Seminário ressalta
vantagens da produção de vinho no Vale do São Francisco
A
comunidade científica reconhece: não há notícia de vinhos tropicais com a
qualidade dos que são produzidos no Vale do São Francisco. Nesta região, o
vinho tem características originais e uma “personalidade” que tem feito crescer
sua participação no mercado brasileiro e torná-lo competitivo no comércio internacional,
que exibe a tendência por consumo de vinhos jovens, afirma a pesquisadora Teresinha
Costa S. de Albuquerque, da Embrapa Semi-Árido.
O III Seminário sobre Vitivinicultura do Estado de Pernambuco, organizado pela
Embrapa Semi-Árido e Embrapa Uva e Vinho nos dias 10 e 11 de outubro, na cidade
de Petrolina (PE), irá apresentar o grande apoio institucional que a viticultura
possui, tanto no âmbito do desenvolvimento de pesquisas quanto na organização
comercial do setor e do investimento para expansão do pólo vitivinícola. Este
evento compõe a programação técnica da Vinhuva Fest’ 2003, que é promovida
pela Prefeitura Municipal de Lagoa Grande de 9 a 12 de outubro.
Na abertura do III Seminário, o presidente da Embrapa, Clayton Campanhola,
faz o lançamento da pedra fundamental do Laboratório de Microvinificação que
será instalado na sede da Embrapa Semi-Árido. Neste laboratório a Financiadora
de Estudos e Projetos (FINEP) irá investir cerca de um milhão de reais. Como
contrapartida, a Fundação Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP) aplicará quatro
milhões e trezentos e noventa mil no empreendimento. Quando em operação, disporá de
equipamentos modernos para monitorar a qualidade do vinho produzido na região.
Inclusive, para auferir a indicação de procedência do vinho, que é um atributo
de qualidade possuído por todas as tradicionais regiões vitivinícolas ao redor
do mundo.
A produção pernambucana de vinho, concentrada em oito vinícolas no município
de Lagoa Grande, já detém 15% do mercado nacional de vinhos finos. Essas empresas
produzem por ano cerca de sete milhões de litros de vinho fino de mesa e movimentam
um negócio de, aproximadamente, 50 milhões de reais.
A atividade deve crescer ainda mais. Atualmente, mais quatro vinícolas estão
se instalando na região e um grupo empresarial português deve instalar uma
fábrica para produção de garrafa. Até 2007, a estimativa é de que o setor receba
investimentos da ordem de 100 milhões de reais em infra-estrutura e nas vinícolas.
Qualidades diversas – O Vale do São Francisco possui características climáticas
que o distingue de outras regiões produtoras de vinho em todo o mundo. O Vale
apresenta três situações climáticas que permitem mais de uma colheita por ano
e, ainda, ter safras com uvas de qualidades diferentes para produzir tipos
de vinhos com características diversas.
Estas vantagens estão situando no Vale um dos polos vitivinícolas mais dinâmicos
do país. No entanto, é importante o estudo de muitas variáveis agronômicas
e climáticas com vistas à obtenção de produtos com estrutura química que confira
equilíbrio de sabor e resistência à degradação causada pela oxidação. Estudos
dessa natureza são particularmente importantes para vinhos produzidos em regiões
de clima quente, como a do Vale do São Francisco, explica Teresinha Albuquerque,
que coordena a Comissão Organizadora do III Seminário.
Maiores informações:
Teresinha Costa S de Albuquerque – pesquisador, Embrapa Semi-Árido – tel. 87
3862 1711
Endereço Eletrônico: terealbu@cpatsa.embrapa.br
Marcelino Ribeiro – jornalista, Embrapa Semi-Árido – tel. 87 3862 1711
Endereço Eletrônico: marceln@cpatsa.embrapa.br
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