O ambiente semi-árido do Nordeste brasileiro é diversificado nos seus recursos naturais, e complexo na convivência do homem com o seu clima seco e quente. Se por um lado, o regime hídrico irregular se constitui num sério fator limitante para a produção agropecuária, por outro existem áreas com boa disponibilidade de águas superficiais e subterrâneas, bem como recursos de solo apropriados para desenvolver agricultura irrigada, em condicões competitivas com outros semi-áridos do mundo.

Quanto à vegetação, denominada de caatinga, a Região é centro de origem de algumas espécies que exibem variabillidade genética, portanto, recursos genéticos, especialmente espécies de uso múltiplo, destacando-se o uso forrageiro. Também existem espécies frutícolas e medicinais, estes dois últimos grupos ainda pouco explorados.

A Embrapa Semi-Árido vem trabalhando há vários anos no sentido de conhecer, classificar e hierarquizar os fatores que limitam o desenvolvimento da agropecuária da região Semi-Árida do Nordeste, através do estudo dos recursos naturais e socioeconômicos. Essa experiência aponta para um novo tipo de relacionamento entre a pesquisa e o desenvolvimento rural e permite sintetizar os conhecimentos adquiridos em uma metodologia capaz de diagnosticar, de modo rápido e seguro, os recursos ambientais de solo, vegetação e água e os sistemas de produção.

Esse diagnóstico, normalmente feito ao nível de município, na escala de 1/100.000, gera uma série de resultados que podem ser grupados em duas saídas: o quadro natural e o quadro socioeconômico.

Os resultados do quadro natural são apresentados em documentos (texto descritivo e mapas com legendas) que caracterizam os recursos de solo, vegetação e hídricos; enquanto que do estudo do quadro socioeconômico resulta documentos sobre a população rural e urbana do município, estrutura fundiária, condição legal das terras, sistemas de produção e urbana do município de variáveis ligadas à produção animal, produção vegetal, terra, mão-de-obra, serviços e renda.

A síntese desse diagnóstico se constitui na base para o planejamento municipal sustentado, orienta a transferência de tecnologia considerando as várias situações agroecológicas existentes no município, bem como os sistemas de produção praticados pelos produtores rurais.

A crescente exigência dos mercados por novos padrões de qualidade para os bens produzidos, a preocupação com a conservação dos recursos naturais e com a auto-sustentabilidade da produção agrícola, colocam o conhecimento do meio ambiente, a geração e a transferência de conhecimentos, como fatores estratégicos para um desempenho competitivo das atividades agropecuárias. Além de uma equipe técnica experiente e com trabalhos desenvolvidos em vários estados da região, a Embrapa Semi-Árido conta com um Laboratório de Geoprocessamento equipado com máquinas de última geração e softwares modernos destinados ao tratamento de imagem de satélite e ao gerenciamento de um sistema de informação geográfica.