A Unidade
Notícias
Pesquisas
Serviços
Licitações
Sistemas de Produção
Área Restrita
Buscar
Olericultura

 
A exploração de olerícolas é muito adequado ao modelo de desenvolvimento do semi – árido brasileiro, pois requer cuidados artesanais, especialmente no manuseio da colheita e pós-colheita, podendo gerar mais empregos no campo e nas cidades, sendo praticada, principalmente, nas áreas irrigadas do Vale do São Francisco.

A Embrapa Semi- Árido vem desenvolvendo na área de Olericultura pesquisas que visam o melhor manejo fitotécnico das culturas do melão, melancia, cebola, tomate industrial, pupunha e pepino para conserva.

A produção mundial de melão em 1994, foi de 13,9 milhões de toneladas com produtividade média de 17,3 t/ha. No Brasil, a produção concentra-se na Região Nordeste, que respondem por mais de 90% da produção nacional.

No Brasil, planta-se, principalmente, cultivares ou híbridos de melão do tipo "Amarelo". Entretanto, outras cultivares têm sido utilizadas pelos produtores, visando atender às preferências de consumidores mais exigentes e, até mesmo, de alguns importadores. Há uma tendência de mercado no aumento da demanda por melões aromáticos e aumento na procura pelos híbridos, em função da produtividade e uniformidade de frutos.

Atualmente são três regiões de produção e industrialização de tomate no Brasil: São Paulo, Cerrado e Nordeste. O processamento de tomate no Nordeste iniciou por volta de 1890, em Pesqueira- PE, mas foi, no início dos anos 70, com a instalação de projetos de irrigação na Bahia e Pernambuco, no vale do São Francisco, que várias indústrias vieram para esta região.

A possibilidade do cultivo de tomate durante quase todo o ano, em função do clima seco, com estação chuvosa em dois ou três meses do ano, com produção de excelentes características qualitativas quanto à cor, brix e sanidade dos frutos; a disponibilidade de extensa área para cultivo de tomate dentro dos diversos projetos de irrigação, foram aspectos decisivos para o grande interesse de instalação de indústrias processadoras de tomate no pólo Petrolina - Juazeiro.

A produção mundial de cebola nos últimos anos variou de 27 a 32,5 milhões de toneladas/ano com produtividade média de 15,48 t/ha. No Brasil, a cultura da cebola está situada entre as três principais hortaliças cultivadas (batata, cebola e tomate), tanto pelo volume produzido em torno de 900 mil toneladas/ano, como pela renda gerada, sendo plantada comercialmente desde a região Sul até o Nordeste, com produtividade média de 12,7 t/ha.

Atualmente, são cultivados cerca de 800 hectares de aspargo no Brasil. Na região semi-árida do Nordeste, que é a principal produtora, possui 450 ha e no Estado do Rio Grande do Sul, cerca de 250 ha.

O cultivo da melancia vem se expandindo, com áreas de produção em vários estados brasileiros. O Nordeste destaca-se como a maior região produtora onde a espécie é cultivada tanto na agricultura de sequeiro, por pequenos agricultores, quanto na agricultura irrigada. A produção da região nordestina , em 1994, foi 46,69% da produção nacional, sendo os principais produtores, os Estados do Maranhão, Bahia, Piauí e Pernambuco.

A Embrapa Semi – Árido introduziu a pupunha (Bactris gasipaes K) na região, em 1991, com sementes oriundas de Manaus-AM, visando a extração de palmito. Os resultados iniciais indicam uma boa adaptação da espécie ao cultivo irrigado, em condições de clima semi-árido, com bom rendimento e boa qualidade do palmito.

Na escolha da cultivar, devem-se considerar aspectos de comercialização, qualidades agronômicas, suscetibilidade às doenças, conservação pós-colheita e, ainda, a procedência da semente. Entre os trabalhos na área de olericultura, são realizados a avaliação dos genótipos disponíveis no mercado de sementes de hortaliças (melão, tomate industrial, cebola, aspargo, melancia e pepino para conserva), visando identificar os mais adaptados para o cultivo em condições irrigadas, seja para o mercado interno seja para o mercado externo e melhoramento genético de melancia.

EQUIPE TÉCNICA


2.1. MELÃO
Nas competições de cultivares, destacou-se em 1994, o híbrido Hy-Mark com maior rendimento (37,77 t/ha), seguida pelos híbridos Gold Mine, Melody e PSP 70193 e pela variedade Shipper, que não mostraram diferença significativa da mais produtiva. No ano de 1995, Shipper sobressaiu-se com rendimento de 37,96 t/ha, seguida pelos genótipos Early-Dew, Galeão, Hy-Mark, Rio Sol e Gold Mine, com produtividades superiores a 30 t/ha. Em ambos os ensaios, o pior rendimento foi alcançado pela variedade tradicional, Valenciano Amarelo (em torno de 17 t/ha).

2.2. TOMATE
Em relação às competições de cultivares de tomate industrial no período de 1994/1995, merece destaque o fato dos híbridos não apresentaram vantagens significativas sobre a variedade IPA-5, tendo esta sobressaído, como a mais produtiva (92,83 t/ha). Em 1997, o IPA-5 apresentou novamente o maior rendimento (101,0 t/ha), seguido por XPH-5720 (98,9 t/ha), SPECTRUM-385 (94,4 t/ha); NEMA-513 (93,2 t/ha); XPH-12044 (90,4 t/ha) e SPECTRUM-151 (90,2 t/ha).

2.3. CEBOLA
Os trabalhos de pesquisa de adaptação de cultivares de cebola, tem-se conseguido produtividade média de até 60 t/ha. Em 1997, destacaram-se as cultivares de cebola Texas Grano -PRR (61,8 t/ha ); Granex 429 (58,3 t/ha ) ; Texas Grano-428 (57,0 t/ha); Browsville (55,4 t/ha);Texas Grano 502 (54,0 t/ha) e Houston (53,3 t/ha). O bom desempenho das cultivares Granex 429, Browsville e Texas Grano -PRR as viabiliza como novas alternativas de plantio à cultivar Texas Grano 502 a mais plantada na região.

2.4. ASPARGO
Quanto à avaliação de genótipos de aspargo, os resultados colhidos até momento não são definitivos. Considerando a produtividade média de turiões comerciais, vigor e estabilidade de produção, ressalta-se o desempenho dos seguintes genótipos: W 12 x 14 (4,2 t/ha), G-4 x 14 (3,9 t/ha), New Jersey 220 (3,1t/ha) e UC - 157 (1,9 t/ha).

2.5 . PEPINO PARA CONSERVA

Em 1997, destacaram-se as cultivares Valsset (10,39 t/ha), Primepak (10,32 t/ha), Vlasstar (10,30 t/ha), Prêmio (10,12 t/ha), Supremo (10,05 t/ha) e HE-713 (10,03 t/ha).

2.6. PUPUNHA
Estão sendo estudados: densidade populacional; manejo de perfilhos; diâmetro de corte do colo da planta; consumo e efeito de lâminas de água na produtividade; processamento de palmito com ácidos alternativos.

MELHORAMENTO VEGETAL DE MELANCIA
Os genótipos existentes das principais olerícolas cultivadas nos perímetros irrigados não foram desenvolvidas para as condições de estresse encontrados (doenças, pragas e temperaturas elevadas). A base genética dos genótipos de cucurbitáceas disponíveis é muito estreita, e há suscetibilidade aos quatro estresses bióticos principais, a saber: oídio (Sphaeroteca fuliginea), micosferela (Didymella bryoniae) e os vírus PRSV-w e WMV-2 e para caracteres agronômicos como tamanho de fruto e número de frutos por planta. Os trabalhos de pesquisa nesta área visam a obtenção de híbridos de melancia resistentes ao oídio e sem sementes; obter populações de melancia tolerantes à micosferela; e identificar fontes de resistência aos vírus Prsv-w e WMV-2; como também, já foram identificadas, acessos de melancia com frutos de pequeno tamanho e prolíficos. Atualmente, a variedade mais plantada no Brasil é Crimson Sweet. Foi introduzida no Vale do São Francisco em meados da década de 80, substituindo completamente a cv. Charleston Gray, principalmente por apresentar baixa incidência de podridão apical, maior resistência ao transporte e possibilitar a comercialização dos frutos refugos (que têm peso menor que 6,0 kg).

Fome Zero
VI Seminário Brasileiro de Produção Integrada de Frutas
Embrapa no Fome Zero