INTRODUÇÃO

Com uma colheita anual de quase 38 milhões de toneladas, o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas frescas, atrás apenas da China e da Índia. Os principais destinos do produto brasileiro são os Países Baixos, Reino Unido, Argentina, Espanha, Estados Unidos, Uruguai, Portugal, Emirados Árabes, Alemanha e Canadá. O país quer ampliar as vendas externas para os países asiáticos. Em 2004, depois de 32 anos de negociação, o Japão abriu seu mercado à manga nacional. As exportações brasileiras de frutas frescas cresceram mais de 200% nos últimos seis anos, mas a participação do país no mercado mundial ainda é pequena. As vendas externas da fruticultura nacional correspondem a 1,6% em divisas e 2% em volume sobre as exportações mundiais do setor. No ranking do comércio exterior da cadeia produtiva, o Brasil ocupa o vigésimo lugar entre os exportadores, em um mercado que movimenta cerca de US$ 21 bilhões anuais, representando um consumo de quase 40 milhões de toneladas. A região do Vale do São Francisco exporta por ano cerca de 125 mil toneladas de mangas o que corresponde a R$ 184,3 milhões, o que representa 93% das exportações de mangas do País. Essa exportação segue para 12 países da Europa e para os Estados Unidos. No Vale, a cultura de manga abrange uma área com cerca de 22 mil hectares plantados, dos quais 62,8% encontram-se no estado da Bahia e 25,7% no estado de Pernambuco. O potencial do mercado mundial de frutas é de mais de US$ 20 bilhões/ano e o acesso a este depende de um conjunto de fatores que, além das tradicionais barreiras não alfandegárias, correspondem aos requisitos de qualidade e competitividade exigidos pelos mercados dos países importadores, como os da Europa, EUA, Ásia e Mercosul.

VANTAGENS DA PRODUÇÃO INTEGRADA

Dentre as vantagens econômicas advindas com a PIF, cita-se, de forma direta, a minimiz ação de custos de produção decorrentes de desperdícios e usos de insumos agrícolas. Em se tratando de outros benefícios indiretos, encontra-se a crescente exposição na mídia à busca de produtos “saudáveis”, os quais são identificados pela sociedade pelos selos de certificação de qualidade. Esses asseguram ao consumidor, que todo o processo envolvido desde a semente até a prateleira é conhecido e monitorado, permitindo a identificação de produtos de baixa qualidade e de níveis de resíduos de agrotóxicos nos produtos, que possam comprometer a integridade física do consumidor.
A PIF não tem como objetivo o aumento da produtividade da área cultivada, e sim manter os níveis obtidos pela produção convencional, de uma forma mais saudável (segura, em relação à qualidade final do produto), e com maior respeito ao meio ambiente. Entretanto, em muitos casos, a produtividade acaba aumentando em função do maior rigor no acompanhamento das atividades de manejo e das tecnologias aplicadas.
A principal vantagem da PIF é a possibilidade de aumentar a abertura ao mercado internacional de frutas frescas, devido ao sistema permitir uma maior credibilidade da qualidade do produto, assim como a rastreabilidade do mesmo. Posteriormente, a obtenção de vantagem competitiva no mercado interno também será conseguida, porque logo o consumidor brasileiro estará exigindo alimentos de melhor qualidade e origem controlada, produzida de maneira correta, sem agredir o meio ambiente e preservando a saúde das pessoas. Dentro do programa, está prevista, além da normatização, a criação de um selo de qualidade, semelhante ao que existe para os produtos orgânicos, certificando que aquela fruta foi produzida dentro das normas da PIF estabelecidas para a cultura em questão. Outra vantagem importante do sistema é propiciar o aumento de parcerias entre os produtores, para que os mesmos obtenham um produto final com a qualidade desejada pelos consumidores.