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Cultivo
da Mangueira
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Pragas |
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Monitoramento e nível de controle das principais pragas da mangueira no semi-árido Localização e densidade das armadilhas Inspeção e revisão das armadilhas Interpretação dos resultados da captura Passos para realização da amostragem Amostragem, nível de ação e controle das pragas Durante seu desenvolvimento, a mangueira (Mangifera indica L.) é atacada por diversas pragas, que provocam diferentes tipos de danos. Peña et al. (1998) registraram 260 espécies de insetos e ácaros, como pragas de maior ou menor importância. Dentre estas, há pragas chave, secundárias e ocasionais ou esporádicas. A classificação de praga chave ou secundária pode variar, dependendo da região. Como pragas chave ou principais consideram-se aquelas que com freqüência provocam danos econômicos, exigindo medidas de controle. Como pragas secundárias são consideradas aquelas que embora causem injúrias à cultura, raramente provocam danos econômicos. Para o estabelecimento de um controle racional no campo, são informações fundamentais a identificação do inseto presente e o conhecimento dos seus danos e sintomas. As moscas-das-frutas (Anastrepha spp. e Ceratitis capitata) fazem parte de um grupo de pragas responsáveis por grandes prejuízos econômicos na cultura da mangueira, não só pelos danos diretos que causam à produção, como também, pelas barreiras quarentenárias impostas pelos países importadores. Como pragas secundárias temos o microácaro da mangueira (Eriophyes (=Aceria) mangiferae), tripes (Selenothrips rubrocinctus e Frankliniella schultzei), mosquinha (Erosomyia mangiferae), lepidópteros da inflorescência, pulgões (Aphis gossypii, A. craccivora e Toxoptera aurantii), cochonilhas (Aulacaspis tubercularis, Pseudaonidia tribitiformis, Pseudococus adonidum, Saissetia coffeae, Ceroplastes sp. e Pinnaspis sp.), formigas cortadeiras (Atta sexden rubropilosa, Atta laevigata e Acromyrmex spp.), abelha cachorro (Trigona spinipes), lagarta sassurana (Megalopyge lanata), besouros (Costalimaita ferruginea vulgata, Sternocolaspis quantuordecincostata), coleobroca (Chlorida festiva). No campo, a simples observação visual não expressa a população real das pragas presentes no plantio. Para o controle racional das principais pragas da mangueira, indica-se a realização de amostragens, isto é, inspeções regulares na área, para verificação do nível da praga, com base no número de insetos capturados em armadilhas (moscas-das-frutas), no número e nos sintomas de ataque (outras pragas). Assim, só será realizado o controle quando o nível de ação for atingido. O nível de controle ou nível de ação refere-se à menor densidade populacional da praga que indica a necessidade de aplicação de táticas de controle, para impedir que uma perda de produção de valor econômico seja atingida.
O monitoramento e determinação do nível de ação das pragas (Tabela 1), possibilitam o controle, de maneira racional e econômica, trazendo como conseqüência redução dos custos de produção, dos riscos de resíduos nos frutos e de intoxicação de trabalhadores, resultando em produção econômica e ambientalmente sustentável e em qualidade de vida para os produtores e trabalhadores de campo do semi-árido.
O monitoramento da população de moscas é feito utilizando-se armadilhas McPhail e Jackson. A primeira utilizada para a coleta de adultos de Anastrepha spp. e, a segunda, confeccionada em papelão parafinado e de cor branca, para a coleta de adultos de Ceratitis. Modelos alternativos de armadilhas McPhail, podem ser confeccionados com embalagens plásticas descartáveis, do tipo frasco de soro, garrafas de água mineral e outros recipientes.
Atrativo alimentar Na armadilha McPhail utiliza-se hidrolisado de proteina enzimático na concentração de 5%. Outros atrativos também são utilizados nessas armadilhas, como sucos de uva, de pêssego, goiaba,. manga e outros, vinagre de vinho. Atrativo sexual Para atrair C. capitata, utiliza-se feromônio sexual na armadilha tipo Jackson, que é específico para machos desta espécie. Em intervalos de três a quatro semanas, o atrativo é substituído, assim como o cartão adesivo colocado na parte interna inferior da armadilha.
Em um hectare, utilizar uma armadilha McPhail/10 ha na periferia do pomar. No caso de Jackson, colocar uma armadilha para cada 5 ha. A armadilha deverá ser colocada na planta, em local protegido do sol e do vento, a uma altura entre 1,60 e 2,00 metros acima do nível do solo. Tabela 1. Amostragem e níveis de controle para as principais pragas da mangueira, no Vale do São Francisco1
Na Armadilha McPhail as inspeções devem ocorrer em intervalos semanais, pois poderá haver evaporação do atrativo, o que resultará em redução do poder de atração e decomposição das moscas capturadas. Na revisão, deve-se retirar a armadilha, esvaziando o seu conteúdo em um coletor (peneira fina), onde as moscas ficarão retidas. O material coletado nas armadilhas deverá ser retirado e feita a triagem para a separação das moscas-das-frutas, que serão acondicionadas em recipientes contendo álcool a 70%, para a identificação das espécies de moscas-das-frutas, presentes na área monitorada. Na Armadilha Jackson as inspeções devem ser realizadas a cada duas ou três semanas, dependendo da concentração do atrativo sexual, quando se faz a substituição da cartela adesiva e do atrativo.
Após a identificação e a quantificação das moscas-das-frutas, efetua-se o cálculo do número de moscas capturadas por armadilha/dia, pela fórmula: MAD= M/A x D, onde, M= quantidade de moscas capturadas; A= número de armadilhas do pomar, e D= número de dias de exposição da armadilha. Nível de ação Para a obtenção de frutos de boa qualidade, medidas de controle devem ser aplicadas quando o índice MAD for igual ou superior a 1 mosca/armadilha/dia. Contudo, a tolerância desse índice é função do grau de exigência do mercado, exportação ou consumo interno, e ainda, da utilização, in natura ou para indústria
Na realização do monitoramento destas pragas, é imprescindível a realização de amostragens criteriosas, em diversos pontos do pomar e nos diferentes estádios fenológicos da mangueira. As plantas são selecionadas ao acaso, por meio de caminhamento em zigue-zague.
1. Determinação do tamanho da parcela e número de plantas amostradas Deve-se levar em consideração a uniformidade da parcela, em relação ao solo, idade da planta, manejo e tratos culturais, assim como as plantas devem pertencer à mesma cultivar. Recomenda-se a divisão da área em parcelas de 1 a 5 ha, 6 a 10 ha e de 11 a 15 ha. Nos casos de pomares com mais de 15 ha, dividi-los em parcelas menores, para maior precisão da amostragem. Em parcelas com até 5 ha, amostrar 10 plantas; entre 5 e até 10 ha, amostrar 14 plantas; entre 10 até 15 ha, amostrar 18 plantas. 2. Pontos e freqüência da amostragem Cada ponto de amostragem é constituído por uma planta. A amostragem deverá ser feita ao acaso, dividindo-se a copa da planta em quadrantes. Em cada planta amostrada, observar oito brotações ou ramos (dois em cada quadrante) e quatro panículas e/ou frutos (um por quadrante). A amostragem deve ser iniciada logo na primeira semana da brotação vegetativa. Geralmente, a freqüência é semanal, com exceção de E. mangiferae, para o qual deverão ser realizadas duas amostragens por semana, na floração e com frutos na fase de chumbinho, tendo em vista o potencial de dano da praga (Tabela 1). Nível de ação
Os produtos registrados para o controle das pragas da mangueira encontram-se na Tabela 2. Na escolha do inseticida, deve-se levar em consideração o efeito sobre os inimigos naturais, a toxicidade para o homem e o ambiente e, o custo por hectare. Tabela
2. Produtos registrados para o controle de pragas na cultura
da mangueira.
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