Embrapa Semi-Árido
Sistemas de Produção, 2
ISSN 1807-0027 Versão Eletrônica
Julho/2004
Cultivo da Mangueira

Joston  Simão de Assis

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Glossário

 

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Autores

 

 

Colheita e pós-colheita

Colheita

Transporte para o galpão de embalagem

Operação no galpão de embalagem

Armazenamento e transporte

Normas de qualidade

 

Cuidados antes da colheita

Análise do pomar - O agrônomo ou o técnico agrícola deve fazer uma análise global do pomar, 15 a 20 dias antes da colheita, verificando a aparência dos frutos, maturação e coloração, aproveitando a ocasião para fazer uma estimativa da produtividade.

Índices de colheita - São baseados, em sua maioria, em características relacionadas à forma e aspecto do fruto (Fig. 1).

Foto: Embrapa Semi-Árido

     Fig. 1. Aspecto externo do fruto em função do estádio de Maturação.

 

Se as variáveis responsáveis pela aparência externa não forem suficientes para o técnico definir o ponto de colheita, ele deve atentar para as variações da cor da polpa, conforme Figura 2.

Foto: Embrapa Semi-Árido

Fig. 2.  Coloração da polpa em função do estádio de maturação do fruto.

 

A idade do fruto é um método bastante seguro para avaliar a maturação de mangas. Geralmente, dos 110 aos 120 dias após a floração, os frutos encontram-se em ponto de colheita. Quando os frutos destinam-se a mercados distantes, podem ser colhidos com teor de sólidos solúveis totais de 7-8 ºBrix e para os mercados regionais, com 10ºBrix

 

Colheita

Procedimentos na colheita - Os contentores devem estar limpos, sanitizados com água clorada e em bom estado de conservação. Devem ser colocados ao longo da linha de plantio, à sombra, sem contato com o solo. Colocar os frutos nos contentores, com cuidado, deixando um espaço vazio de, pelo menos 10 centímetros acima dos frutos nos contentores. Isto evita que as frutas se machuquem ou sejam comprimidas quando se colocar um contentor sobre o outro.

 

Colheita propriamente dita - Os frutos devem ser colhidos manualmente, usando-se um instrumento de corte ou tesoura de poda sanitizados. Os frutos da parte alta da planta, devem ser colhidos com vara de colheita, contento cesta, evitando-se danos por corte. O corte do pedúnculo deve ser feito com pelo menos 3 cm, para evitar vazamento de látex. Os frutos manchados com látex devem ser enviados para o galpão de embalagem, em contentores separados, para não estragarem os frutos limpos.

 

Transporte para o galpão de embalagem

Os frutos devem ser transportados em contentores. O técnico deve orientar o motorista do caminhão para transportar os frutos com bastante cuidado, evitando velocidade alta, pois nesta etapa ocorrem os maiores problemas de injúrias mecânicas nos frutos.

Os caminhões que estão aguardando o descarregamento devem ser mantidos na sombra.

 

Operação no galpão de embalagem

Recepção - Cada lote de fruta que chega ao galpão deve ser identificado, com informações sobre a procedência, manejo antes e durante a colheita e a hora de chegada, para processar por ordem cronológica.

 

Lavagem - Os contentores devem ser esvaziados manualmente, em água tratada com hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio, na concentração de 100ppm de Cloro.

Se forem utilizados detergentes, deve-se usar água sem clorar antes do tratamento hidrotérmico, já que os detergentes neutralizam a ação germicida do cloro

 

Eliminação de pedúnculo - A eliminação manual ou mecânica do pedúnculo deve ser feita, sempre que possível, no galpão de embalagem, logo após a lavagem. Após o corte do pedúnculo, imergir os frutos em água contendo 0,4% de hidróxido de cálcio ou outro produto que neutralize o látex exudado. O tempo de permanência do fruto nesta água, não deve ser superior a 3 ou 4 minutos.

 

Seleção - Os frutos sem valor comercial, imaturos, muito maduros, deformados, apresentando manchas, danos mecânicos ou defeitos nutricionais, devem ser eliminados. Os selecionadores devem estar posicionados comodamente, para que sua atenção não seja desviada, e devem ser bem treinados com relação aos critérios e padrões de qualidade exigidos. A seleção por peso pode ser mecânica, em máquinas selecionadoras, ou manual.

 

Tratamento fitossanitário - As instalações para tratamento fitossanitário hidrotérmico devem contar com capacidade adequada para o aquecimento da água, com isolamento térmico e um controle termostático que permita manter uma temperatura determinada, ou maior que esta, durante o tempo de tratamento estabelecido.

 

Tratamento para controle de fungos - Este tratamento é recomendado para a manga destinada à Europa e Canadá. É usado para evitar problemas de podridão. O tratamento é feito mantendo as frutas imersas em água a 52ºC, por 5 minutos. O controle da temperatura e do tempo de imersão deve ser extremamente rigoroso, pois se as condições forem abaixo das recomendadas, não haverá controle, e se forem acima, poderá haver danos na casca.

 

Tratamento para controle de mosca das frutas - Este tratamento é aplicado à manga destinada aos Estados Unidos, Japão e Chile. O tratamento hidrotérmico consiste na imersão do fruto em água quente (46,1ºC) durante 75 minutos (frutos com peso inferior a 425 g) ou 90 minutos (frutos com peso acima de 425 g). Para a aplicação deste tratamento é importante que a temperatura da polpa esteja próxima a 21ºC, nunca mais baixa, caso contrário poderá haver efeitos negativos sobre a qualidade da polpa. O tratamento deve ser rigoroso, pois o fruto é muito susceptível a alterações na atividade enzimática, velocidade de respiração e ao surgimento de cavidades em torno do pedúnculo. Imediatamente após o tratamento hidrotérmico, o fruto deve ser imerso em água fria, a 21ºC. Após este tratamento as mangas devem ser levadas para uma área protegida contra a entrada de qualquer inseto, principalmente mosca das frutas. Esta área, chamada “zona limpa”, deve ser toda revestida com telas de 25 mesh. As condições exigidas para este tratamento foram estabelecidas pelo USDA – Departamento de Agricultura do Governo dos Estados Unidos.

 

Aplicação de cera -  A formulação mais usada no Brasil é uma emulsão aquosa de grau alimentício à base de cera de carnaúba, que é aplicada em frutos limpos e secos, através de bicos de aspersão, à medida em que os frutos passam por esteira com roletes. A secagem é feita em túnel de ar, aquecido a 45ºC, com o fluxo de ar, em sentido contrário ao dos frutos. Após a secagem, o polimento é feito com escovas de crina.

 

Embalagem - As exigências básicas do material de embalagem para manga são: proteger contra danos mecânicos; dissipar os produtos da respiração, ou seja, permitir ventilação para evita acúmulo de gás carbônico e calor; ajustar-se às normas de manejo, tamanho, peso e ser fácil de abrir; ser de custo compatível com o do produto.

 

A embalagem deve ter conteúdo homogêneo, com frutos da mesma origem, variedade, qualidade e tamanho. A parte visível da embalagem deve ser representativa de todo o conteúdo. Na caixa devem vir descritos, no mesmo lado, por extenso e de forma legível a identificação comercial, natureza e origem do produto.

 

Paletização - A pilha de caixas não deve ultrapassar o limite do pallet e tornar-se desalinhada. Utiliza-se geralmente pallets com 12 caixas na base e 20 na altura. A amarração deve ser feita com fitas para arqueação, colocando-se cantoneiras.

 

Pré-resfriamento - O pré-resfriamento pode ser realizado em túneis de ar forçado, que requerem, aproximadamente, 4 a 6 horas para reduzir a temperatura dos frutos a 10ºC. A umidade relativa do ar, durante o resfriamento, deve ser mantida em 85-95%, para evitar perda de água nos frutos.

 

Armazenamento e transporte

O carregamento dos containers (capacidade 20 pallets) deve ser feito de forma rápida e em local construído especialmente para este fim. A temperatura ideal está entre 10ºC e 13ºC. Durante o transporte é imprescindível a renovação do ar dentro dos containers. As condições de higiene do transporte são muito importantes para garantir a sanidade e inocuidade do produto.

 

Normas de qualidade

As normas de qualidade estabelecem especificações que o produto deve apresentar para ser consumido in natura, visando o mercado externo. As normas são propostas por Associações de Produtores, de Compradores e Centrais de Abastecimento, enviadas ao Ministério da Agricultura para aprovação.

 

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