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Cultivo
da Mangueira
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Socioeconomia
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Colheita e pós-colheita | |||||||||
Transporte para o galpão de embalagem Operação no galpão de embalagem
Cuidados antes da colheita Análise do pomar - O agrônomo ou o técnico agrícola deve fazer uma análise global do pomar, 15 a 20 dias antes da colheita, verificando a aparência dos frutos, maturação e coloração, aproveitando a ocasião para fazer uma estimativa da produtividade. Índices de colheita - São baseados, em sua maioria, em características relacionadas à forma e aspecto do fruto (Fig. 1). Foto: Embrapa
Semi-Árido
Fig. 1. Aspecto
externo do fruto em função do estádio de Maturação. Se as variáveis responsáveis pela aparência externa não forem suficientes para o técnico definir o ponto de colheita, ele deve atentar para as variações da cor da polpa, conforme Figura 2. Foto: Embrapa
Semi-Árido
Fig.
2.
Coloração da polpa em função do estádio de maturação do
fruto. A
idade do fruto é um método bastante seguro para avaliar a maturação de
mangas. Geralmente, dos 110 aos 120 dias após a floração, os frutos
encontram-se em ponto de colheita. Quando os frutos destinam-se a mercados
distantes, podem ser colhidos com teor de sólidos solúveis totais de 7-8
ºBrix e para os mercados regionais, com 10ºBrix
Procedimentos
na colheita - Os
contentores devem estar limpos, sanitizados com água clorada e em bom
estado de conservação. Devem ser colocados ao longo da linha de plantio,
à sombra, sem contato com o solo. Colocar os frutos nos contentores, com
cuidado, deixando um espaço vazio de, pelo menos 10 centímetros acima
dos frutos nos contentores. Isto evita que as frutas se machuquem ou sejam
comprimidas quando se colocar um contentor sobre o outro. Colheita
propriamente dita - Os
frutos devem ser colhidos manualmente, usando-se um instrumento de corte
ou tesoura de poda sanitizados. Os frutos da parte alta da planta, devem
ser colhidos com vara de colheita, contento cesta, evitando-se danos por
corte. O corte do pedúnculo deve ser feito com pelo menos 3 cm, para
evitar vazamento de látex. Os frutos manchados com látex devem ser
enviados para o galpão de embalagem, em contentores separados, para não
estragarem os frutos limpos.
Os
frutos devem ser transportados em contentores. O técnico deve orientar o
motorista do caminhão para transportar os frutos com bastante cuidado,
evitando velocidade alta, pois nesta etapa ocorrem os maiores problemas de
injúrias mecânicas nos frutos. Os
caminhões que estão aguardando o descarregamento devem ser mantidos na
sombra.
Recepção - Cada
lote de fruta que chega ao galpão deve ser identificado, com informações
sobre a procedência, manejo antes e durante a colheita e a hora de
chegada, para processar por ordem cronológica. Lavagem - Os
contentores devem ser esvaziados manualmente, em água tratada com
hipoclorito de sódio ou hipoclorito de cálcio, na concentração de
100ppm de Cloro. Se
forem utilizados detergentes, deve-se usar água sem clorar antes do
tratamento hidrotérmico, já que os detergentes neutralizam a ação
germicida do cloro Eliminação
de pedúnculo - A
eliminação manual ou mecânica do pedúnculo deve ser feita, sempre que
possível, no galpão de embalagem, logo após a lavagem. Após o corte do
pedúnculo, imergir os frutos em água contendo 0,4% de hidróxido de cálcio
ou outro produto que neutralize o látex exudado. O tempo de permanência
do fruto nesta água, não deve ser superior a 3 ou 4 minutos. Seleção - Os
frutos sem valor comercial, imaturos, muito maduros, deformados,
apresentando manchas, danos mecânicos ou defeitos nutricionais, devem ser
eliminados. Os selecionadores devem estar posicionados comodamente, para
que sua atenção não seja desviada, e devem ser bem treinados com relação
aos critérios e padrões de qualidade exigidos. A seleção por peso pode
ser mecânica, em máquinas selecionadoras, ou manual. Tratamento
fitossanitário - As
instalações para tratamento fitossanitário hidrotérmico devem contar
com capacidade adequada para o aquecimento da água, com isolamento térmico
e um controle termostático que permita manter uma temperatura
determinada, ou maior que esta, durante o tempo de tratamento
estabelecido. Tratamento
para controle de fungos -
Este tratamento é recomendado para a manga destinada à Europa e Canadá.
É usado para evitar problemas de podridão. O tratamento é feito
mantendo as frutas imersas em água a 52ºC, por 5 minutos. O controle da
temperatura e do tempo de imersão deve ser extremamente rigoroso, pois se
as condições forem abaixo das recomendadas, não haverá controle, e se
forem acima, poderá haver danos na casca. Tratamento
para controle de mosca das frutas
- Este
tratamento é aplicado à manga destinada aos Estados Unidos, Japão
e Chile. O tratamento hidrotérmico consiste na imersão do fruto em água
quente (46,1ºC) durante 75 minutos (frutos com peso inferior a 425 g) ou
90 minutos (frutos com peso acima de 425 g). Para a aplicação deste
tratamento é importante que a temperatura da polpa esteja próxima a 21ºC,
nunca mais baixa, caso contrário poderá haver efeitos negativos sobre a
qualidade da polpa. O tratamento deve ser rigoroso, pois o fruto é muito
susceptível a alterações na atividade enzimática, velocidade de
respiração e ao surgimento de cavidades em torno do pedúnculo.
Imediatamente após o tratamento hidrotérmico, o fruto deve ser imerso em
água fria, a 21ºC. Após este tratamento as mangas devem ser levadas
para uma área protegida contra a entrada de qualquer inseto,
principalmente mosca das frutas. Esta área, chamada “zona limpa”,
deve ser toda revestida com telas de 25 mesh. As condições exigidas para
este tratamento foram estabelecidas pelo USDA – Departamento de
Agricultura do Governo dos Estados Unidos. Aplicação
de cera - A
formulação mais usada no Brasil é uma emulsão aquosa de grau alimentício
à base de cera de carnaúba, que é aplicada em frutos limpos e secos,
através de bicos de aspersão, à medida em que os frutos passam por
esteira com roletes. A secagem é feita em túnel de ar, aquecido a 45ºC,
com o fluxo de ar, em sentido contrário ao dos frutos. Após a secagem, o
polimento é feito com escovas de crina. Embalagem - As
exigências básicas do material de embalagem para manga são: proteger
contra danos mecânicos; dissipar os produtos da respiração, ou seja,
permitir ventilação para evita acúmulo de gás carbônico e calor;
ajustar-se às normas de manejo, tamanho, peso e ser fácil de abrir; ser
de custo compatível com o do produto. A
embalagem deve ter conteúdo homogêneo, com frutos da mesma origem,
variedade, qualidade e tamanho. A parte visível da embalagem deve ser
representativa de todo o conteúdo. Na caixa devem vir descritos, no mesmo
lado, por extenso e de forma legível a identificação comercial,
natureza e origem do produto. Paletização - A
pilha de caixas não deve ultrapassar o limite do pallet e tornar-se
desalinhada. Utiliza-se geralmente pallets com 12 caixas na base e 20 na
altura. A amarração deve ser feita com fitas para arqueação,
colocando-se cantoneiras. Pré-resfriamento - O
pré-resfriamento pode ser realizado em túneis de ar forçado, que
requerem, aproximadamente, 4 a 6 horas para reduzir a temperatura dos
frutos a 10ºC. A umidade relativa do ar, durante o resfriamento, deve ser
mantida em 85-95%, para evitar perda de água nos frutos.
O
carregamento dos containers (capacidade 20 pallets) deve ser feito de
forma rápida e em local construído especialmente para este fim. A
temperatura ideal está entre 10ºC e 13ºC. Durante o transporte é
imprescindível a renovação do ar dentro dos containers. As condições
de higiene do transporte são muito importantes para garantir a sanidade
e inocuidade do produto.
As normas de qualidade estabelecem especificações que o produto deve apresentar para ser consumido in natura, visando o mercado externo. As normas são propostas por Associações de Produtores, de Compradores e Centrais de Abastecimento, enviadas ao Ministério da Agricultura para aprovação.
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