Espada
Rosa
Haden
Keitt
Kent
Tommy
atkins
Palmer
Van
dyke Principais
cultivares de manga para as condições do vale do São Francisco A
escolha da variedade de manga a ser plantada deve estar relacionada
com as preferências do mercado consumidor, o potencial produtivo da
variedade para uma dada região, as limitações fitossanitárias e de
pós-colheita da variedade, e principalmente a tendência em médio prazo
do tipo de fruto a ser comercializado. Sendo a mangueira uma planta
com longo período juvenil, a escolha da variedade errada poderá significar
enormes prejuízos em curto prazo. Assim, a escolha da variedade é considerada
um dos fatores econômicos mais importantes para o estabelecimento competitivo
da mangicultura.
As
variedades mais indicadas são as que apresentam alta produtividade,
coloração atraente do fruto, preferencialmente avermelhado, polpa doce,
com oBrix superior a 17%, pouca ou nenhuma fibra, além da
resistência ao manuseio e ao transporte para mercados distantes. Outras
qualidades também desejáveis são porte reduzido da copa, regularidade
de produção e a resistência a doenças como malformação floral, antracnose
e lasiodiplodia, além da baixa incidência de colapso interno da polpa.
Esse ideótipo de mangueira, como os melhoristas costumam referir-se
ao tipo ideal e desejado de uma variedade, com certeza não está ainda
disponível. Compete ao mangicultor procurar a variedade que associe
o maior número de características desejadas, ou que pelo menos atenda
ao maior número de características desejadas pelo mercado consumidor.
Atualmente,
a Tommy Atkins é a variedade mais produzida e a que possui a maior
participação no volume comercializado no mundo, devido principalmente
a sua coloração intensa, produções elevadas e resistência ao transporte
a longas distâncias. No Brasil, principalmente, na região do vale do
São Francisco, os plantios comerciais incorrem em sérios riscos biológicos
(pragas e doenças) e econômicos devido à concentração da maior parte
da produção basear-se em apenas um cultivar. Desta forma, a diversificação
de cultivares comerciais é de fundamental importância para proporcionar
maior sustentabilidade ao agronegócio da manga na região.
Com
relação ao porta-enxerto, as características principais desejáveis
em uma variedade para ser usada como tal, são: vigor; elevada produção;
adaptação à região onde se pretende implantar o pomar; poliembrionia;
tolerância ou resistência às principais doenças e sistema radicular
bem desenvolvido. A escolha do porta-enxerto, varia de uma região para
outra, em função da disponibilidade de sementes, e boa compatibilidade
com as variedades comerciais. Assim, a variedade mais utilizada como
porta-enxerto na região do Submédio São Francisco é a ‘Espada’.
A
seguir são apresentadas e descritas as principais cultivares de mangas
para as condições do Vale do São Francisco com grande potencial para
o mercado interno e/ou externo.
Uma
das variedades brasileiras mais antigas e comuns. A árvore é muito
vigorosa, porte elevado e muito produtiva. O fruto é verde intenso
ou amarelo esverdeado, de tamanho médio (em torno de 300 g), com casca
lisa e espessa. A polpa tem muita fibra e coloração amarelada. Possui
sabor de regular para bom (em torno de 18º Brix) e tem lugar de destaque
no mercado interno; responde ao manejo da indução floral com o uso
de paclobutrazol. É muito utilizada como porta-enxerto e a semente é poliembriônica,
coberta com fibras (Fig. 1).
Foto: Embrapa Semi-Árido
Fig.
1 - Espada
A
exemplo da ‘Espada’ é uma das variedades brasileiras mais conhecidas.
A árvore possui porte médio, de crescimento lento e copa arredondada.
O fruto varia de amarelo para rosa-vermelho, peso médio em torno de
350 g. A casca é espessa e lisa; a polpa é amarelo ouro e moderadamente
suculenta, fibrosa e de bom sabor (21,8º Brix). A semente é poliembriônica.
Suscetível a antracnose. Cultivar importante no mercado do Distrito
Federal, sendo usado tanto para suco como também para consumo fresco.
Geralmente, produz em mais de uma época do ano e responde ao manejo
da indução floral com o paclobutrazol (Fig. 2).
Origem
Flórida, EUA. A árvore é grande e com copa densa. Fruto variando
de 350 a 680 g, ovalado, amarelo quase coberto com vermelho, sabor
suave, com pouca terebintina e pouca fibra. Semente monoembriônica.
Relação polpa/fruto em torno de 0,66. Apresenta baixo vingamento dos
frutos, o que pode ser minimizado pela utilização de polinizadores
como a Tommy Atkins é a Palmer. Precoce, suscetível a antracnose. Como
outras variedades selecionadas na Flórida, a Haden apresenta o problema
do colapso interno do fruto. Devido a baixa produção e ao seu sabor
alcança elevados preços no mercado interno (Fig. 3).
Foto: Embrapa
Semi-Árido Fig.
3. Haden.
Porte
da planta um tanto ereto e ramos de crescimento longos e finos. O fruto é grande,
em torno de 610 g, oval com ápice ligeiramente obliquo, verde amarelado,
corado de vermelho-róseo, bom sabor (19º Brix) fibra somente
em volta da semente. A coloração do fruto não é das mais desejáveis. É comercializada
no mercado interno, no entanto vem sendo substituída, pelos produtores,
por outras cultivares. Semente monoembriônica. Relação polpa/fruto
em torno de 70%. Resistente ao míldio e suscetível à antracnose. Sua
produção é tardia permitindo prolongamento do período das safras. Possui
boa vida de prateleira (Fig. 4).
Foto: Embrapa
Semi-Árido
Fig.
4. Keitt
Origem
Flórida, EUA. Árvore ereta, de copa aberta e vigor médio. O fruto é oval,
verde amarelado, corado de vermelho purpúreo, grande, de 550 a 1000
g (com média de 657 g), muito saboroso (20,1º Brix) e alta qualidade
de polpa (quase sem fibra), casca de espessura média, relação polpa/fruto
de 0,62%. Semente monoembriônica. Suscetível a antracnose e ao colapso
interno do fruto e baixa vida de prateleira. Ciclo de maturação médio
a tardio (Fig. 5). Com relação a mercado apresenta boas perspectivas
para exportação.
Foto: Embrapa
Semi-Árido Fig.
5. Kent.
Originada
na Flórida, EUA, possui fruto de tamanho médio para grande, 460 g,
com casca espessa e formato oval. Apresenta coloração do fruto atraente
(laranja-amarela coberta com vermelho e púrpura intensa). A polpa é firme,
suculenta, e teor de fibra médio. Resistente a antracnose e a danos
mecânicos e com maior período de conservação. Precoce, amadurece bem
se colhido imaturo. Apresenta problemas do colapso interno do fruto,
malformação floral e teor inferior em sabor e de brix (16 º brix),
quando comparado com as variedades Palmer e Haden. É uma das variedades
de manga mais cultivadas mundialmente para exportação. Apresenta facilidade
para indução floral em época quente, alta produtividade e boa vida
de prateleira. Essa variedade representa 90% das exportações de manga
no Brasil (Fig. 6).
Foto: Embrapa
Semi-Árido
Fig.
6. Tommy Atkins.
Variedade
semi-anã, de copa aberta, originada na Flórida, em 1945. Na Austrália
participa de 5% da área de manga, e no Brasil experimenta pequeno aumento
na área cultivada. Os frutos possuem casca roxa quando “de vez” e vermelhos
quando maduros. A polpa é amarelada, firme, bom sabor (21,6º Brix),
com pouca ou nenhuma fibra. Relação polpa/fruto é de 72%, teor médio
de fibras e casca fina. As sementes são monoembriônicas e compridas.
Apresenta boa vida de prateleira e produções regulares e é bem aceita
no mercado interno. A produção é tardia, permitindo prolongamento do
período das safras, e responde ao manejo da indução floral com paclobutrazol
(Fig. 7).
Foto: Embrapa
Semi-Árido
Fig.
7. Palmer
Arvore
moderadamente vigorosa e de copa aberta. Fruto de tamanho médio, 300
a 400 g, coloração atraente (amarela com laivos vermelhos). A polpa é firme
e sem fibras longas. Possui sabor agradável e aroma superior ao da
Tommy Atkins. A semente é monoembriônica. Apresenta certa irregularidade
na produção. Variedade de frutificação tardia (Fig. 8). Atualmente,
não apresenta expressão significativa para comercialização.
Foto: Embrapa
Semi-Árido |