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Cultivo
da Mangueira
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Custos de produção e rentabilidade da manga |
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As mudanças na economia, induzidas pelo processo de globalização, tem exigido do setor agrícola mais eficiência técnica e econômica na condução das explorações. Assim, na busca de competitividade, o conhecimento dos custos de produção e rentabilidade das culturas é cada vez mais importante no processo de decisão do produtor sobre o que plantar. Custos de instalação e manutenção
Na tabela 1 são apresentados os custos de instalação no 1º ano e de manutenção nos 2º, 3º,4º,5º e 6º anos, de um hectare de manga variedade Tommy Atkins, irrigado através de um sistema de microaspersão, com o espaçamento de 8,00m x 5,00m, que é o sistema de produção de manga típico da região do Submédio São Francisco. No ano de implantação, os gastos na compra dos insumos correspondem a 57,41% do custo operacional total do período, sendo que as mudas respondem por 32,13% dos custos desse segmento, seguido pelos adubos (orgânicos, químicos e foliares). A mão-de-obra utilizada nas roçagens e podas é o item mais representativo dos gastos no segmento serviços (Tabela 1). No segundo ano, a participação percentual nos custos de produção é distribuída entre insumos 55,37% e serviços 43,63%, sendo os adubos e a água, respectivamente, os itens mais caros dos insumos, enquanto a mão-de-obra referente as podas e roçagens, é o que mais encarece o segmento dos serviços. No terceiro ano, observa-se o mesmo do ano 2, no segmento dos insumos, entretanto no de serviços, o item mais caro passa a ser a pulverização mecanizada. No quarto ano, já se observa uma mudança significativa na composição dos custos de produção da mangueira, já que os produtos utilizados no manejo da indução floral, são responsáveis por mais de 30% dos custos dos insumos e por 19,50% do total dos custos operacionais efetivos. Com relação aos serviços, a pulverização mecanizada continua sendo o item mais caro. Nos quinto e sexto anos, cresce ainda mais a participação do grupo dos indutores florais nos custos de produção da manga, com respectivamente 23,80% e 25,43% do total dos custos operacionais efetivos e 35,45% e 37,74% dos insumos; Já o segmento serviços, registra o mesmo comportamento verificado a partir do ano 3 (Tabela 1). É interessante comentar que a partir do quarto ano, período em que a cultura começa a produzir, até o sexto ano, quando acontece a plena produção, o custo da água e dos adubos passa a ser menor, diferente do que acontece com o custo dos indutores florais e defensivos agrícolas. Tabela 1. Custo de implantação e manutenção de um hectare de manga, na região do Submédio São Francisco.
Tabela 1. Custo de implantação e manutenção de um hectare de manga na região do Submédio São Francisco. (Continuação)
Observação:
A análise da atividade econômica, através dos custos de produção, é uma grande contribuição para a tomada de decisões na empresa agrícola. No momento econômico em que vive o país, com o fim do subsídio e incentivos e a globalização da economia, intensifica-se a necessidade de buscar informações mais confiáveis para tornar-se mais competitivo no mercado. De acordo com estudos realizados pela Embrapa Semi-Árido, na caracterização do sistema de produção da mangueira na região do Submédio São Francisco, a produtividade média, já estabilizada, é de 25 toneladas por hectare (dos seis aos vinte anos de cultivo). Considerando que o preço médio anual de comercialização da manga, do pólo de produção em análise, é de R$ 0,50/kg, pode-se considerar que o valor bruto médio da produção em um hectare em plena produção é de R$ 12.500,00. Em uma análise mais precisa da rentabilidade econômica da exploração da mangueira no Submédio São Francisco, pode-se adicionar o custo indireto da manutenção de um hectare de manga, ao total dos insumos e serviços de um ano em plena produção (6º ano da tabela 1); esse custo que corresponde ao valor de 9,33% do total dos operacionais, cobre os gastos com administração, depreciação dos equipamentos utilizados, impostos e outras taxas. Com a incorporação deste novo item, o custo total aproximado de um hectare de manga, em produção plena, na região do Submédio São Francisco, fica ao redor de R $ 7.418,13. Considerando o valor bruto médio da produção comercial de manga, em um hectare (receita bruta total) e os custos totais de manutenção do mesmo, constata-se que a exploração da manga na região do Submédio São Francisco apresenta resultados economicamente satisfatórios em diversos índices de eficiência econômica (Tabela 2). A taxa de retorno é de 0,68%, situação que indica que para cada R$1,00 real empregado no custo total de manutenção de um hectare de mangueira, tem-se um retorno de R$ 1,68. O ponto de nivelamento também confirma o razoável desempenho econômico da cultura analisada, pois será necessário uma produtividade de apenas 14.836 kg/ha para a receita se igualar aos custos. Este mesmo desempenho pode ser observado no resultado da margem de segurança, que corresponde a - 0,41, condição que revela que para a receita se igualar à despesa, a quantidade produzida ou o preço de venda do produto pode cair em 41%. Tabela 2. Avaliação econômica do cultivo de manga na região do Submédio São Francisco.
Notas: A análise efetivada acima, revela a rentabilidade de um ano de cultivo, em plena produção. Por se tratar de uma cultura perene, com vida útil prevista de 20 anos, é importante considerar todo o período para se obter um resultado preciso da rentabilidade do empreendimento; assim, uma análise que envolve decisões de longo prazo, a aplicação do Fluxo de Caixa Descontado (FCD) é o procedimento mais aconselhável. Há três métodos geralmente aceitos para o cálculo do um FCD: 1 – Valor presente líquido – VPL 2 – Taxa Interna de Retorno – TIR 3 – Payback O método do Valor presente Líquido (VPL) calcula o ganho monetário líquido, descontadas todas as entradas e desembolsos futuros esperados para o momento atual, utilizando uma taxa de retorno esperada. Esta taxa de retorno esperada é o custo de oportunidade, que equivale a outra atividade financeira que a empresa abriu mão, ao decidir cultivar a manga. Utilizamos aqui uma taxa de 10% a .a. (dez por cento ao ano). Os valores calculados do VPL, considerando os orçamentos anuais da manga, são apresentados na Tabela 3. A análise apresentada no trabalho, demonstra que o projeto de cultivo da manga, ao longo dos 20 anos, oferece um retorno maior que a taxa utilizada de custo de oportunidade, de 10% ao ano, com o valor presente líquido de R$ 27.285,08. O método da Taxa Interna de Retorno (TIR) calcula a taxa de retorno esperada futura de um investimento. Sendo o valor líquido de um investimento positivo, significa que a sua taxa interna de retorno excede o seu custo de capital. A viabilidade do projeto somente deve ser considerada quando esta taxa for superior ao custo de oportunidade, que no caso estudado da manga, foi estipulado em 10% ao ano. Como a TIR foi de 38,95% ao ano, significa que projeto é viável. Outra forma de observar esta taxa é no caso do empresário ter uma outra opção de negócio que rendesse até 38% ao ano, ainda assim, pelo cálculo da TIR, o negócio da manga seria mais rentável. O método do PAYBACK é definido como sendo aquele número de anos ou meses, dependendo da escala utilizada, necessários para que o desembolso correspondente ao investimento inicial seja recuperado, ou ainda igualado e superado pelas entradas líquidas acumuladas. No estudo da manga, observamos que no projeto, a partir do 5.º ano, o fluxo de caixa acumulado já será positivo. Portanto, a recuperação do investimento acontecerá entre o quinto e sexto ano, como podemos observar na Tabela 4. Tabela 3. Cálculo do valor presente líquido para o investimento de um hectare de manga na Região do Submédio São Francisco.
NOTAS:
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