Cultivo
da Mangueira
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Manejo de plantas invasoras |
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Tratos culturais na cultura da manga As plantas invasoras constituem um fator que afeta a economia agrícola, sendo de fundamental importância diferenciar com exatidão uma planta indesejável (planta daninha) das outras de interesse agrícola. Para tanto, é importante lembrar que daninha é toda e qualquer planta não cultivada, que ocorre em áreas, causando perdas às explorações agrícolas, através da competição por luz, água e nutrientes e em algumas situações servem ainda como hospedeiras de pragas e doenças. Esta e outras perdas conferem às plantas indesejáveis, a responsabilidade direta ou indireta de serem causadoras de menores rendimentos do pomar de manga, bem como elevarem o custo de produção. Estas plantas indesejáveis podem apresentar-se como anuais, bianuais e perenes, e esse conhecimento é indispensável para que possam ser controladas. Plantas anuais são aquelas que possuem um ciclo vegetativo, no máximo de um ano, reproduzindo-se, exclusivamente, por sementes. Todo o trabalho de erradicação destas invasoras deve estar voltado à não produção de sementes. As bianuais são plantas que no primeiro ano apresentam apenas crescimento vegetativo, para no segundo ano produzirem sementes. As perenes são, na verdade, as plantas indesejáveis de controle mais difícil, visto que se mantém vivas durante muito tempo, reproduzindo-se todos os anos, além de, geralmente, multiplicarem-se vegetativamente (por rizomas, estolões, etc.), como exemplo podemos mencionar a tiririca (Cyperus rotundus L.) capim-fino, capim-angola, capim-de-planta (Brachiaria mutica Forsk) grama-seda (Cynodon dactylon L.), entre outros.
Ação mecânica O controle de plantas indesejáveis pode ser feito através de equipamentos motomecanizados, manuais e a tração animal e do pastejo direto de ruminantes no pomar. Por medidas de segurança alimentar, o tráfego de animais de tração ou para pastejo na área do pomar, após a floração, tem restrições, pois constitui um risco de contaminação alimentar, devido a alguns patógenos hospedeiros desses animais, ao entrar em contato com os frutos, deixando a produção imprópria para alguns mercados importadores (principalmente Estados Unidos). O controle mecanizado de plantas indesejáveis deve estar associado ao método de irrigação, seja ele de superfície (sulcos e bacias), aspersão subcopa fixa ou móvel, ou localizada (gotejamento e microaspersão). É importante lembrar que uma movimentação excessiva de máquinas e equipamentos no pomar, causa uma compactação do solo, principalmente quando o solo está úmido; assim, como nem sempre é possível evitá-las, existe a recomendação de se utilizarem as roçagens manuais ou mecânicas, que permitem controlar os processos de erosão, além de melhorar as condições físicas (estrutura e porosidade) e biológicas do solo. O uso de equipamentos que promovem a movimentação do solo, como grades, cultivadores, enxadas rotativas, entre outros, no controle de plantas invasoras, deve ser feito de preferência fora do período chuvoso, visando proteger o solo dos processos erosivos, mantendo a menor profundidade possível (suficiente para eliminar as plantas invasoras), a fim de que os órgãos ativos do implemento, não agridam o sistema radicular da mangueira. O ideal é manter o solo com uma diversidade de espécies vegetais que favoreçam a estabilidade ecológica e minimizem o uso de herbicidas. Nos pomares em produção deve-se manter na fileira da mangueira, uma faixa controle de ervas espontâneas, por meio de “mulching”, roçadas ou capinadas. Ação química O controle químico de plantas indesejáveis é permitido com algumas restrições. Utilizar herbicidas preferencialmente no período chuvoso e mediante receituário técnico, conforme a legislação vigente, e minimizar seu uso para evitar resíduos. Não são recomendados herbicidas de princípio ativo pré-emergente na linha de plantio. O herbicida deve ser utilizado somente na entrelinhas da cultura da mangueira. No sistema de Produção Integrada de Frutas (PIF), o controle químico de plantas indesejáveis na cultura da mangueira, é permitido com algumas restrições, devendo ser empregado somente como complemento aos métodos culturais e na faixa de projeção da copa das mangueiras, utilizando, no máximo, duas aplicações anuais com produtos de pós-emergência. As plantas indesejáveis (daninhas) encontradas com mais freqüência nos pomares no Vale do São Francisco (município de Petrolina-PE), no período de inverno (21 de junho a 23 de setembro) estação seca) são: serralha roxa - Emilia sagitata e malva rasteira - Herissarithia crispa, malva flor amarela - Waltheria indica, azul rasteira - Evolvulus aff.analoides, pega-pinto - Boerhaavia diffusa, orelha de mexirra - Chamaesyce hirta, agulha - Bidens pilosa e bananinha - Indigofora sp., capim fino - Digitaria horizontalis, capim carrapicho - Cenchrus echinatus e corda de viola - Pavonia humifusa, jureminha Desmanthus sp, malva rasteira - Herissarithia crispa, quebra pedra - Phyllauthus niuri, sara ferida - Euphorbia heterophylla, e serralha vermelha - Emilia sonchifolia. As plantas indesejáveis (plantas daninhas) encontradas com mais freqüência nos pomares no Vale do São Francisco (município de Petrolina-PE) no período de verão (21 de dezembro a 21 de março) estação chuvosa) são: bolinha verde - Croton glandulosus, capim fino - Diigitaria horizontalis, malva rasteira – Herissanthia crispa, azul rasteira - Evolvulus aff. analoides, begô - Tribullus cistoides, ervanço de pendão - Froelichia lanata e meloso - Marsypianthes chamaedrys. No período de outono (21 de março a 21 de junho) estão: bredo - Amaranthus deflexus, capim carrapicho - Cenchrus echinatus, capim fino - Digitaria horizontalis, capim pé de papagaio - Dactyloctenium aegiptium, pega pinto - Boerhaavia diffusa, sara ferida - Euphorbia heterophylla e três sementes - Croton lobatus. As informações sobre a freqüência de plantas indesejáveis encontradas nos pomares de manga na região do Vale do São Francisco (município de Petrolina-PE), são indicativos para que o técnico responsável pelo receituário e assistência técnica da área elabore o plano de ação dos tratos culturais, através do controle mecanizado e complementação com produtos químicos (herbicidas), se necessário, visando a obtenção do máximo de eficiência com um menor custo de produção.
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