Cultivo
da Mangueira
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Manejo de solo |
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As informações técnicas sobre o manejo do solo na instalação e condução de um pomar de manga são importantes na consolidação dos conhecimentos básicos e práticos para técnicos e produtores envolvidos com a mangicultura no Vale do Rio São Francisco. Manejo do solo em áreas com cultura já implantada
As melhores condições edáficas recomendadas para o cultivo da mangueira, em geral, são solos com média fertilidade, de arenosos até argilosos, porém preferencialmente areno-argilosos, profundos, permeáveis, bem drenados, ligeiramente ácidos, mecanizáveis e com faixa de pH ideal entre 5,5 a 6,8. No Vale do São Francisco, no Pólo Petrolina/Juazeiro, é cultivada em diferentes tipos de solos, sendo mais freqüentes nas classes dos Vertissolos, Argissolos, Latossolos e Neossolos Quartzarênicos. Os Vertissolos são solos profundos, de textura argilosa, pH entre 5,5 - 6,5 e mal drenados (Fig. 1a). Os Argissolos Amarelos, antigos Podzólicos Vermelho-Amarelo, apresentam diferentes profundidades e texturas, geralmente são areno-argilosos, são moderados a mal drenados, e pH oscilando entre 5,5- 6,8 (1b). Os Latossolos Vermelho-Amarelo são solos de textura média, profundos e moderadamente a bem drenados, com pH 5,0 - 6,5 (1c). Os Neossolos Quartzarênicos, antigas areias quartzosas, são geralmente profundos, com textura areia ou areia franca ao longo de pelo menos 2 m de profundidade, bem drenados e pH entre 4,5 - 6,5 (1d). As áreas cultivadas com manga, em Neossolos Quartzarênicos, tem apresentado produtividade elevada, permitem um manejo eficiente da irrigação, requerem menor custo de implantação do pomar, por não apresentar problemas de drenagem, no entanto necessitam da adição de matéria orgânica para aumentar a capacidade de retenção. Os solos com impedimento físicos, tais como compactação, comuns na região do Vale do São Francisco, devem ser trabalhados na época de implantação do pomar, pois influenciam na distribuição e absorção de água e dos nutrientes. Fotos: Embrapa Semi-Árido
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As operações de preparo do solo são feitas três a quatro meses antes do plantio e consistem na roçagem e destocamento da área. Em seguida procede-se a coleta de amostras do solo para posterior análise, visando avaliar a necessidade de calagem e fertilização. As operações de aração, gradagem leve e/ou pesada, ou qualquer outra visando o preparo do solo, deverão ser definidas em função das condições da área a ser preparada. Em casos de solos compactados, é recomendável proceder uma subsolagem da área, com incorporação de matéria orgânica, ou pelo menos das linhas de plantio. Aração - Caso seja necessário, fazer uma aração a uma profundidade de 30 - 40 cm, visando principalmente a incorporação dos restos culturais, romper camada de impedimento, eliminação de ervas daninhas, entre outras. Gradagem - É recomendada uma gradagem leve, gradagem pesada ou subsolagem. Após a aração no caso de haver sido aplicado calcário, deve ser feita uma gradagem cruzada com a operação anterior (aração, gradagem pesada ou subsolagem).
Para as condições de clima tropical do Nordeste do Brasil, sistemas de manejo adequados à conservação do solo e produtividade devem ser basicamente fundamentados na cobertura do solo por culturas ou seus resíduos, objetivando proteger o solo das chuvas de alta intensidade e mal distribuídas, típicas da região semi-árida; aumentar a infiltração e retenção de água; aumentar o teor de matéria orgânica, com conseqüente mineralização de nutrientes e, diminuir as oscilações de temperaturas e evaporação no solo, elevando a disponibilidade de água para as plantas. Espécies vegetais consorciadas entre as plantas é uma prática utilizada na fruticultura da região. Essa mistura é conhecida como coquetel vegetal, (leguminosas, gramíneas e oleaginosas) que depois do corte deixa-se o resíduo como cobertura morta do solo. É comum na região, na condução dos pomares de manga, roçar o mato (das ruas entre as fileiras) deixando-o sobre o solo; em pomares isentos de problemas fitossanitários, é prática também, depois da poda pós-colheita, deixar os restos dos galhos podados entre as linhas, que depois de secos serão roçados (Fig. 2a, 2b). Esse manejo, além dos benefícios já mencionados protege o solo dos riscos de salinização, pois evita a ascensão dos sais no perfil do solo. Restos de outras culturas, desde que também isentos de problemas fitossanitários, têm apresentado bons resultados tanto na cobertura do solo como na produção de matéria orgânica, como é o exemplo de colmos de bananeira (Fig. 3a, 3b). O abaciamento ao redor da planta cultivada também deve ser mantido com cobertura de resíduos vegetais. Fotos: Embrapa
Semi-Árido
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