Fertirrigação  
              Tipos de injetores 
              Injetor elétrico de fertilizantes 
              Compatibilidade de fertilizates 
            
              
              
              
               
             A irrigação é uma técnica agrícola  que tem como principal finalidade levar água à cultura no tempo e  quantidade adequada para que a mesma expresse seu potencial produtivo  de maneira economicamente viável.  
             Os diversos sistemas de irrigação  disponíveis atualmente no mercado dão aos produtores acesso a uma  moderna tecnologia, que juntamente com manejo equilibrado da adubação  e tratos culturais, reúnem todas as condições para que as culturas  expressem seu real potencial produtivo. Atualmente, os insumos, água  e nutrientes podem caminhar juntos, sendo possível disponibilizá-los  ao sistema solo-planta, ao mesmo tempo, através da fertirrigação,  com vantagens.  
             Quando se trabalha com agricultura  irrigada existem duas questões básicas: Quando  se deve irrigar? Quanto  de água deve ser aplicado? Portanto, saber o momento certo de iniciar as irrigações e quanto  de água aplicar a uma cultura são o princípio básico do manejo  “racional” da irrigação.   Conhecimento da fisiologia da  cultura, os períodos (estádios) críticos de consumo de água e  seus reflexos na produtividade são essenciais para o bom  planejamento do manejo de aplicação de água.  
             A escolha do sistema de irrigação  deve basear-se em análise técnico-econômica, levando-se em  consideração o tipo de solo, topografia, clima, cultura, custo do  equipamento, energia, qualidade de água disponível, mão-de- obra,  etc.  
             Dentre os sistemas de irrigação, o  que propicia produtividade elevada e melhor qualidade de frutos do  meloeiro, destaca-se a irrigação por gotejamento. Esse sistema, de  modo geral, trabalha com turno de rega ou frequência de irrigação  menor ou igual a 3 dias, pois se caracteriza por possuir emissores de  baixa vazão e por isso necessitam de mais tempo para aplicar uma  determinada lâmina de água em comparação com outros sistemas de  irrigação. 
             Atualmente, o mercado dispõe de  diversos tipos de gotejadores, podendo ser intrusos, ou seja,  incorporado à mangueira e também sobre esta. Os fabricantes vêm  desenvolvendo gotejadores com diversas características com intuito  de melhorar a eficiência de aplicação de água, por exemplo, os  gotejadores autocompensante e antidrenante. Um sistema localizado,  muito usado por pequenos e médios irrigantes, são as fitas  gotejadores que, basicamente, diferencia-se da mangueira com  gotejador por trabalhar com baixa vazão (0,5 L/h a 2 L/h) e baixa  pressão de serviço (0,5 a kgf/cm2),  possui menor custo financeiro, mas menor durabilidade a campo.  A  maioria dos sistemas de irrigação por gotejamento trabalham na  faixa de pressão de 0,5 kgf/cm2  a 2 kgf/cm2  com vazões variando de 0,5  L.h-1 a  5 L.h-1.  Como regra geral, o espaçamento entre gotejadores mais usados são  0,20 m a 0,30 m para solos de textura grossa e 0,50 m a 1 m para  solos de textura média e fina. Já para os sistemas de fita  gotejadora os mais usados são emissores espaçados de 0,10 m a 0,30  m, respectivamente. 
             A necessidade de água do meloeiro, do  plantio à colheita, varia de 3.000 m3/ha  a 5.500 m3/ha,  dependendo da condição edafoclimática local e da cultivar. O ciclo  da cultura, para fins de irrigação pode ser dividido em quatro  estádios distintos (inicial, vegetativo, frutificação e  maturação). A duração de cada estádio depende, principalmente,  das condições locais de clima, solo e cultivar. Os estádios de  desenvolvimento da cultura, para efeito do manejo de irrigação pode  ser dividido em: 
             a) Estádio inicial (Estádio I) da  cultura compreende o período que vai da emergência até as plantas  atingirem 10% do desenvolvimento vegetativo (DV). 
             b) Estádio vegetativo (Estádio II)  vai do fim do estádio inicial até o início do florescimento,  compreende espaço entre 10% do DV até aproximadamente 80% do  desenvolvimento máximo da parte aérea. 
             c) Estádio de frutificação (Estádio  III) é o período que estende de 80% do desenvolvimento vegetativo  (início do florescimento) até inicio da maturação dos frutos, é  o período mais crítico do meloeiro quando a deficiência de água  no solo pode afetar sobremaneira a produtividade e qualidade dos  frutos. A deficiência de água reduz o pegamento e o tamanho de  frutos, comprometendo a produtividade, enquanto, o excesso favorece a  ocorrência de doenças e lixiviação de nutrientes. No período de  máxima necessidade hídrica da cultura (frutificação) a umidade do  solo deve permanecer próxima à capacidade de campo (CC) que, para  solos de textura grossa (arenoso) normalmente corresponde ao teor de  água que está retido a uma força que varia de -8 kPa a -15 kPa, e  solos de textura fina de  -25 kPa a -40 kPa. 
             d) Estádio de maturação (Estádio  IV) dos frutos corresponde do início da maturação até a colheita  dos frutos. 
             A quantidade de água a ser aplicada  pode ser estimada de diversas maneiras, como: determinando a  quantidade de água presente no solo e aplicando água para elevar o  teor de água do solo a capacidade de campo. Outra maneira bastante  usada é estimar a evapotranspiração da cultura, repondo ao solo a  quantidade de água evapotranspirada. A estimativa da lâmina de  irrigação pode ser feita usando dados agroclimáticos ou dados de  solo, que pode ser chamada de estimativa via clima e estimativa via  solo, pode-se, também, usar os dois métodos de estimativa da lâmina  de irrigação. 
             Normalmente, nos deparamos com os  seguintes tipos de critérios para manejo de irrigação: 
             a) Turno de rega fixo e lâmina de  irrigação variável – Neste critério, a irrigação é feita em  intervalos de dia fixos e a quantidade de água de irrigação  variável. Esse critério é usado em perímetros de irrigação,  onde os irrigantes têm dia fixo para receber água em seu lote. 
             b) Turno de rega fixo e lâmina de  irrigação fixa – Neste critério a irrigação é feita em  intervalos de dia fixos e a quantidade de água de irrigação fixa.  Esse critério também é usado em perímetros de irrigação, onde  os irrigantes, além de terem dia fixo de receber água em seu lote,  também têm uma quantidade de água disponível fixa. 
             c) Turno de rega variável e lâmina  de irrigação fixa – Neste critério a frequência de irrigação  é variável, ou seja, não existe dia pré-definido para irrigar, e  a quantidade de água para irrigação é fixa. Muito usado em área  onde o irrigante recebe água em seu lote constantemente, porém, em  quantidade fixa. 
             d) Turno de rega variável e lâmina  de irrigação variável – Neste critério tanto o dia de irrigar  quanto à lâmina de irrigação é variável, ou seja, quando  irrigar e quanto irrigar (quantidade). Esse método é usado em  empreendimento particular e dá ao irrigante mais flexibilidade no  desenvolvimento dos trabalhos na propriedade. 
             Em condições de demanda hídrica  elevada e solos arenosos, a frequência de irrigação (turno de  rega) é diária, às vezes faz-se necessário mais de uma aplicação  de água por dia. 
             A quantidade de água a ser aplicada a  uma dada cultura pode ser estimada pelo cálculo da evapotranspiração  diária ou do intervalo de dias (turno de rega) entre duas  irrigações.  
             O tanque Classe “A”, é um  instrumento bastante usado na estimativa da evapotranspiração,  recomenda-se adotar certos cuidados na escolha do local e na  instalação do tanque, tais como: evitar a instalação próxima a  construções, açudes e/ou plantações de porte alto; pois estes  podem influenciar na evaporação da água (vento, umidade relativa  do ar, temperatura e insolação); deve ser colocado em um local de  fácil acesso e que seja representativo da área a ser irrigada.  Juntamente com o tanque devem ser instalados anemômetro e  pluviômetro.  
             O tanque Classe “A” foi  desenvolvido para simular a evaporação da superfície de um lago,  porém, foi adaptado para estimar a evaporação na superfície do  solo. Para tanto, foram ajustados coeficientes do tanque (Kp). Existe  valor de Kp para duas condições de cobertura do solo, onde se leva  em consideração a umidade relativa do ar, bordadura da área de  instalação e velocidade do vento local (Tabela 1). Porém,  atualmente as pesquisas mostram que o uso da tabela somente é  recomendado, quando na região não se dispõem de parâmetros que  permitam calcular os valores de Kp, dados pela seguinte relação: 
             Kp  = ETo/ Ev                                                       (1) 
             
             
             Em que: ETo é a evapotranspiração de referência (mm/dia), que pode ser  estimada usando a equação de Penman-Monteith e Ev é a evaporação  da água no tanque Classe “A” (mm/dia). 
             Muitos irrigantes usam somente um  valor médio de Kp para todo o ano, podendo acarretar em erros por  excesso ou escassez do valor do volume de água a ser aplicada via  irrigação, causando danos ao desenvolvimento e produção das  culturas. Recomenda-se determinar valores de Kp diários e ajustar  valores médios para cada mês do ano. Normalmente, dado pela análise  de dados históricos, para o polo irrigado Petrolina, PE/Juazeiro, BA  usa-se valor médio de Kp = 0,75. 
            
              
                   | 
               
              
                Tabela 1. Valores do coeficiente do tanque “Classe A” (Kp), em função dos dados meteorológicos da região e do meio em que está instalado. 
                  
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 Exposição
			A . 
			(Tanque
			circundado por grama)   		 | 
		
			 Exposição
			B. 
			(Tanque
			circundado por solo nu) 		 | 
	 
	
		| 
			 UR
			% 
			Média 		 | 
		
			  
			 		 | 
		
			 Baixa 
			<
			40 		 | 
		
			 Média 
			40-70 		 | 
		
			 Alta 
			>
			70 		 | 
		
			  
			 		 | 
		
			 Baixa 
			<
			40 		 | 
		
			 Média 
			40-70 		 | 
		
			 Alta 
			>
			70 		 | 
	 
	
		| 
			 Vento
						 
			(km/dia) 		 | 
		
			 *R
			(m) 		 | 
		
			  
			 		 | 
		
			  
			 		 | 
		
			  
			 		 | 
		
			 *R
			(m) 		 | 
		
			  
			 		 | 
		
			  
			 		 | 
		
			  
			 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,70 		 | 
		
			 0,80 		 | 
		
			 0,85 		 | 
	 
	
		| 
			 Leve 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 0,85 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,70 		 | 
		
			 0,80 		 | 
	 
	
		| 
			  <175 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,70 		 | 
		
			 0,80 		 | 
		
			 0,85 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,75 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 0,85 		 | 
		
			 0,85 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,70 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 0,80 		 | 
	 
	
		| 
			 Moderado 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,70 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,70 		 | 
	 
	
		| 
			 175-425 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 0,80 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,70 		 | 
		
			 0,80 		 | 
		
			 0,80 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,60 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,70 		 | 
	 
	
		| 
			 Forte 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,75 		 | 
	 
	
		| 
			 425-700 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,60 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 0,70 		 | 
		
			 0,75 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,40 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,55 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,40 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 1 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
	 
	
		| 
			 Muito
			Forte 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 10 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,55 		 | 
	 
	
		| 
			 >700 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,50 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 100 		 | 
		
			 0,40 		 | 
		
			 0,45 		 | 
		
			 0,50 		 | 
	 
	
		| 
			  
			 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,55 		 | 
		
			 0,60 		 | 
		
			 0,65 		 | 
		
			 1000 		 | 
		
			 0,35 		 | 
		
			 0,40 		 | 
		
			 0,45 		 | 
	 
  | 
               
              
                Fonte: Adaptado de Doorenhos e Pruitt (1977). 
 | 
               
              
                | Obs:  R = menor distância do centro do tanque Classe “A” até a  bordadura onde não mais existirá grama ou solo nu.  Fonte: Adaptado  de  Doorenbos e Pruitt (1977). | 
               
             
            
              
            De posse dos valores de Kp, para o  cálculo da evapotranspiração de referência (ETo), basta usar a  expressão:  
             ETo =  Ev x  Kp                                                              (2) 
            Com advento das estações  agrometeorológicas e de programas computacionais o ETo  pode ser obtido diretamente das estações. 
             Para a estimativa  da evapotranspiração da cultura (ETc)  ou lâmina líquida a ser aplicada (LL), utiliza-se a  relação: 
             ETc = LL =  Kc x ETo (3) 
            Em  que: ETc ou LL é dada em mm/dia e Kc é o coeficiente de cultura (decimal),  que é usado para ajustar os valores de ETc às condições de desenvolvimento da cultura. 
              Em  média, podem-se utilizar os seguintes valores de coeficientes de  cultura (Kc) para o meloeiro: 0,75 para primeira quinzena do plantio;  0,85 para segunda quinzena e de 0,80 da terceira quinzena, em diante.  Para as condições edafoclimática dos Tabuleiros Costeiro do Estado  do Piauí recomendam-se valores de Kc de: 0,52 para o estádio  vegetativo (0 a 18 dias após a emergência da cultura - DAE); 0,88  para o período da floração (19 a 26 DAE); 1,13 para o período de  formação dos frutos (27 a 45 DAE); e 0,91 para o período de  maturação dos frutos e colheita (45 a 55 DAE). Também, existem  valores de coeficiente de cultura para o meloeiro, que relacionam a  profundidade efetiva do sistema radicular da cultura com o sistema de  irrigação usado (Tabela 2). 
            
              
                | 
  | 
               
              
                Tabela 2. Coeficientes de cultura e profundidade efetiva do sistema radicular nos diferentes estádios de desenvolvimento do meloeiro, em função do sistema de irrigação usado.
                  
                  
                  
                  
                  
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                      Estádio  			de 
                      Desenvolvimento  | 
                      Coeficiente  			de cultura (Kc)  | 
                      Profundidade 
                      das  			raízes (cm)  | 
                     
                    
                      Sulco/Aspersão  | 
                      Gotejamento  | 
                     
                    
                      Solo  			nu  | 
                      Solo  			c/ plástico  | 
                     
                    
                      Inicial  			(I)  | 
                      0,45  | 
                      0,35  | 
                      0,20  | 
                      05  			– 10  | 
                     
                    
                      Vegetativo  			(II)  | 
                      0,75  | 
                      0,70  | 
                      0,60  | 
                      15  			– 30  | 
                     
                    
                      Frutificação  			(III)  | 
                      1,00  | 
                      1,00  | 
                      0,90  | 
                      25  			– 40  | 
                     
                    
                      Maturação  			(IV)  | 
                      0,70  | 
                      0,80  | 
                      0,70  | 
                      25  			– 40  | 
                     
                  | 
               
              
                Fonte: Adaptado de Marouelli et al. (1996), Allen et al.(1998) e Sousa et al. (1999). 
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             A  irrigação localizada caracteriza-se por aplicar água de maneira  pontual ou em faixas molhadas diretamente nas raízes da cultura. O  sistema por gotejamento na maioria das vezes não molha toda a  superfície do solo, portanto nesse sistema deve ser incluído um  coeficiente de redução na quantidade de água a ser aplicada.  
             Assim sendo, a quantidade de água  necessária para irrigação localizada (evapotranspiração) será: 
            
              
            Em que: ETg  é a evapotranspiração na área irrigada por gotejamento (mm/dia) e  P a porcentagem de área molhada em relação à área total  (irrigação em faixa molhada). 
             O cálculo da percentagem de área  molhada (P) é dado por: 
            
            Na literatura encontram-se  recomendações para se adotar percentagem mínima (Pmin) molhada  para cada região: regiões úmidas: 20% e regiões áridas: 33%.  Entretanto, muitos pesquisadores recomendam uma percentagem mínima  de molhamento de cerca de 40%, nas condições de Semiárido.  
             A lâmina bruta (Lb)  ou irrigação total necessária, para irrigação localizada, é  dada por:  
            
            
              
              
              
               
             A eficiência  de irrigação (Ei)  ou de aplicação para o sistemas de irrigação localizado devem ser  maiores ou igual a 90% (Ei ≥ 90%). O Σ significa o somatório da  evapotranspiração do período considerado entre irrigações, ou  seja, caso o manejo da irrigação for em turno de rega de 2 dias,  deve-se somar a evapotranspiração (ETg)  desses 2 dias e aplicar na equação 6. 
             A determinação do tempo de  funcionamento por posição varia de acordo com a lâmina de água a  ser aplicada e vazão dos emissores. Para se efetuar os cálculos  deve-se considerar a disposição da "mancha" de molhamento na  superfície do solo, ou seja, se forma uma faixa molhada contínua (Figura 1) ou por  planta. Podendo ser calculadas da seguinte fórmula: 
            
              - 
                
Tempo  	de funcionamento por posição para irrigação  	em faixa contínua: 
              
            
             
                        
            Em que: Ti  é o tempo de irrigação  (h); Eg é o espaçamento entre gotejadores ao longo da linha lateral (m); EL  é o espaçamento entre linhas de gotejadores ou linhas laterais (m)  e q é a vazão do gotejador (L/h). 
            
              
                Fonte: Marcos Brandão Braga. 
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                |   | 
               
              
                | Figura 1. Área de faixa molhada. | 
               
             
            
              
              
              
               
             Em que: Ap  é a área representada por cada planta ou cova (Ap  = Ep  x ELp)  em m2,  ou seja, Ep é  o espaçamento entre plantas e ELp  é o espaçamento entre linhas de plantas (m); e n é o número de  gotejadores por planta. 
            
              
                Fonte: Marcos Brandão Braga. 
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                |  Figura 2. Área representada por cada planta. | 
               
              
                |   | 
               
             
             
              É importante observar a seguinte  regra básica: quando a porcentagem de área molhada for maior que a  percentagem de área coberta (sombreada), recomenda-se usar no  cálculo da lâmina de irrigação, a percentagem de área molhada,  caso contrário, usa-se a percentagem de área coberta ou sombreada.  Em outras palavras, uma vez a área sombreada fique maior que a  molhada deve-se passar a adotar a percentagem de área sombreada.             
             Par facilitar o  manejo da irrigação pode ser construída uma tabela contendo os  valores de ETo e os respectivos Ti, conforme apresentado na Tabela 3. 
            
              
                |   | 
               
              
                Tabela 3. Valores de ETo e os respectivos tempos de irrigação (Ti).
                  
                  
                  
                  
                  
                    
                    
                    
                    
                    
                       ETo (mm)  | 
                       Ti (min)  | 
                       ETo (mm)  | 
                       Ti (min)  | 
                     
                    
                       4,0  | 
                       67  | 
                       8  | 
                       133  | 
                     
                    
                       5,0  | 
                       83  | 
                       .  | 
                       .  | 
                     
                    
                       5,6  | 
                       94  | 
                       .  | 
                       .  | 
                     
                    
                       6,0  | 
                       100  | 
                       15  | 
                       250  | 
                     
                    
                       7,0  | 
                       116  | 
                       20  | 
                       334  | 
                     
                  | 
               
              
                Fonte: Dados da Embrapa Semiárido. 
                  | 
               
             
            
            
            Obs: para as outras fases  fenológicas da cultura, que têm diferentes Kc e P, devem-se fazer  outras tabelas. (Simulado com dados do autor).
            
            
            
            
 O  intervalo entre as irrigações (frequência de irrigação ou turno  de rega)  é uma decisão do técnico tendo como base as  características de operação do sistema de irrigação da área,  características físico-hídricas do solo e do estádio fenológico  da cultura, desde que reponha ao solo a demanda hídrica requerida  pela cultura no período de tempo considerado, e que essa não sofra  déficit hídrico capaz de afetar sua produção.  
            
            
            
            
            
             A fertirrigação na cultura do  meloeiro pode induzir incrementos significativos tanto na  produtividade quanto na qualidade de frutos. Em termos práticos, o  gotejamento sem aplicação de fertilizantes via água de irrigação,  é pouco eficiente, resultando em pequeno incremento na  produtividade. Há várias possibilidades de manejo da fertirrigação.  As Tabelas 4 e 5 apresentam  manejos de fertirrigação para dois  tipos de solo. 
            
              
                |   | 
               
              
                Tabela 4. Frequência, doses, fontes e período de aplicação de nutrientes na cultura do melão.
                  
                    
                      | Fonte de Fertilizantes  | 
                     
                    
                      | Nitrôgenio | 
                     
                    
                      | Opção 1  | 
                      Ureia | 
                     
                    
                      | Período de aplicação  | 
                      3 a 42 dias após a germinação  | 
                     
                    
                      | Frequência | 
                      Diária | 
                     
                    
                      | Dose | 
                      80 Kg/ha de N  | 
                     
                    
                      | Opção 2  | 
                      Ureia/sulfato de amônio/nitrato de potássio  | 
                     
                    
                      | Período de aplicação  | 
                      Ureia:3 a 15 dias após a germinação 
                        Sulfato de Amônio:16 a 30 dias após a germinação 
                        Nitrato de potássio:31 a 42 dias após a germinação
                          | 
                     
                    
                      Potássio (k2O)  
                         | 
                     
                    
                      | Período de aplicação  | 
                      Até 55 dias após a germinação  | 
                     
                    
                      | Frequência | 
                      Diária | 
                     
                    
                      | Dose | 
                      90 kg/ha  | 
                     
                    
                      | Fósforo (P2O5)  | 
                     
                    
                      | Período de aplicação  | 
                      Em fundação, antes do plantio  | 
                     
                    
                      | Dose | 
                      120 Kg/ha  | 
                     
                    
                      | Produtividade esperada (Latossolo)  | 
                      30 kg/ha  | 
                     
                    
                      | Produtividade esperada (Vertissolo)  | 
                      40 t/ha  | 
                     
                   
                  Fonte: Pinto et al. (1996).  | 
               
              
                | 
  | 
               
             
              
            
              
                Tabela 5. Distribuição percentual de nitrogênio (N), cálcio (C) e fósforo (P) a ser aplicada via fertirrigação, ao longo do ciclo de desenvolvimento do meloeiro pelo sistema de gotejamento.  | 
               
              
                
                  
                  
                  
                  
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                    
                      Nutrientes  | 
                      Ciclos (dias)  | 
                     
                    
                      |   | 
                      0  | 
                      1-7  | 
                      8-14  | 
                      15-21  | 
                      22-28  | 
                      29-35  | 
                      36-42  | 
                      43-49  | 
                      50-56  | 
                     
                    
                      Solos de textura  			fina e média  | 
                     
                    
                      N  | 
                      20  | 
                      2  | 
                      3  | 
                      5  | 
                      10  | 
                      20  | 
                      20  | 
                      15  | 
                      5  | 
                     
                    
                      K  | 
                      20  | 
                      2  | 
                      3  | 
                      5  | 
                      10  | 
                      20  | 
                      20  | 
                      15  | 
                      5  | 
                     
                    
                      Ca  | 
                      60  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      10  | 
                      10  | 
                      10  | 
                      10  | 
                      0  | 
                     
                    
                      P  | 
                      100  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      0  | 
                     
                    
                      Solos de textura  			grossa  | 
                     
                    
                      N  | 
                      10  | 
                      3  | 
                      5  | 
                      5  | 
                      15  | 
                      21  | 
                      21  | 
                      15  | 
                      5  | 
                     
                    
                      K  | 
                      10  | 
                      3  | 
                      5  | 
                      5  | 
                      15  | 
                      21  | 
                      21  | 
                      15  | 
                      5  | 
                     
                    
                      Ca  | 
                      40  | 
                      0  | 
                      0  | 
                      10  | 
                      10  | 
                      15  | 
                      15  | 
                      10  | 
                      0  | 
                     
                    
                      P  | 
                      60  | 
                      0  | 
                      5  | 
                      5  | 
                      10  | 
                      10  | 
                      10  | 
                      0  | 
                      0  | 
                     
                    
                      Solos  			de textura fina e média  | 
                     
                    
                      N  | 
                      20  | 
                     
                    
                      K  | 
                      20  | 
                     
                    
                      Ca  | 
                      60  | 
                     
                    
                      P  | 
                      100  | 
                     
                    
                      Solos  			de textura grossa  | 
                     
                    
                      N  | 
                      10  | 
                     
                    
                      K  | 
                      10  | 
                     
                    
                      Ca  | 
                      40  | 
                     
                    
                      P  | 
                      60  | 
                     
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                Fonte: Adaptado de: Marouelli et al. (2003).  
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            É  preciso ter em mente que o sucesso da fertirrigação depende do bom  planejamento e execução da irrigação que, em excesso, pode  incrementar perdas de nutrientes, principalmente de nitrogênio, o  que pode contaminar os aquíferos subterrâneos e superficiais. 
            
            
              Nos injetores tipo Venturi o fluxo de  fertilizante injetado na rede estará em relação direta à pressão  da água à entrada do mecanismo, com uma pressão mínima da ordem  de 150 kPa. A vazão varia, nos modelos mais usuais, entre 50 L.h-1  e 2.000 L.h-1.  A vazão mínima que deve passar através do “Venturi” depende de  sua capacidade e varia de 1 m3.h-1  para os modelos de 1” a mais de 20 m3.h-1  para Venturi de 2” de alta capacidade de sucção. 
             Estes tipos de injetores ou dispõem  de um bocal de vazão constante com o qual a vazão do fertilizante  injetado é constante ou, em caso contrário, segundo a pressão de  entrada e a perda de carga produzida na tubulação principal se  obtenham diferentes vazões de injeção, as quais são indicadas  pelo fabricante. Salienta-se que o valor da capacidade de sucção do  Venturi indicado pelo fabricante se refere à água pura. Esta  capacidade se reduzirá à medida que a densidade da solução  fertilizante aumentar. 
             A maior vantagem destes injetores de  fertilizantes é a simplicidade do dispositivo, bem como seu preço,  manutenção e durabilidade, além de não necessitar de uma fonte de  energia especial. Como limitação, pode-se citar a grande perda de  carga provocada pelo estrangulamento da tubulação, podendo variar  de 10 % a 50% da pressão de entrada, dependendo do modelo.  
             Entretanto, existem soluções  alternativas para contornar essa limitação, escolhendo-se o esquema  de instalação mais adequado, dentre as três formas de instalação:  instalação do injetor diretamente na linha de irrigação,  instalação por meio de uma derivação tipo “by pass” e  instalação do injetor com uma bomba auxiliar. 
             A instalação diretamente na linha de  irrigação, dependendo das condições hidráulicas existentes, pode  ser inviável em decorrência das elevadas perdas de carga.  Normalmente, quando instalado na linha principal, o Venturi é de  difícil regulagem, porque a taxa de injeção é muito sensível à  variação de pressão (Figura 3). 
            
              
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                Desenho: José Clétis Bezerra. | 
               
              
                 | 
               
              
                Figura 3. Detalhe do sistema hidráulico de um Venturi. 
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             A instalação do Venturi em um  esquema "by pass" a partir da linha de irrigação  utilizando uma tubulação de menor diâmetro, reduz a perda de carga  localizada e facilita a operação de injeção. Esse esquema  permite, ainda, o benefício adicional de possibilitar a instalação  de um Venturi de baixa capacidade de injeção (pequeno diâmetro) em  uma tubulação de irrigação de elevado diâmetro. Contudo, ainda é  necessária que seja efetuada uma pequena perda de carga através da  instalação de um registro na linha de irrigação para desviar  parte do fluxo de água para o Venturi. 
             Quando uma bomba auxiliar é instalada  para proporcionar o diferencial de pressão necessário para injeção  do fertilizante através do Venturi (Figura 3), tendo como  desvantagem o custo mais elevado de instalação do sistema de  irrigação. Em muitos casos, quando se quer evitar grandes perdas de  carga, se instala um pequeno equipamento de bombeamento antes do  Venturi. 
            
              
                Desenho: José Clétis Bezerra  
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                  | 
               
              
                Figura 4. Instalação de Venturi utilizando bomba auxiliar. 
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                | Injetor elétrico de fertilizantes | 
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            As bombas injetoras com motor elétrico  estão muito desenvolvidas porque são utilizadas não somente para a  injeção de fertilizantes na agricultura convencional e orgânica.  Como também nos tratamentos de águas, nas indústrias. Nos modelos  mais usados a pressão de injeção varia entre 4 e 12 atmosferas e  os volumes injetados variam entre 1 L.h-1  e 1.500 L.h-1.  
             A vazão real é praticamente igual à  teórica, uma vez que o rendimento volumétrico está muito próximo  de 100%. 
             Para modificar a vazão é possível  variar a velocidade C do pistom ou o número N de ciclos por hora. O  usual é o primeiro: as bombas injetoras têm um comando exterior  para regular a vazão (parafuso micrométrico), que atua deslocando a  excêntrica, modificando a velocidade do pistom, o qual regula a  vazão. A regulagem pode ser feita com a bomba parada ou em  funcionamento. As bombas injetoras são definidas por sua vazão  nominal e a regulagem se estabelece como uma porcentagem dela,  geralmente entre 10% e 100%. 
            Atualmente, é o  sistema mais exato e desenvolvido. Dentre suas vantagens podemos  destacar: fácil automação, e regulação da partida e da parada  dentro de um programa de irrigação. 
            
              
                Foto: José Maria Pinto. 
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                Figura 5. Bomba injetora com motor elétrico.  
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                | Compatibilidade de fertilizates | 
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