Embrapa Semiárido
Sistemas de Produção, 5
ISSN 1807-0027 Versão Eletrônica
Ago/2010
Sistema de Produção de Melão
Nivaldo Duarte Costa
Rita de Cássia Souza. Dias

Sumário

Apresentação
Socioeconomia
Clima
Manejo do solo
Adubação
Cultivares
Propagação
Plantio
Irrigação
Tratos culturais
Doenças
Pragas
Agrotóxicos
Colheita
Mercado
Rentabilidade
Referências
Glossário
Expediente

 

Plantio

 

Época de plantio
Plantio
Espaçamento

 

Época de plantio

Para cada região, as condições climáticas podem acontecer em épocas diferentes do ano, de acordo com sua localização e altitude. Em geral, nas regiões de clima frio, o plantio do melão é feito de outubro a fevereiro; nas de clima ameno, de agosto a março, e nas regiões de clima quente, durante o ano todo. Deve-se evitar, porém, as épocas de chuvas intensas. Nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará, responsáveis por mais de 70% da área plantada de melão do País, a época de plantio vai de junho a dezembro, com maior concentração nos meses de agosto a outubro. No Submédio do Vale do São Francisco, em Juazeiro, BA e Petrolina, PE, o plantio do melão pode ser feito durante o ano todo, com concentração nos meses de dezembro a abril.

A ocorrência das condições climáticas excepcionais para a cultura no Nordeste brasileiro, tais como temperaturas apropriadas, insolação e luminosidade, baixa umidade relativa do ar e presença de solos férteis, favorecem o desenvolvimento de frutos com elevados teores de sólidos solúveis totais e com boa aparência.

O período mais adequado agronomicamente para o cultivo de melão é de agosto a novembro, quando se conseguem maiores produtividades, porém, neste mesmo período a comercialização do produto no mercado interno é feita mediante os menores preços

Além dos fatores climáticos, é importante considerar a variação estacional de preços do produto no mercado. Os plantios realizados de dezembro a abril apresentam produtividade reduzida em decorrência de condições climáticas desfavoráveis (chuva e frio), entretanto, é nessa época que o melão obtém os melhores preços, registrando-se os maiores valores de março a julho.

Segundo Bruton et al (2000) as inovações que ocorreram nas diversas práticas culturais utilizadas atualmente, como o “mulch”, a ausência de rotação de culturas, o uso de cultivares híbridas, a irrigação localizada, entre outros, favoreceram um aumento na incidência e severidade das doenças radiculares. Em meio a estas infermidades, o “colapso” ou “morte súbita” do meloeiro tem se destacado por limitar a produção de melão em várias partes do mundo. Esta síndrome é de fácil identificação, uma vez que as plantas afetadas apresentam necroses e podridões nas raízes e como consequência, a murcha e morte de plantas, geralmente em épocas próximas à formação do fruto, podendo estar associada à presença de diferentes fitopotógenos.


Plantio

O plantio é feito por dois métodos, sendo: 1) a semeadura direta no local definitivo; 2) o transplantio de mudas produzidas em bandejas de isopor ou de plástico. Não se deve fazer transplantio de mudas de raíz nua.

Semeadura direta é praticada pelos pequenos produtores que utilizam variedades/cultivares de polinização aberta utilizando-se, em média, 30.000 sementes/ha a 50.000 sementes/ha, variando em função do espaçamento utilizado, do tamanho das sementes e do poder germinativo das mesmas. O semeio é feito colocando-se, duas a três sementes por cova, a uma profundidade de 2 cm a 3 cm e após 12 a 15 dias da semeadura procede-se o desbaste deixando-se uma planta por cova. Essa prática, quando usada pelos grandes produtores, que utilizam híbridos, gastam em média 10.000 a 18.000 sementes por hectare, essa variação é em função do espaçamento utilizado. O semeio é feito colocando-se, uma semente por cova, em virtude do alto preço das sementes (R$ 0,12 a 0,40 por semente) e do bom percentual germinativo das sementes híbridas. E recomendável a aplicação de uma lâmina de água, antes do plantio, para deixar o solo bem umedecido.

Vale salientar que o semeio direto no campo antecipa o ciclo da cultura em relação ao transplantio de mudas, o que diminui consideravelmente o custo final de produção, sobretudo, porque as plantas ficam menos expostas ao ataque de pragas e doenças.

O transplantio de mudas consiste inicialmente na semeadura das sementes em bandejas de isopor ou de plástico, utilizando-se substrato apropriado e o transplantio das mudas ocorrerá por volta de dez dias após a semeadura. Maiores informações no item Propagação .

Espaçamento

O espaçamento ideal da cultura depende da característica genética da cultivar, do padrão de tecnológico empregado pelo produtor e, principalmente, da exigência do mercado em relação ao tamanho dos frutos. Em pequenas áreas, usa-se, comumente, o espaçamento de 2 m entre fileiras e 0,3 m a 0,5 m entre plantas (10.000 a 16.666 plantas por hectare).

Os produtores que cultivam áreas extensas - com insumos modernos têm adotado espaçamento de 2 m a 3 m entre fileiras e de 0,12 m a 0,5 m dentro das fileiras de duas a oito plantas por metro linear, deixando-se, normalmente, uma planta por cova.

No caso de produção para exportação, quando se desejam frutos menores, é possível fazer o plantio em fileiras duplas, deixando-se uma planta em cada lado do gotejador ou sulco de irrigação. Isso permite intensa competição entre plantas que produzem maior número de frutos de tamanho menor.

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