Embrapa Semiárido
Sistemas de Produção, 1 – 2a. edição
ISSN 1807-0027 Versão Eletrônica
Agosto/2010
Sistema de Produção - Cultivo da Videira
Patrícia Coelho de Souza Leão

Sumário

Apresentação
Caracterização social e econômica da cultura da videira
Aspectos agrometeorológicos da cultura da videira
Manejo e conservação do solo
Mecanização
Nutrição, calagem e adubação
Cultivares
Produção de mudas de videira
Implantação do vinhedo
Irrigação e fertirrigação
Manejo da parte aérea
Manejo de cachos e reguladores de crescimento
Doenças

Pragas
Normas gerais sobre o uso de agrotóxicos
Colheita e pós-colheita
Comercialização, custos e rentabilidade Referências
Glossário
Expediente

Cultivares

 

Cultivares de porta-enxerto
Cultivares de uvas de mesa com sementes
Cultivares de uvas de mesa sem sementes

 

A espécie Vitis vinifera L. destaca-se pela sua importância econômica e elevada diversidade morfológica e genética. A facilidade de propagação assexual deu origem a um número estimado em 14.000 cultivares, com diferentes finalidades: uvas de mesa, passas, sucos e vinhos. Este número é ampliado ano a ano como resultado de diversos programas de melhoramento em andamento em vários países. Apesar da variabilidade genética disponível, o número de cultivares utilizadas em escala comercial, em cada região produtora, é relativamente pequeno. A viticultura no Submédio do Vale do São Francisco está concentrada na espécie V. vinifera L., destacando-se as cultivares Italia, Benitaka, Red Globe, Sugraone, Thompson Seedless e Crimson Seedless.

Em seguida descreve-se as principais características e comportamento agronômico das cultivares de porta-enxerto e de copa cultivados no Submédio do Vale do São Francisco.

Cultivares de porta-enxerto

O porta-enxerto é um dos principais componentes do sistema de produção que podem afetar direta e indiretamente a produtividade e qualidade dos frutos da videira.

Para as condições semiáridas brasileiras, o porta-enxerto deve reunir características como vigor, resistência à pragas, doenças, e sobretudo as espécies de nematoides que estão presentes nos solos arenosos desta região. O uso de porta-enxertos tolerantes aos nematoides é um dos mais eficientes métodos preventivos. Além disso, o porta-enxerto deve enraizar e cicatrizar facilmente na enxertia e resistir às condições adversas de solo, tais como: baixa fertilidade, elevada salinidade, alcalinidade e déficit hídrico. Deve, também, apresentar boa afinidade com as cultivares copa que se pretende enxertar. O desenvolvimento vegetativo da copa é influenciado pelo porta-enxerto, isto é, porta-enxertos menos vigorosos podem imprimir menor vigor à copa. Deste modo, recomenda-se a utilização de porta-enxertos medianamente vigorosos para copas de vigor elevado, podendo resultar em um melhor equilíbrio entre produção de frutos e crescimento vegetativo.

Existem centenas de cultivares de porta-enxertos obtidas para adaptação à diferentes condições ambientais. Somente a pesquisa local poderá avaliar o comportamento dos porta-enxertos em cada condição, ressaltando-se, ainda, que as respostas resultam da interação com o ambiente e ainda com o manejo do vinhedo.

Nas condições do Submédio do Vale do São Francisco, os porta-enxertos desenvolvidos pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), especialmente 'IAC 313' e 'IAC572', destacam-se como os mais utilizados para enxertia das cultivares de uvas com sementes. Por sua vez, a maioria das áreas cultivadas com uvas sem sementes utilizam os seguintes porta-enxertos: 'SO4', 'Harmony', ' IAC 766' e em menor escala ' IAC 313' e 'IAC 572'. Outros porta-enxertos, a exemplo de 'Paulsen 1103' e 'Couderc 1613', apresentam potencial para serem utilizados para enxertia de cultivares de uvas de mesa com resultados promissores em pesquisas realizados na região, mas não estão sendo cultivados.

IAC 313 ou ‘Tropical’

Este porta-enxerto é resultante do cruzamento entre Golia (Vitis riparia – Carignane x Rupestris du Lot) e Vitis cinerea. Apresenta crescimento vigoroso e boa adaptação aos solos de textura arenosa e argilosa. Suas folhas são resistentes às doenças fúngicas e aos nematoides do gênero Meloidogyne. As suas estacas apresentam bom pegamento e excelente enraizamento. Este porta-enxerto apresenta boa afinidade tanto com as cultivares de uvas de mesa com sementes, quanto com as sem sementes, tais como: 'Sugraone' e 'Thompson Seedless', pois imprime um maior vigor à copa, o que parece favorecer o raleio natural de bagas.

IAC 572 ou ‘Jales’

Resultante do cruzamento entre Vitis caribaea e '101-14 Mgt' (V. riparia-V. rupestris), realizado por Santos Neto, no IAC e lançado para cultivo comercial, em 1970. Resiste bem às doenças fúngicas de folhagem, adapta-se a diferentes classes de solo e apresenta elevado vigor. As estacas apresentam bons índices de enraizamento e de pegamento na enxertia. No Submédio do Vale do São Francisco, este porta-enxerto foi introduzido no início da década de 1990, equivocadamente como 'Tropical' livre de vírus. Apresenta boa afinidade com as cultivares de uvas de mesa com sementes, tais como, ‘Itália’, ‘Red Globe’ e ‘Benitaka’. A utilização deste porta-enxerto em cultivares de uvas sem sementes é mais restrita pelo seu elevado vigor.

IAC 766 ou ‘Campinas’

Este porta-enxerto foi obtido pelo cruzamento entre 'Ripária do Traviú' e a espécie tropical Vitis caribaea, realizado por Santos Neto, em 1958. Possui vigor elevado, porém, inferior ao dos porta-enxertos ‘IAC 572’ e ‘IAC 313’. Seus ramos apresentam, em condições tropicais, um período de dormência mais longo que os demais. Suas folhas são resistentes às doenças fúngicas e possui tolerância a salinidade. Possuem bons índices de pegamento na enxertia e de enraizamento das estacas.

SO4

Este porta-enxerto foi selecionado na Alemanha, a partir do cruzamento entre Vitis berlandieri X Vitis riparia. Apresenta resistência à filoxera e aos nematoides além de boa adaptação aos solos de textura argilosa. No Brasil, é utilizado, principalmente, no Rio Grande do Sul, onde foi introduzido na década de 1970. É bastante conhecida a sua baixa capacidade de absorção de magnésio (Mg), decorrente da alta absorção de potássio (K), quando comparado com outros porta-enxertos. No Submédio do Vale do São Francisco, este porta-enxerto tem apresentado uma boa afinidade com a cultivar Sugraone, proporcionando bom equilíbrio entre produtividade e vigor vegetativo, além de cachos com qualidade satisfatória, porém, favorece um maior índice de pegamento de bagas, o que aumenta a compacidade dos cachos, resultando em uma maior necessidade de raleio.

Harmony

Obtido pela polinização aberta entre uma seleção originada do cruzamento 'Solonis' X 'Couderc 1613' e 'Dogridge', realizado em 1955, em Fresno, Califórnia. Apresenta moderada resistência à filoxera e elevada resistência aos nematoides. Adapta-se bem aos solos de textura arenosa, proporcionando vigor moderado e bom equilíbrio entre crescimento vegetativo e produção de frutos. Tem-se mostrado como uma boa alternativa para enxertia de ‘Thompson Seedless’, favorecendo a obtenção de cachos com padrão de qualidade mais uniforme e maior tamanho de bagas.


Cultivares de uvas de mesa com sementes

Itália ou Pirovano 65

Esta cultivar foi obtida por Ângelo Pirovano, em 1911, na Itália, por meio do cruzamento entre 'Bicane' x 'Moscatel de Hamburgo', sendo também, denominada, inicialmente, ‘Pirovano 65’. Destaca-se como a cultivar de uvas de mesa com sementes mais cultivada no Submédio do Vale do São Francisco.

A planta apresenta vigor mediano, alta fertilidade a partir da quarta gema, adequando-se ao tipo de poda média (7 gemas/vara a 8 gemas/vara). Suas folhas são de tamanho médio a grande, quinquelobadas, seio peciolar em lira estreita, às vezes fechada, com a parte inferior das folhas recoberta de pelos. Os cachos são grandes, com peso médio de 600 g, cilíndrico-cônicos, alongados, alados e muito compactos (Figura 1a), com boa resistência ao transporte e ao armazenamento. As bagas são grandes (8g a 12g), podendo alcançar mais de 23 mm de diâmetro, cor verde-amarelada, ovaladas e consistência carnosa. Seu sabor é levemente moscatel, podendo se tornar acentuado quando a colheita é realizada com um teor de sólidos solúveis totais acima de 16 ºBrix. Seu ciclo fenológico, em condições tropicais semiáridas é de aproximadamente, 120 dias (poda a colheita). Neste região, a produtividade média está em torno de 40 t.ha-1.ano-1, podendo alcançar até 50 t.ha-1.ano-1, em condições ótimas de manejo. A cultivar Itália apresenta boa aderência ao pedicelo.. Sempre que possível, deve-se evitar a realização da poda durante o período das chuvas em função de sua elevada sensibilidade às doenças fúngicas e rachamento de bagas, esta última característica ocorre sobretudo no clone 'italia Muscat' ou 'Italia melhorada'.

O clone 'Itália Muscat' ('Itália melhorada'), mutação natural identificada em um vinhedo comercial dessa região, destaca-se pelo maior peso e tamanho de bagas, maior peso de cachos e sabor moscatel mais acentuado, o que confere a esta uva sabor mais agradável, alcançando preços mais elevados que a uva 'Itália' comum.

Benitaka

Originada de mutação somática na cultivar ‘Itália’, descoberta em uma fazenda no Município de Floraí, Norte do Paraná. Lançada como cultivar em 1991, foi introduzida no Submédio do Vale do São Francisco, em 1994.

Suas bagas destacam-se pelo intenso desenvolvimento da coloração rosada escura, mesmo no início da maturação, em qualquer época do ano. Os cachos são grandes, com peso médio de 600 g e bagas grandes (8g a 12g) (Figura 1b). A polpa é crocante, com sabor neutro, diferente da cultivar Italia, que se destaca pelo sabor moscatel. Apresenta boa conservação pós-colheita. Suas características gerais e manejo são semelhantes aos da cultivar Itália. A mutação pode ser reversível após alguns anos de cultivo.

Brasil

Originada de mutação somática na cultivar Benitaka, surgiu, também, na mesma fazenda onde esta se originou em Floraí,PR, tendo sido lançada como cultivar em 1995. Esta cultivar é muito atrativa ao consumo, vez que suas bagas adquirem coloração preta mais intensa e uniforme do que a ‘Benitaka’ e ‘Rubi’, mesmo em condições de clima quente (Figura 1c). Outra característica marcante, que a diferencia de outras cultivares de uva de mesa, é a coloração vermelha escura da polpa. As características da planta e dos frutos (cachos e bagas) desta cutivar são semelhantes às das cultivares Itália e Benitaka, embora durante a maturação, suas bagas amadureçam de forma desuniforme, cuja coloração externa, mesmo quando tinta e uniforme, não é um indício do ponto adequado de colheita. Diante disso, recomenda-se considerar, como referência, o teor de sólidos solúveis totais mínimo de 16 ºBrix. Seu ciclo fenológico é mais longo que o das cultivares Itália e Benitaka. Apesar de apresentar uma atrativa aparência de cachos, o seu mercado é mais restrito do que o das demais cultivares de uvas de mesa.

Red Globe

Foi obtida pelo Dr. H.P. Olmo, na Universidade da Califórnia - Davis, por meio das seguintes hibridações: ('Hunisia' x 'Emperor') x ('Hunisia' x 'Emperor' x 'Nocera'), tendo sido lançada para o cultivo comercial nos Estados Unidos, em 1980. Por causa de sua alta suscetibilidade ao cancro bacteriano (Xanthomonas campestris pv. viticola), as suas áreas de cultivo foram reduzidas consideravelmente no Submédio do Vale do São Francisco, sendo substituídas pela cultivar Benitaka.

Suas plantas apresentam vigor de mediano a elevado, quando enxertada sobre o porta-enxerto IAC 572, exige poda mais longa (9 gemas/vara a 15 gemas/vara). Com manejo adequado, sua produtividade pode chegar a 50 t.ha-1.ano-1. Seus cachos são grandes, medianamente soltos, com excelente aspecto visual. As bagas são arredondadas, muito grandes (12g a 13g), podendo alcançar diâmetros superiores a 25 mm, de coloração rosada, textura firme e sabor neutro (Figura 1d). Dentre as principais vantagens desta cultivar, destacam-se a excelente conservação pós-colheita e a boa aderência das bagas ao pedicelo e, como desvantagens, a irregularidade de produtividade em safras consecutivas, sua elevada sensibilidade à desidratação da baga e do engaço, especialmente após o raleio de bagas e quando expostas diretamente à luz solar e sua alta suscetibilidade ao cancro bacteriano.

Fotos: a) e c) Patrícia Coelho de Souza Leão; b) e d) José Monteiro Soares.
 
Figura 1. Cultivares de uvas de mesa com sementes: a) Itália Muscat; b) Benitaka; c) Brasil e d) Red Globe.
 

 

Cultivares de uvas de mesa sem sementes

Sugraone

Foi obtida pelo cruzamento entre 'Cardinal' e uma seleção desconhecida de uva sem sementes em programa de melhoramento genético privado na Califórnia, sendo, portanto uma cultivar patenteada. Pode ser conhecida em diversos países como ‘Sugraone’ e, no Submédio do Vale do São Francisco, como ‘Festival’, 'Superior' ou ‘White Seedless’.

A cultivar Sugraone apresenta-se, em decorrência de sua grande expansão nos últimos 5 anos, como a principal uva sem sementes do Submédio do Vale do São Francisco. Entretanto, apresenta algumas características indesejáveis, tais como: baixa fertilidade de gemas, produtividades irregulares em safras consecutivas, o que exige um manejo de poda complexo, e sensibilidade à rachadura de bagas em torno do pedicelo, quando o final da maturação coincide com a ocorrência de chuvas superiores a 10 mm.

É uma cultivar precoce, quando comparada a outras cultivares como 'Thompson Seedless', 'Crimson Seedless' e 'Itália', cujo ciclo de poda à colheita está em torno de 90 dias, dependendo do período do ano. Suas plantas são vigorosas, alcança uma produtividade média de 30 t.ha-1.ano-1, em parreirais em idade adulta e com manejo adequado.

Apresenta-se como uma cultivar suscetível a doenças como míldio, oídio e cancro bacteriano. Os cachos são grandes, com peso médio de 500g (Figura 2a). O tamanho das bagas é maior do que o de outras cultivares de uva sem sementes, podendo atingir diâmetros superiores a 23 mm.

A polpa tem textura crocante, película resistente, apresentando boa conservação pós-colheita. O teor de sólidos solúveis da baga madura oscila em torno de 15 ºBrix. A acidez total titulável geralmente é baixa, resultando em uma relação sólidos solúveis totais/acidez total titulável adequada para o consumo in natura e num sabor neutro e agradável dos frutos.

Thompson Seedless ou Sultanina

A origem desta cultivar ocorreu há milhares de anos na Ásia Menor, recebendo outras denominações comoSultanina’, ‘Sultana’, na Austrália e África do Sul e ‘Kishmish’, como é conhecida no Mediterrâneo Oriental. A denominação mais conhecida no Ocidente, ‘Thompson Seedless’, foi em homenagem ao viticultor William Thompson, que foi o primeiro produtor a cultivá-la há mais de cem anos, na Califórnia.

Apesar de ser cultivada desde tempos antigos, pode ser considerada, ainda hoje, a mais importante uva sem sementes no mundo. Pode ser consumida in natura ou usada para produção de passas, e vinhos, representando, aproximadamente, 95% das uvas-passa produzidas na Califórnia.

Como as plantas apresentam vigor elevado, deve-se utilizar uma combinação copa x porta-enxerto que proporcione um melhor equilíbrio vegetativo. O seu ciclo fenológico tem uma duração intermediária, em torno de 100 dias, da poda até a colheita.

Os cachos são grandes, com peso médio de 500 g, formato cilíndrico e com 'ombros' desenvolvidos, muito compacto, o que exige a aplicação de ácido giberélico na fase de floração para raleio de flores. Suas bagas são pequenas, exigindo a aplicação de doses elevadas de ácido giberélico isolado ou associado a outros bioestimulantes para atingirem o padrão comercial de tamanho de bagas e de peso de cachos. Com manejo adequado de cachos, podem ser obtidas bagas com diâmetro superior a 20 mm. As bagas tem formato elíptico alongado, cor verde-amarelada, textura crocante e sabor neutro e agradável (Figura 2b). A aderência ao pedicelo é baixa durante a fase final de maturação, sobretudo nos períodos chuvosos. O teor de sólidos solúveis totais alcança facilmente valores acima de 18 ºBrix; entretanto, a acidez total titulável pode atingir níveis elevados em alguns ciclos, recomendando-se, nestes casos, a colheita com um mínimo de 18 ºBrix, para que resulte no equilíbrio da relação sólidos solúveis totais/acidez total titulável.

Apresenta alta suscetibilidade a doenças fúngicas como míldio, oídio e antracnose, como também, ao cancro bacteriano.

Crimson Seedless

Foi obtida pelo programa de melhoramento genético do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA/ARS), localizado em Fresno, Califórnia, e lançada para cultivo em 1989. No Brasil, esta cultivar foi introduzida pelo IAC, recebendo o nome de ‘Ruiva’. Em 1999, foi introduzida no Submédio do Vale do São Francisco em área comercial como uma nova alternativa para a produção de uvas sem sementes.

As plantas de ‘Crimson Seedless’ são vigorosas e exigem podas longas para obtenção de produtividades satisfatórias. Esta cultivar possui índice de fertilidade de gemas nas varas superior ao da 'Sugraone' e da ‘Thompson Seedless’. Como não são observadas diferenças significativas entre os índices de fertilidade de gemas nos ‘netos’ e nas varas, pode-se realizar podas de produção apenas em varas. Entretanto, a maior fertilidade de gemas está concentrada após a décima gema, exigindo a realização de podas longas.

Os seus cachos são grandes e soltos (Figura 2c). As bagas possuem tamanho mediano e formato elíptico, exigindo a utilização de doses moderadas de ácido giberélico para alcançarem o padrão comercial. Apresentam consistência crocante, película resistente, aderência mediana ao pedicelo e moderada resistência à rachadura e ao desgrane de bagas, durante a fase final de maturação, mesmo quando o ciclo de cultivo coincide com o período chuvoso. As características dessa cultivar fazem que ela se destaque com uma grande vantagem em relação às demais cultivares de uvas sem sementes, pois permite a colheita, também, no primeiro semestre do ano. A coloração das bagas é vermelha intensa e uniforme. Entretanto, poderá haver dificuldades na obtenção de coloração adequada nos períodos mais quentes do ano.

O seu ciclo fenológico é mais longo que o da ‘Sugraone’ e da ‘Thompson Seedless’ e semelhante ao da cultivar Itália, oscilando em torno de 120 dias, da poda até a colheita, com uma exigência térmica da ordem de 1756,9 Graus-Dia para completar o ciclo.

O elenco de cultivares em produção no Submédio do Vale do São Francisco é muito pequeno, sendo recomendável a diversificação de cultivares para diminuir os riscos envolvidos neste agronegócio.

Fotos: a) Patrícia Coelho de Souza Leão; b) José Monteiro Soares; c) Cesar Hideki Mashima
A B C
Figura 2. Cultivares de uvas de mesa sem sementes: a) Sugraone; b) Thompson Seedless; c) Crimson Seedless.
 

 

 

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