Sistemas de irrigação
Relação da água com as fases fenológicas da videira
Manejo de irrigação
Manejo de fertirrigação
A irrigação é uma prática agrícola que visa principalmente atender às necessidades hídricas das culturas no momento e quantidade adequadas. Por ser um investimento elevado, a irrigação deve ser manejada adequadamente e, sempre que possível, com a aplicação de fertilizantes dissolvidos na água (fertirrigação).
A racionalização do uso da água tem sido motivo de várias investigações na área agrícola, visando reduzir os custos de mão-de-obra, de energia, e minimizar a degradação do meio ambiente em decorrência da aplicação excessiva de água. Por isso, o técnico e/ou produtor devem estar capacitados para determinar o momento e a quantidade de água a ser aplicada pela irrigação.
No Submédio do Vale do São Francisco, onde as condições climáticas proporcionam elevadas taxas de evapotranspiração das culturas, a irrigação em videiras constitui-se em prática essencial por causa da pequena quantidade e da irregularidade da água proveniente das chuvas ao longo do ano. Pode-se cultivar a videira durante todo o ano em função da alta disponibilidade de radiação solar, ao uso de produtos para a quebra de dormência das gemas das videiras, e à aplicação de água pela irrigação para suprir as necessidades de água das plantas.
A irrigação na cultura da videira pode ser feita através de sistemas de irrigação pressurizados (aspersão convencional, microaspersão, gotejamento) e de irrigação por superfície (sulcos). No Submédio do Vale do São Francisco, os sistemas de irrigação localizada (microaspersão e gotejamento), são os mais utilizados no cultivo da videira.
Na irrigação localizada, a água é aplicada ao solo diretamente na região onde estão distribuídas as raízes, molhando apenas parte do volume do solo, com baixa vazão e pressão do sistema de irrigação. Permite uma alta frequência de irrigação e, consequentemente, manter o solo com umidade elevada (próxima à capacidade de campo) por um período de tempo maior.
A irrigação localizada tem como vantagens: a alta eficiência de aplicação, redução de escoamento superficial e percolação profunda, economia de água, energia e mão-de-obra, além de permitir automatização, fertirrigação e de não interferir nos tratos fitossanitários. As principais desvantagens do método são: a facilidade de entupimento, o alto custo de implantação, não permitir o controle eficaz do microclima e o fato de poder condicionar limitações ao sistema radicular. Em regiões com problema de salinidade, ocorre o acúmulo gradual de sais na extremidade do bulbo molhado, podendo ser necessário a lavagem periódica do solo.
No gotejamento, a água é aplicada pontualmente em gotas através de orifícios de diâmetro muito reduzido (gotejadores), diretamente sobre a zona radicular da planta. Há necessidade de um ajuste sobre a vazão e quantidade de gotejadores por planta, para se obter o bulbo molhado ideal para o sistema radicular da cultura. Na microaspersão, a água é aspergida pelos emissores, em círculos, e a distribuição lateral de água no solo é maior quando comparada ao gotejamento. Para solos de textura argilosa, a irrigação localizada proporciona um bulbo molhado maior que nos solos de textura arenosa.
A aplicação de água no gotejamento pode ser realizada em um intervalo menor entre as irrigações, quando comparada à microaspersão, em função da vazão, evapotranspiração, armazenamento de água no solo, sistema radicular e presença ou não de lençol freático. A forma e o tamanho do bulbo molhado formado pelo gotejador, parâmetros importantes para projetos e manejo de sistemas de irrigação localizada, dependem das características do solo, da vazão do gotejador e do tempo de aplicação. Considerando-se um gotejador com a mesma vazão, em solos argilosos o bulbo molhado tende a ser mais raso e largo; já em solos arenosos ocorre o inverso: o movimento vertical da água predomina e o bulbo fica mais alongado; em solos de textura média, o formato do bulbo é intermediário.
O bulbo molhado corresponde a uma área maior do que a visualizada na superfície do solo. A área molhada pelo emissor deve ser medida um dia após o teste de campo e na profundidade de 10 a 30 cm, onde normalmente situa-se o maior diâmetro do bulbo molhado. Para as condições do Submédio do Vale do São Francisco, recomenda-se um bulbo molhado de no mínimo 40% da área ocupada por uma planta.
Relação da água com as fases fenológicas da videira |
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Da quebra da dormência ao florescimento, o ciclo da videira é caracterizado por um intenso crescimento vegetativo, que determina o padrão da cobertura vegetal do parreiral em todo o seu ciclo de desenvolvimento. Portanto, os prejuízos da deficiência hídrica são maiores no período vegetativo que no período reprodutivo. Na quebra da dormência, começa o desenvolvimento dos primórdios florais. O desenvolvimento da inflorescência influencia o número de flores, o pegamento do fruto e, conseqüentemente, o desenvolvimento da baga. A ocorrência de estresse hídrico pode levar a uma quebra de dormência irregular, menor desenvolvimento dos ramos e menor número de flores. Contudo, uma aplicação excessiva de água no solo (encharcamento), além de causar uma lixiviação de nutrientes no solo, causa uma deficiência de oxigênio no solo, que leva a um lento crescimento de ramos e amarelecimento das folhas.
No florescimento ocorre o primeiro pico de crescimento do sistema radicular, que pode ser inibido por falta ou excesso de água. Após o florescimento, a cobertura vegetal desenvolve-se rapidamente para a sua forma final, e o consumo de água também aumenta. No período reprodutivo, ocorre o pegamento do fruto, o crescimento de baga e a produção de açúcares. O pegamento do fruto e o desenvolvimento inicial das bagas são sensíveis ao estresse hídrico. Quando as bagas entram na fase intermediária do seu crescimento, o efeito da deficiência de água diminui. No início da terceira e última fase de crescimento de baga, ocorre o amolecimento e alteração da cor em variedades de fruto vermelho (início da maturação).
Durante o amadurecimento do fruto, a videira pode suportar uma maior restrição de água, pois o crescimento vegetativo diminui, mas o crescimento da baga e a produção de açúcar continuam. A redução da irrigação nesse período depende da profundidade do sistema radicular, da capacidade de retenção de água do solo, do sistema de irrigação e das condições climáticas locais. Vinhedos instalados em solos rasos, com menor capacidade de retenção de água (solos arenosos), e/ou pequena profundidade do sistema radicular, e/ou alta evapotranspiração, necessitarão de irrigações freqüentes.
O manejo de irrigação consiste, basicamente, na adoção de critérios pré-estabelecidos, para a definição do momento e da quantidade de água que deve ser aplicada. Deve-se fazer o uso combinado das informações referentes ao solo, planta, clima e sistemas de irrigação. Entretanto, a complexidade e o dinamismo desses fatores tornam o manejo de irrigação uma prática que requer conhecimento teórico aliado à experiência adquirida com a prática da irrigação ao longo do tempo.
Esse manejo pode ser realizado via planta, solo, clima ou pela associação destes. Uma das práticas realizadas no manejo de irrigação para a determinação da quantidade de água a ser aplicada por um sistema de irrigação é a determinação da evapotranspiração de referência (ETo).
Com a difusão das estações agrometeorológicas, o uso do método de Penman-Monteith/FAO para a estimativa da ETo torna-se viável. Esse método oferece maior precisão, sendo o mais indicado para a estimativa diária, mas envolve o uso de uma maior quantidade de equipamentos e cálculos mais complexos. São necessários dados de radiação solar global incidente, velocidade do vento a 2 m de altura, temperatura e umidade relativa do ar, e as resistências do ar, da cultura e do solo ao fluxo de calor que ocasiona a evapotranspiração.
A partir da ETo pode-se calcular a evapotranspiração da cultura (ETc), com o do uso de coeficientes de cultura (Kc), que relacionam o consumo de água da cultura de referência (grama) com a cultura específica em um determinado estádio do seu desenvolvimento. Assim:
ETc = ETo.Kc
Para uma mesma cultura, os valores de Kc variam entre as fases fenológicas devido às diferenças de altura, diâmetro de copa e área foliar. Os valores de Kc são determinados experimentalmente.
A tabela 1 apresenta o Kc determinado para a cultura da videira cv. Itália, entre a poda de produção e a colheita, com 3 anos de idade, conduzida no sistema de latada, espaçamento de 4 m x 2 m e irrigada por microaspersão, em Petrolina, PE.
Tabela 1. Variação da evapotranspiração da cultura (ETc) e do coeficiente de cultura (Kc), para a videira cv. Itália, em função de dias após a poda (dap), em Petrolina, PE. .
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dap |
ETc |
ETo |
Kc |
18 |
2,80 |
4,50 |
0,62 |
20 |
4,40 |
5,62 |
0,78 |
22 |
3,60 |
4,76 |
0,76 |
24 |
3,40 |
5,52 |
0,62 |
30 |
3,60 |
5,15 |
0,70 |
44 |
3,90 |
5,49 |
0,71 |
45 |
2,80 |
3,25 |
0,86 |
54 |
3,10 |
5,57 |
0,56 |
58 |
4,10 |
5,31 |
0,77 |
59 |
5,40 |
5,32 |
1,02 |
65 |
4,50 |
5,10 |
0,88 |
66 |
4,10 |
5,61 |
0,73 |
87 |
6,50 |
5,72 |
1,14 |
94 |
7,00 |
6,10 |
1,15 |
96 |
4,50 |
4,78 |
0,94 |
97 |
4,60 |
4,99 |
0,92 |
105 |
5,50 |
6,55 |
0,84 |
116 |
4,30 |
7,19 |
0,60 |
117 |
4,40 |
6,80 |
0,65 |
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Fonte: Teixeira et al. (1999).
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A Tabela 2 fornece valores de Kc para uva a cv. Sugraone irrigada por microaspersão, durante dois ciclos de produção.
Tabela 2. Valores de Kc para a videira Sugraone irrigada por microaspersão, em função do estádio fenológico em dois ciclos de produção de uva, em Petrolina, PE.
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Estádio fenológico |
Ciclo
julho a outubro |
Ciclo
novembro a março |
Brotação |
0,79 |
0,59 |
Desenvolvimento vegetativo |
0,87 |
0,60 |
Pré-florescimento e florescimento pleno |
0,73 |
0,70 |
Primeira fase de crescimento da baga |
0,93 |
1,11 |
Fase intermediária de crescimento da baga |
0,84 |
0,88 |
Segunda fase de crescimento da baga |
0,95 |
1,11 |
Maturação do fruto |
0,83 |
1,00 |
Repouso fenológico |
0,89 |
0,74 |
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Fonte: Soares (2003) |
A fertirrigação é uma das maneiras mais eficientes e econômicas de aplicar fertilizante às plantas, principalmente em regiões de climas árido e semiárido, por causa da necessidade de irrigação para o cultivo das plantas. Assim, ao aplicar os fertilizantes em menor quantidade por vez, e com maior frequência, pode-se manter um teor de nutrientes no solo nas quantidades exigidas nas diferentes fases do ciclo da cultura, o que aumentará a eficiência do uso de nutrientes pelas plantas e, consequentemente, a sua produtividade.
Quando se prepara uma solução de fertilizantes envolvendo mais de um tipo de fontes de nutrientes, deve-se verificar se há compatibilidade entre eles (Tabela 3), para evitar problemas de entupimentos das tubulações e dos emissores. O cálcio (Ca) não pode ser injetado com outro fertilizante que contém o sulfato, pois podem dar origem a precipitados que entopem os emissores. Esses cuidados devem ser ainda maiores, quando a água usada na irrigação tem pH neutro, ou seja, quando as concentrações de Ca + Mg e de bicarbonatos são maiores que 50 e 150 mg/dcm3 (ppm), respectivamente. O ácido fosfórico não pode ser injetado via água de irrigação que contenha mais que 50 mg.dcm-3 (ppm) de cálcio e nitrato de cálcio e em água que contenha mais de 5,0 meq.L-1 de HCO3, pois poderá formar precipitados de fosfato de cálcio.
Os procedimentos adequados para aplicação de fertilizantes via água de irrigação compreendem três etapas distintas. Na primeira etapa, o sistema de irrigação deve funcionar durante um quarto do tempo de irrigação, para equilibrar hidraulicamente as unidades de rega como um todo. Na segunda etapa, faz-se a injeção dos fertilizantes no sistema de irrigação, com a utilização de equipamentos apropriados. Na terceira etapa, o sistema de irrigação deverá continuar funcionando, visando complementar o tempo total de irrigação, lavar completamente o sistema de irrigação e carrear os fertilizantes da superfície para camadas mais profundas do solo.
Os fertilizantes para uso em irrigação podem ser agrupados em duas classes. a) Fertilizantes "líquidos": abastecidos nos tanques na forma de solução, sem necessidade de tratamento prévio; b) fertilizantes sólidos facilmente solúveis: devem dissolver-se facilmente antes do início da fertirrigação. Estes fertilizantes podem, ainda, ser apresentados na forma simples ou em combinações com dois ou mais elementos.
Tabela 3. Compatibilidade entre os fertilizantes empregados na fertirrigação. |
Fertilizante1 |
UR |
NA |
SA |
NC |
NK |
CK |
SK |
FA |
MS |
MQ |
SM |
AF |
AS |
AN |
Uréia
(UR) |
|
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
Nitrato
de amônio (NA) |
|
|
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
Sulfato
de amônio (SA) |
|
|
|
I |
C |
C |
SR |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
Nitrato
de cálcio (NC) |
|
|
|
|
C |
C |
I |
I |
I |
SR |
I |
I |
I |
C |
Nitrato
de potássio (NK) |
|
|
|
|
|
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
Cloreto
de potássio (CK) |
|
|
|
|
|
|
SR |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
C |
Sulfato
de potássio (SK) |
|
|
|
|
|
|
|
C |
SR |
C |
SR |
C |
SR |
C |
Fosfatos
de amônio MAP e DAP(FA) |
|
|
|
|
|
|
|
|
I |
SR |
I |
C |
C |
C |
Fe,Zn,Cu Mn Sulfato
(MS) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
C |
C |
I |
C |
C |
Fe,Zn,Cu
Mn Quelato (MQ) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
C |
SR |
C |
I |
Sulfato
de magnésio (SM) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
C |
C |
C |
Ácido
fosfórico (AF) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
C |
C |
Ácido
sulfúrico (AS) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
C |
Ácido
nítrico (AN) |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
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|
1C
= compatível; SR = solubilidade reduzida; I = incompatível |
Fonte: Villas Bôas et al., 1999.
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Para o preparo da solução fertilizante (Tabela 4), deve-se conhecer a solubilidade dos fertilizantes. Sugere-se adotar 75% da solubilidade informada pelo fabricante, uma vez que os fertilizantes contêm níveis variados de impurezas, enquanto a água de irrigação possui composição química bastante distinta. Nas tabelas apresentadas, a solubilidade refere-se a uma temperatura de 20 °C. Como a solubilidade dos fertilizantes aumenta com a elevação da temperatura, recomenda-se utilizar uma menor solubilidade dos fertilizantes para períodos de temperatura inferior a 20 °C.
Tabela 4. Solubilidade dos produtos recomendados para uso via fertirrigação.
|
Produto |
Conteúdo
do nutriente (%) |
Solubilidade
(g.L-1
de H2O) |
|
N |
P |
P2O5 |
K |
K2O |
|
10oC |
20oC |
30oC |
Ureia |
46 |
- |
0 |
- |
0 |
- |
450 |
510 |
570 |
Nitrato
de Amônia |
33,5 |
- |
0 |
- |
0 |
- |
610 |
660 |
710 |
Sulfato
de Amônia |
20 |
- |
0 |
- |
0 |
- |
420 |
430 |
440 |
Nitrato
de Cálcio |
15,5 |
- |
0 |
- |
0 |
26,5
CaO |
950 |
1200 |
1500 |
Fosfato
mono-Amônio |
12 |
26,6 |
61 |
- |
0 |
- |
290 |
370 |
460 |
Fosfato
mono-Potássio |
0 |
22,6 |
52 |
28 |
34 |
- |
180 |
230 |
290 |
Nitrato
de Potássio |
13 |
- |
0 |
38 |
46 |
- |
210 |
310 |
450 |
Multi
K+Mg |
12 |
- |
0 |
35,6 |
43 |
2
MgO |
230 |
320 |
460 |
Multi
K + NPK |
12 |
0,9 |
2 |
36,5 |
44 |
- |
210 |
330 |
480 |
Magnisal
(Mg-nitrato) |
10,8 |
- |
0 |
- |
0 |
15,8
MgO |
2200 |
2400 |
2700 |
Sulfato
de Potássio |
0 |
- |
0 |
41,5 |
50 |
0 |
80 |
100 |
110 |
|
Fonte: Burt et al., (1995).
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A escolha do fertilizante deve ser feita com base nas características de cada produto, visando atender às necessidades dos demais elementos envolvidos no processo, tais como: sistema de irrigação, textura do solo, qualidade da água, custo e exigências nutricionais da planta.
Micronutrientes como zinco (Zn), ferro (Fe), cobre (Cu) e manganês (Mn) podem reagir com sais da água de irrigação e causar precipitação e entupimento dos emissores. Por isso, em muitos casos, esses micronutrientes são aplicados como quelatos, que são facilmente solúveis e causam poucos problemas de precipitação e entupimento. No solo, os micronutrientes quelatizados reagem menos e por isso apresentam maior mobilidade do que os sais.
Na aplicação via irrigação, recomendam-se doses pequenas de micronutrientes em irrigação localizada, pois o volume de solo irrigado é pequeno e as dosagens convencionais podem ser fitotóxicas. No caso do boro (B), em função da facilidade de lixiviação que esse nutriente apresenta, o seu parcelamento é a prática mais recomendada.
A fertirrigação depende da taxa de injeção de fertilizantes, do tempo de irrigação por unidade de rega e dos tipos e doses de fertilizantes por unidade de rega. Deve-se considerar, também, as cultivares utilizadas e suas respectivas fases fenológicas.
Como regra geral, dependendo da complexidade do desenho do sistema de irrigação com relação a fertirrigação, recomenda-se iniciar o processo com fertilizante potássico, seguido dos fertilizantes nitrogenados, administrando-se as quantidade desses fertilizantes aplicados por unidade de rega, com base no tempo de irrigação. A formação de precipitados na água de irrigação podem contribuir para obstrução das tubulações e emissores do sistema de irrigação principalmente, nas águas com nível de pH acima de 7. A lavagem e os tratamentos químicos são os fatores recomendados para reduzir as obstruções nas partes internas das tubulações e nos emissores do sistema de irrigação. As propriedades que utilizam o ácido fosfórico como fonte de fósforo (P), devem aplicá-lo no final da fertirrigação, pois pode, também, proporcionar a limpeza do sistema de irrigação. Caso seja aplicado mais de um fertilizante por vez, as soluções de cada fertilizante devem ser preparadas em separado, e misturadas na proporção desejada, de acordo com as necessidades nutricionais das plantas.
Uma alternativa mais recente, no sentido de amenizar a complexidade da injeção de fertilizantes, via água de irrigação, é a utilização de adutoras secundárias, paralelas às adutoras das unidades de rega, cuja finalidade é transportar a solução ou mistura concentrada de fertilizante até a entrada da unidade de rega específica. Porém, é necessário que em cada unidade de rega, a injeção da solução contendo fertilizante seja feita nos dois quartos intermediários do tempo de irrigação, pois a permanência do nitrogênio (N) na tubulação, após a fertirrigação, pode favorecer o desenvolvimento de microorganismos que causam a obstrução dos emissores.
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