Embrapa Semi-Árido
Sistemas de Produção, 1
ISSN 1807-0027 Versão Eletrônica
Julho/2004
Cultivo da Videira

Selma Cavalcanti Cruz de Holanda Tavares

Início

 

Aspectos Socioeconômicos

Clima

Manejo do Solo

Adubação

Cultivares

Mudas

Plantio

Irrigação

Tratos Culturais

Substâncias Orgânicas

Pragas

Colheita e pós-colheita

Comercialização e Custos

Referências bibliográficas

Glossário

 

Expediente

Autores

Principais doenças e alternativas de controle

Visando uma maior estabilidade fitossanitária do pomar com menor impacto ambiental pela redução do número de aplicações de agrotóxicos e aumento da segurança de cultivo pelo conhecimento  do momento certo para uma proteção da cultura ou controle das doenças, é necessário seguir ou adotar o Programa de Produção Integrada de Frutas- PIF, o qual será aqui apresentado em síntese, como também algumas práticas de manejo fitossanitário.

 

Metologia de monitoramento de doenças da videira

Fungos

Bactérias

Nematóides

 

Metologia de monitoramento de doenças da videira
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O monitoramento das doenças é uma ferramenta  importante dentro do contexto do Programa de Produção Integrada de Frutas (PIF). Desse modo, a realização de inspeções rotineiras no pomar é essencial para a detecção de doença e prevenção de sua disseminação, pela adoção de medidas de manejo. Na ausência de uma metodologia padrão, pesquisadores da Embrapa Semi-Árido desenvolveram a metodologia de monitoramento de doenças da videira para a região semi-árida, a qual consiste na prática de acompanhamento periódico da área ou da parcela do pomar. A área monitorada terá bordaduras que limitam o estádio fenológico da parcela ou das plantas. Tais bordaduras serão representadas pelas fileiras ou pelas linhas que contornam a parcela. Será apenas uma linha, quando o tamanho da parcela for de até 01ha, e será de três linhas quando a parcela for de 01 a 05 ha.  As plantas amostradas traduzem o retrato da realidade fitossanitária da área monitorada. As plantas são casualizadas no percurso em zigue zague em toda a extensão da parcela, incluindo portanto, as bordaduras e a área útil. Na avaliação, considera-se apenas a incidência da doença, quantificando apenas a presença destas. A planta amostrada é dividida em três partes no braço principal: parte basal, mediana e apical, nas quais serão avaliados seus órgãos (ramos, folhas, flores, frutos, etc.) (Figura 1). As informações sobre os  níveis de infecção, caracterizados como níveis de ação, quando atingidos, indicam o momento para uma ação corretiva ou de controle, independente da doença que está sendo avaliada ou monitorada. Foi padronizado o número a ser amostrado de cada órgão da planta avaliada, a fim de tornar a metodologia o mais prática possível, conforme pode-se observar na descrição metodológica de avaliação para cada uma das doenças (Quadro 1).

Fig. 1 - Esquema para a avaliação dos órgãos da planta amostrada.

 

Fungos
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1. Podridão-seca (Botryodiplodia theobromae = Lasiodiplodia theobromae)

Controle - Proteção

Para a convivência com o fungo, as medidas de proteção de pomares com plantas não infectadas compreendem os seguintes pontos:

evitar estresse hídrico pela falta ou excesso d’água, uma vez que esta condição predispõe as plantas ao fungo;

evitar ferimentos nas raízes e pincelar os ferimentos de poda a cada ciclo, com uma pasta da mistura benomyl + cobre + adesivo + água, na proporção 3:1:5;

desinfestar a tesoura de poda com hipoclorito de sódio (água sanitária) diluído em água, na proporção de 1:3, após a poda de cada planta;

evitar a técnica de torção de ramos por ocasião da poda;

pulverizar a planta, mesmo em repouso, com produtos do grupo dos benzimidazóis alternando com fungicidas a base de cobre;

manter a superfície do solo do pomar sem restos da cultura, mesmo que sadios, uma vez que esse fungo coloniza também os tecidos vegetais no solo, mantendo-se vivo, mesmo quando estes se decompõem;

pulverizar produtos químicos, mensalmente, de forma alternada. A pesquisa constata eficiência para: benomyl (100 g/100 l), tebucunazole (100 g/100 l), thiabendazole (240 g/100 l), thiophanato metil (120 g/100 l), carbendazim (100mL/100L) ou carbenzadim + prochloraz (50+50ml/100L), mais adesivo (3 cc/100 l), em toda a planta (copa e caule), (Tavares, 1993ab; Tavares et al., 1994; Tavares & Albuquerque et al., 1999);

fazer inspeções periódicas no pomar, a fim de verificar sintomas da doença, e providenciar a eliminação do órgão infectado, em tempo hábil;

maior rapidez e melhores resultados são obtidos quando a equipe de operários de campo é treinada sobre as formas de atuação do fungo e sintomas e sensibilizada para a importância do seu conhecimento.

Recuperação de pomar infectado

eliminação de todas as plantas com sintomas no tronco, cuja área infectada apresentar um anelamento maior que 50% de seu diâmetro;

poda de todos os ramos infectados da copa, sendo necessário às vezes, voltar à poda para garantir a limpeza, deixando-se apenas ramos sadios;

raspagem de todo o tecido infectado no caule, quando a lesão ainda não anelou a planta, estando menor que 50% de seu diâmetro;

pincelamento imediato, logo após a poda, de todas as áreas feridas da planta, com aplicação de uma pasta fungicida à base de benomyl + cobre + adesivo (tinta), na proporção de 3:1:5;

retirar imediatamente do pomar todo o tecido podado e destruí-lo por meio da queima;

pulverizar produtos químicos, mensalmente e de forma alternada. (Verificar os produtos já citados e seguir as  orientações indicadas em seus rótulos).

Variedades resistentes - Variedades de uvas sem sementes Thompson seedless, Paulistinha, Saturn e Vênus, são promissoras para um convívio de controle econômico para as doenças avaliadas - oídio, míldio, antracnose e morte-descendente.

2. Míldio (Plasmopora viticola)

Controle - O míldio pode acarretar  perdas totais para o viticultor, se não for controlado, preventivamente no período de condições climáticas favoráveis a este.

Época de controle - Quando o ciclo da cultura coincidir com períodos chuvosos, com temperatura em torno de 18 °C a 25 °C e umidade relativa de média a alta, entre 60% e 90%, principalmente se neste período  coincidir a fase que vai da pré-floração à formação das bagas.

Controle químico - São eficientes  os produtos sistêmicos inicialmente citados, testados em laboratório nas  seguintes concentrações : folpet - 140 g/100 l; metalaxyl - 100 g/100 l; chlorothalonil - 200 g/100 l; tiofanato metílico + chlorothalonil - 200 g/100 l. Embora ainda em processo de registro, são também indicados os produtos à base de cobre, ou calda bordalesa e captan, acrescentando-se um adesivo e pulverizando-se toda a planta (copa e tronco).

Tratamento na fase de repouso - O tratamento químico ou biológico também deve ser realizado nos pomares em repouso, para que  o custo de controle das áreas em produção adjacentes não seja aumentado em virtude dos riscos de disseminação e reinfecção pelo patógeno, constantemente levado pelo vento para as áreas vizinhas. Neste período, recomenda-se o uso da calda bordalesa.

Controle cultural - O manejo cultural deve ser realizado a cada período de repouso, no qual convém retirar o córtex sem causar ferimentos na planta e retirar do  pomar, os restos de cultura, resultantes da poda. Pulverizações feitas neste período também beneficiam as áreas adjacentes que ainda não foram podadas, principalmente, quando estas áreas mais novas recebem os ventos vindos das áreas em repouso. Além disso, esse procedimento reduz a população do patógeno que sobrevive de ciclo a ciclo.

3. Oídio (Uncinula necator)

Controle - O controle do oídio deve ser adotado de forma preventiva no período do ano em que as condições climáticas são mais favoráveis, como temperaturas médias em torno de 27ºC.

Controle cultural - Eliminação do córtex na fase de repouso, para que não seja abrigo de patógenos e remoção dos  restos de cultura resultantes da poda são práticas recomendadas.

Controle químico - As pulverizações podem ser iniciadas na fase de brotação da planta ou logo ao surgimento dos primeiros sintomas. Os fungicidas sistêmicos com eficiência são: phyrazophos - 60 ml/100 l; fenarimol - 20 ml/100 l; tiofanato metílico - 70 g/100 l, alternados com fungicidas de contato à base de enxofre elementar ou enxofre em pó e calda bordalesa. Pesquisas apontam em ordem decrescente de eficiência os produtos  tebuconazole 200 - 100 ml/100 l; miclobutanil 400 - 20 g/100 l; benomyl 500 -100 g/100 l; cyproconazole 100 - 20 g/100 l; e imibenconazole - 100 g/100 l, nas dosagens do produto comercial, também, keresoxim-methyl (150ml/ha) é recomendado na alternância de produtos. A freqüência de aplicação vai variar com a época sazonal e intensidade da doença.

Controle biológico - O biofungicida Biomix (Mix de Trichoderma spp.) é aplicado em pulverização na copa e tronco das plantas em intervalos semanais e na concentração de 6%, sendo três litros do produto para uma calda de 500 litros por hectare. Durante o ciclo da cultura o controle da doença foi obtido com quatorze aplicações. Testes de produtos revelam a eficiência do tratamento biológico à frente de químicos conforme a seguinte ordem decrescente de eficiência dos produtos: miclobutanil 400; cyproconazole 100; Trichoderma spp.10% (Biomix); tebuconazole 200; miclobutanil 400; cyproconazole 200; cyproconazole 100  e flutriafol 125. As aplicações foram realizadas em pulverizações semanais no período de pré-floração a maturação dos frutos. A associação deste biológico com enxofre e com calda bordalesa, resultou num controle  de 100%, apresentando 0% de infecção, igual ao tratamento convencional com químicos sistêmicos.

Variedades resistentes - Entre  134 variedades de uva para mesa, para vinho e para passas, avaliadas são indicadas como altamente resistente, quatorze variedades (Isabel, Dattier de Beirouth;  Himrod Seedless; H-4-49-69; Sauvignon Blanc; Feher Szapas; Semillon; Baco Blanc; Seara Nova; Tibouren; Aramon; Dattier de Saint Vallier; Muscat de Saint Vallier e Reliance), apresentando 0% de infecção, para até 50% de infecção em plantas suscetíveis (Tavares, et al., 1996).

4. Mofo-cinzento (Botrytis cinerea)

Controle - No Submédio São Francisco, essa doença só ocorre em pomares com alta densidade de copa, isto é, com pouca aeração e muito sombreados. A  penetração do patógeno na planta acontece na fase de floração, permanecendo em estado de latência até a maturação dos frutos, quando acontece a infecção. Portanto, o controle deve ser preventivo, e iniciado na fase de floração.

drenagem de solos para evitar o aumento da umidade relativa, no microclima do pomar.

poda verde e desfolha para melhorar a aeração e reduzir a umidade relativa, em conseqüência a população do patógeno;

pulverização na floração seguido de mais dois tratamentos: um durante o desenvolvimento dos cachos e o outro no início do amadurecimento das bagas. Algumas vezes, torna-se necessária uma quarta aplicação, cerca de 20 dias antes da colheita. Os produtos com eficiência são:  vinclozolin, iprodione ou benomyl, nas doses de 200 g, 200 g e 100 g/100 litros d’água, respectivamente.

5. Antracnose (Elsinoe ampelina / Sphaceloma ampelinum)

Controle

recuperação da casca ou córtex do tronco, sem causar ferimentos, acompanhada de pulverizações com benomyl (100g) mais cobre e adesivo a fim de reduzir o potencial de inóculo no pomar;

limpeza do parreiral com retirada de partes infectadas da planta e eliminação dos restos de cultura;

proteção química periódica nas épocas mais favoráveis ao desenvolvimento do fungo (primeiro semestre) nas condições semi-áridas. A calda bordalesa pode ser substituída por outros fungicidas cúpricos e, entre os sistêmicos, têm-se: chlorothalonil (200 g/100 l), folpet (140 g/100 l), mancozeb (250 g/100 l), tiofanato metil (70 g/100 l), benomyl (100 g/100 l), entre outros, aplicados alternadamente;

a aeração do pomar também é um fator que deve ser considerado. Recomenda-se que seja feita a poda verde para controlar o crescimento vegetativo das plantas para não permitir o super adensamento das copas;

no controle curativo, primeiro orienta-se a poda de limpeza ou eliminação dos tecidos infectados, incluindo os cachos com sintomas, uma vez que estes não são aceitos para comercialização. Em seguida, pulveriza-se toda a planta em intervalos quinzenais com um dos fungicidas sistêmicos anteriormente mencionados, mais cobre, e procede-se à destruição dos restos de cultura do pomar.

6. Fusariose (Fusarium oxysporum f. sp. herbemontis)

Controle - O seu controle é fundamentado na resistência varietal e em práticas culturais que visam, principalmente, evitar a instalação do patógeno no pomar.

Plantio em áreas livres da doença: utilizar material de propagação livre do patógeno e porta-enxertos mais resistentes; utilizar solos drenados; evitar danos nas raízes na realização das práticas culturais; desinfestar as ferramentas após utilizá-las em áreas contaminadas; manter isoladas áreas de parreirais contaminados; adubação equilibrada conforme análise de solo; não realizar a prática de enxertia muito próxima à linha do solo.

Replantio em áreas contaminadas: arrancar as plantas doentes, retirando o máximo das raízes; misturar cal virgem ao solo no local de onde as plantas foram eliminadas; controlar a erosão; isolar a área contaminada; se o parreiral for erradicado, plantar uma cultura anual ou deixar o solo em repouso durante um ano, efetuando em seguida um plantio com variedades tolerantes; resultados preliminares apresentados por Grigoletti & Sônego (1993), demonstram que a desinfecção com brometo de metila (40ml/m2) ou formalina (3%), ou mesmo a utilização de calcário (2Kg/m2) ou benomyl (0,5%), associado ou não com a utilização de Trichoderma, estão sendo eficientes no controle da doença; evitar deixar no chão do pomar restos de frutos, uma vez que, segundo Sanhueza & Sônego (1993), o engaço de cachos de uva colhidos de plantas doentes pode estar também contaminado pelo fungo.

Fontes de resistência - As variedades Isabel e Rupestris du Lot  apresentam menor efeito causado pelo patógeno ou menores percentuais de redução de seu crescimento. A fonte de suscetibilidade provém da espécie Riparia. Porta-enxertos do grupo Berlandieri x Rupestris, como o P1103 e o R 99, têm comportamento de resistência, enquanto que os do grupo Berlandieri x Riparia, como S04, 5A, Kober 5 BB e 161-49, são bastante suscetíveis.

8. Declínio da videira ( Eutypa lata )

Controle - É muito importante, antes da poda para um novo ciclo, no período de repouso, eliminar a casca solta dos ramos e troncos para expor o fungo a ação do sol e dos produtos de tratamento.

Observando-se escurecimento no tronco é necessário raspar o tecido necrozado antes do tratamento com uma calda sulfocálcica. Em seguida, queimar todo o tecido raspado como também todo o material de poda. Os ramos secos ou os esporões que não mais brotam, também devem ser podados. Todas as áreas de cortes, na planta, devem ser protegidas com uma pasta composta por fungicidas, e o pomar, pulverizado. A finalidade do tratamento no período de repouso, é reduzir ao mínimo as formas de resistência dos agentes causadores de doenças.
Bactérias

1. Cancro bacteriano ( Xanthomonas campestris pv. vitícola)

Controle - Ações de prevenção e controle  desenvolvidas e aplicadas na região, estão em função de uma realidade local. A maioria das medidas disponíveis até o momento, são de caráter preventivo, mesmo aquelas medidas aplicadas a pomares que já tenham a doença. A fase crítica para estabelecer estratégias para o manejo do cancro da videira é a época das chuvas. As medidas adotadas na região são as seguintes:

Manejo cultural- em parreirais infectados, o manejo para controle tem sido feito mediante a poda e queima dos ramos infectados e em alguns casos, erradicação de plantas, quando da constatação de altos níveis de infecção,  com a concomitante aplicação de produtos à base de cobre. Concentração da produção para o segundo semestre do ano, adotando-se neste caso o método de controle da evasão ou de escape, tem sido uma alternativa bastante praticada, e que tem oferecido um convívio bastante satisfatório, a não ser pelo fato do aumento  de oferta e diminuição do preço de mercado, o que tem feito alguns produtores arriscar produção também no primeiro semestre, confiando em seu manejo intensivo de controle, como por exemplo evitando-se ao máximo fazer ferimentos a planta, excluindo alguns manejos fitotécnicos como torção de ramos, raleio, poda verde, como também, fazer a poda e queima de ramos infectados, entre outras.

Químico- Na região, pulverizar as plantas com produtos a base de cobre e calda bordalesa está sendo imprescindível principalmente nos momentos logo após a poda, em seguida à brotação e quando da ocorrência de ferimentos; Na India, os fungicidas cúpricos e alguns tiocarbamatos testados  por  Chand et al. (1994), como o oxicloreto de cobre, sulfato de estreptomicina, tetraciclina e bacterinol 100, no controle do cancro bacteriano em mudas de videira com 85 - 100 % de infeção,  não foram eficientes no controle curativo da doença.  Porém, em campo, Chand at al. (1992), observaram que aplicações de cobre, seguidas por calda bordalesa, reduziram  a intensidade do cancro bacteriano, embora com menor eficiência quando em chuvas freqüentes. Estes resultados estão compatíveis aos observados na região semi-árida do Nordeste brasileiro.

Resistência genética - variedades de V. vinífera sem sementes são mais suscetíveis que aquelas com sementes e entre estas, as cultivares coloridas mostram ser mais suscetíveis que as brancas. Variedades de uva com maior ocorrência do cancro bacteriano  ou mais suscetíveis a  bactéria na região, são indistintamente todas as de uva sem sementes oriundas de “Thompson seedless”. e a variedade Red Globe com semente, podendo apresentarem incidência da doença de até 100% do pomar comercial, principalmente no período das chuvas. Em pomares com variabilidade de material genético suscetíveis e tolerantes cultivados juntos ou muito próximos, pode-se observar sintomas variando em incidência em: Superior Seedless (Festival), Brasil, Piratininga, Patrícia, Ribier,  Catalunha; Itália e Benitaka, apresentando,  as duas últimas, um maior nível de tolerância. A doença também foi observada em plantas do porta-enxerto Tropical IAC 572. As variedades Itália e Benitaka quando cultivadas sozinhas, não apresentam sintomas da doença. As variedades, mesmo as suscetíveis, em vistas a todas as medidas de manejo que vem sendo adotadas na região tem apresentado uma situação de convívio com a bactéria.
Nematóides

1. Galhas (Meloydogyne spp.)

Sua ocorrência foi verificada em  pomares do semi-árido brasileiro no início da década de 90, diagnosticado  em laboratório da Embrapa Semi-Árido.

Controle - Todo esforço deve ser feito a fim de evitar sua disseminação ou introdução, utilizando os seguintes procedimentos:

utilização de mudas sadias;

em áreas onde se verifica a doença, orienta-se a eliminação das plantas afetadas, retirando-se todas suas raízes e queimando-as. Em seguida, não irrigar a área da cova, mantendo-a livre de vegetação, com revolvimento periódico do solo para expor os nematóides às condições adversas de seca e de radiação solar;

em pomares menos adensados é possível o plantio de Crotalaria spectabilis, nas entre linhas, esta é uma planta armadilha que atrai o nematóide para o seu sistema radicular permitindo a penetração do mesmo, mas, impedindo o seu desenvolvimento posterior;

como medida de controle e também preventiva, a prática de cobertura morta, com vegetais diferentes da cultura e também a utilização de matéria orgânica, pode reduzir a população de nematóides do solo por favorecer  a população de microflora antagônica e assim competir com o patógeno em questão.  

Viroses

1. Vírus do enrolamento da folha da videira (Grapevine leafroll vírus).

Controle - O vírus é estável ao calor, mas pode ser inativado por meio de termoterapia prolongada (Bovey et al., 1980) de material propagativo infectado, a 38°C por 60 a 120 dias e enxertia em porta-enxertos sadios ou remoção de brotos infectados e enraizamento sob nebulização (Goheen, 1977). A termoterapia "in vitro" pelo método de Galzy (Valat por Martelli, 1986) e cultura de meristemas (Barlass et al., 1982), são técnicas também utilizadas na obtenção de material livre de vírus.

2. Vírus da folha em leque (Grapevine fanleaf vírus) ou dos entrenós curtos da videira

Controle- Medidas preventivas, como pousio prolongado, erradiação de plantas daninhas e tratamento do solo, devem ser adotadas em pré-plantio para quebrar o ciclo do vírus no nematóide vetor. Microenxertia, cultura de meristemas ou cultura de ápices caulinares reduzem a incidência da doença (Martelli & Savino, 1994).

3. Vírus do intumescimento dos ramos da videira (Grapevine corky bark disease)

Controle - O agente causal da doença pode ser eliminado por termoterapia (Bovey et al., 1980), pelo tratamento de material infectado enxertado em porta-exerto sadios, à temperatura de 38°C por mais de 90 dias, ou pela remoção da extremidade de brotos e enraizamento sob nebulização (Goheen, 1977). A utilização de material propagativo sadio é um meio bastante eficiente para o controle da doença (Martelli, 1986).

4. Doenças das caneluras do tronco da videira (Grapevine stem pitting disease)

Controle - A utilização de materiais propagativos certificados ou livres da doença é uma medida de controle. Plantas sadias podem ser obtidas por termoterapia prolongada (mais de 150 dias a 38°C) ou remoção de ápices caulinares para enxertia ou cultura de tecidos (Legin et al., 1979)

5. Manchas ou mosaico das nervuras (Fleck disease)

Controle - O controle da doença é feita pelo uso de material propagativo sadio. A doença pode ser eliminada por termaterapia A cultura in vitro da ápices caulinares, também, é um método bastante utilizado na obtenção de plantas livres de vírus (Barlass et al., 1982)

6. Necrose das nervuras (Vein necrosis diasease)

Controle - a doença pode ser eliminada  por termoterapia.

Fotos: Embrapa Semi-Árido

Fig. 1 - Mofo-cinzento (Botrytis cinerea

Fig. 2 - Declínio da videira ( Eutypa lata)
Fotos: Embrapa Semi-Árido

Fig. 3 - Podridão-seca (Botryodiplodia theobromae = Lasiodiplodia theobromae)  

Fig. 4- Míldio (Plasmopora viticola)

 

 

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